Page 51 - Telebrasil - Março/Abril 1987

concessionárias enviam para uma cen­ inadequada, era caríssima, a partir do
tral, em Brasília, os preços que estão momento que só existiam estas empre­
sendo praticados. E sse S i g m a P, sas no mercado. O então ministro Cor­
durante a vigência do Plano Cruzado e setti achou por bem convidar duas em­
do controle de preços foi o parâmetro presas norte-americanas, a Cook Elec­
que as empresas fornecedoras do sis­ tric e a Reliable Electric Company para
tema tiveram que seguir e a que não po­ virem ao Brasil e aqui se instalarem. A
diam nunca fugir. E até agora não hou­ Reliable foi a primeira, em Jundiaí, São
ve ainda nenhum outro acerto, nada ofi­ Paulo. Logo depois foi a vez da Cook, no
cial que dissesse, olha os contratos que Rio.
vocês têm aí podem ter seus preços au­
mentados”.
Referindo-se às negociações da Abi-
nee e da Abicomp junto ao Governo vi­
sando melhorar a situação de indefini­
ção das empresas, Walter Medeiros es­
clarece que pelo menos, para ele, nada
"refrescou” até agora. "Caso conseguis­
• 1 4 .
se vender os produtos a um preço ma­ M M
jorado, não seria punido ou multado » 4 4 .
« 1 M nosso depto. de Engenharia mantém
pela Sunab, no entanto, por questões de « 1 • .
mercado estou ainda praticando os mes­ M M
• 4 « »
mos preços de 86, aguardando definição » 1 » 1
da Telebrás. O menor aumento que eu • 4 4 .
tive aqui na Proteico, foi de 47%, sem * 4 4 4
• 4 4 . i
falar em ágio, nem valor médio. Para se * » 4 «
ter uma idéia, embalagens, caixas de • % 4 . ,
» • 4 »
papelão, nas quais eu pagava Cz$ 57,00,
• 4
• *1
a tu a lm e n te e s tá me c u sta n d o • •
« * 4 • |
Cz$ 290,00 a unidade, ou seja, aumen­ M 4 «
tou mais de 5 vezes. Por outro lado, os • t 4 ¦.
• • % J
contratos com a Telebrás estão sujeitos * •
à multa por atraso, mesmo se eu parar
• • 4 ,
de fornecer, ainda assim serei multado. • • 4«<
A verdade é que estou operando no ver­ • 4 4 .
• •
melho na esperança que ocorra alguma • 41
4 .
coisa e que de um certo momento em M 44l
• • 4 .
diante tudo se normalize.” « » • % 1
A Cacex, que vem atuando com as ta­ • 4
4 *
xas de câmbio baixas, é outro dos proble­ • 4 ™ % 1
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1
mas comuns aos empresários, na me­ •4
dida em que o limite reduzido das im­ • •
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portações de insumos necessários às em­ »4
* 4 4 4
presas, acarreta produção baixa e mer­
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*
4 . '
cado interno limitado. Segundo Walter • • 4 4
Medeiros, a Proteico está com 15 mil li-
bras-peso de policarbonato pronto nos
EUA para serem embarcadas e a Cacex
não está liberando as guias. "E note,
esta mercadoria não é para o mercado
nacional, é para exportação, o que signi­
fica que estão prendendo material que
O carro-chefe da Proteico: o Bloco BLU-100,
irá gerar divisas para o Brasil.” O mon­
desenvolvido em conjunto com o CPqD.
tante do prejuízo obtido até agora na
empresa, este ano, soma mais de Cz$ 8
milhões, acrescentou Walter, alegando
que "está pagando para trabalhar”.
A Reliable, nos primeiros anos dos
H istó r ic o
grandes planos de expansão, 73,74, 75 e
com ápice em 76, (quando foram instala­
Quando da gestão do ex-ministro Hi- das um milhão de linhas) foi bem em sua
gino Caetano Corsetti, começaram os produção. No entanto, a partir de 76
grandes planos de expansão no Brasil e houve um corte drástico no número de
junto com eles surgiu a necessidade de linhas que se instalaram no Brasil, o
proteção das centrais, só que não exis­ que levou a Reliable a fechar suas por­
tiam fabricantes nacionais. O que se tas, sob o argumento de que não esta­
passava era que os fabricantes de comu­ vam sendo cumpridos os compromissos
tação, as grandes empresas multinacio­ anteriormente assumidos. Como ela
nais, como Ericsson, Siemens, Standard também havia sido fechada nos EUA, os
Eletric, Phillips, forneciam o pacote, o novos donos, grupo Ericsson, não se in­
equipamento de comutação já prote­ teressaram em reanimar seu capital.
gido, porém, além dessa proteção ser "Naquela época”, relembra Walter
Medeiros, "eu tinha uma pequena me­
talúrgica e era fornecedor da Reliable.
Seus diretores-gerentes, vamos dizer
assim, daquela época, se associaram a
mim para fabricarmos o mesmo produto
que eles, antes de fecharem as portas, ou
seja, os módulos de proteção. Nascia a
Proteico, de capital nacional, e os enge­
nheiros que trabalhavam na Reliable
vieram todos para cá. Isso foi em 79”.
P la n o s F u tu r o s
Na área de pesquisa para o futuro, a
rrotelco tem convênio com empresas
americanas e inglesas e estão aperfei­
çoando cada vez mais os módulos de pro­
teção. "Temos aqui”, informa Walter
Medeiros, "um centro de pesquisas e
»MM ,
a w m í permanente contato, por exemplo, com
a GEC, da Inglaterra, segunda maior
* » » empresa da Europa, que possui 180 mil
funcionários. Eles têm uma subsidiária,
H iH I a MOV (Marconni), que fabrica tubos a
gás. Estamos atualmente fechando um
H i cont rato de transferência de tecnologia,
joint-vcnture, para a fabricação deste
h í h !
produto. Basicamente, o interesse da
H H jj
H H | MOV em fabricar o tubo no Brasil, é
além de ter acesso ao mercado brasilei­
5
ro, ter acesso ao mercado sul-america­
no, potencialmente grande”.
Todas as inovações que existem, o
Dpto. de Engenharia da Proteico deles
toma conhecimento e tem acesso, inclu­
sive, no que se refere às novidades nos
EUA, já que mantém estreita ligação
com a Protem s System s, de grande
avanço tecnológico na área de proteção.
Os módulos de proteção para linhas de
transmissão de dados de fabricação da
Proteico começarão a ser exportados
para os EUA dentro dos próximos três
meses, através da MOV, que será o re­
presentante exclusivo da empresa bra­
sileira naquele país.
A Proteico está ainda tratando de de­
senvolver um material alternativo no
Brasil para o policarbonato. Neste sen­
tido está cooperando com especificações
técnicas e ajuda tecnológica junto aos
futuros interessados. Na verdade, a in­
tenção é um produto similar, mas igual
em qualidade ao estrangeiro que sa­
be-se ser muito difícil de alcançar no
momento.
Os planos futuros não param porém
por aí. A Proteico está querendo lançar
a proteção ao assinante, mas antes pre­
cisa fabricar o tubo a gás (também vi­
sando exportá-lo), que é o motivo da
joint-venture com a MOV. "Eu sei que
no Brasil”, diz Walter Medeiros, "existe
uma média de dois casos por ano de
gente que morre eletrocutada via tele­
fone. Caiu um raio em meu sítio, outro
dia, que estourou o telefone e atou fogo
em tudo ao redor, inclusive TV, sorte
não ter ninguém em casa”. Segundo ele,
no mundo inteiro existe proteção na
casa do assinante, menos aqui. v