Page 55 - Telebrasil - Março/Abril 1986
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toradoem microeletrônica, define bem a Dentro do III Plano Básico de Desen
Projeto de Integrado
filosofia da USP, ao dizer que, "no Bra vo lvim en to C ien tífico e Tecnológico
sil, a indústria irá iniciar a fundição de (PB D C T), a Finep aprovou um progra
silício, com tecnologia comprada e pro (M étodo de Cima para Baixo) ma de 4,8 bilhões (em 84) para microele
cessos convencionais. A preocupação do trônica beneficiando mais de 10 labora
LSI é desenvolver novas etapas que pos Especificação tórios e instituições. A U FRS recebeu,
Inicial
teriormente serão transferidas à indús- por exemplo, em 84, 315 milhões de cru
zeiros para a implantação de um labora
Para C arlos A m érico de A n drade tório para concepção de integrados; o
(LME), que trabalha há 20 anos no se Cetec/UFM G Cr$ 156 m ilhões para a
tor, "o Brasil, à sem elhança de vários pesquisa do silício monocristalino e de
países da Europa, deve adquirir capaci polímeros especiais; e as Forças A rm a
tação nacional total de microeletrônica, das Cr$ 998 milhões para o desenvolvi
mesmo que industrialmente não fabri mento de componentes e sistemas de de
que a totalidade dos produtos, por pro fesa eletrônica.
blemas de mercado. Com investimentos O BNDES e suas subsidiárias Bndes-
adequados, essa capacitação, a nível de Projeto de Transistores: par e Finam e têm várias linhas de fi
universidade, poderá ser alcançada da via célula padrao ou desenho de circuito nanciamento, que podem cobrir até 70%
qui a 4 ou 5 anos” . E acrescentou: elétrico correspondente do investimento total, com prazo de 10
(b,nx<) o nivel do deuilhamento)
— No início o usuário não terá o úl anos e juros de 4 a 12%. A Itaucom foi
timo grito tecnológico e os fabricantes beneficiada pelo BNDES com 12,8 mi
de equipamentos terão que fazer um sa lhões de dólares de empréstimo, além de
crifício tem p orário para se alcançar US$ 2,7 milhões em aval para compra
uma indústria de m icroeletrônica inde de equipamentos no exterior.
pendente. Para 86, segundo Evandro Barreira
No Rio de Janeiro, o Núcleo de Com Millet., diretor da área operativa da F i
putação Eletrônica da UFRJ, desde 70, nep, serã o C r$ 750 b ilh õ e s p ara o
se dedica ativam ente ao projeto de cir FNDCT, com aplicações a fundo perdido
cuitos integrados, já tendo desenvolvido nas universidades e centros de pesqui
dois chips. O grupo dedicou-se ao esta sa, além de outros Cr$ 200 bilhões com
belecimento de uma estação gráfica, in fundição d» Silício recursos próprios da Finep.
cluindo m onitor colorido e o de ferra- Por outro lado, existem incentivos
mental de software correspondente, tais fiscais para empresas nacionais aprova
como editor de células, verificador de re dos pelo Conin, em 30.09.85, isentando
gras, conversor de texto e avaliador de de impostos os equipamentos destina
Produto Final
caminho crítico. dos a ativo fixo e os insumos não proces
No extremo sul do País, a U FRS con sados, dando 75% para os insumos pro
centra-se na área de projetos integra gica no País. Gerenciados pela Finep cessados e 50% para os semi-acabados,
dos, incluindo editor gráfico (que opera (Financiadora de Estudos e Projetos), desde que se destinem a empresas com
em computador Nexus da Scopus), gera um órgão criado em 67 e subordinado à prometidas com a capacitação dos pro
dor de P L A (Program m ing Logic A r- Seplan, o FND CT e o PA D C T (Progra cessos físico-químicos (difusão, im plan
ray), além de regras para verificação de ma de Apoio ao Desenvolvimento Cien tação iônica, etc.) necessários à produ
desenhos. P ara In grid Jansch Porto, tífico e Tecnológico) contrataram recur ção de semicondutores no País. A micro
com doutorado em Grenoble (a U FRS sos, em 84, de 275 bilhões de cruzeiros, eletrônica está deslanchando. Afinal de
tem 4 doutores, 4 mestres e 12 no mes num total de 930 projetos. contas, o silício é nosso. 1T
trado de microeletrônica), o Brasil já do
mina razoavelm ente a área de projetos,
o que já não acontece no processo de di
fusão onde os parâmetros são mais críti
cos e se torna mais difícil testar a estru
tura depois de pronta, sobretudo se au
mentar o nível de integração.
O que se pesquisa atualmente é au
mentar a rapidez do projeto do chip pelo
emprego de células-padrão e do uso in
terativo de compiladores de silício. Es
tes últim os nada mais são do que pro
gramas que partindo das especificações
fornecem as m áscaras necessárias à
confecção de chips. N o B rasil é novi
dade. N a França já estão na 3.“ geração
— explicou Ingrid Porto.
Em Campinas, a Unicamp tem se de
dicado às pesquisas das tecn ologias
N -M O S (U n ip ola res) e P L (d igitais).
(Revista Telehrasil J/F 85, pg. 3).
Recursos
O Fundo N acion al de D esen volvi
m e n to C ie n t íf ic o e T e c n o ló g ic o ,
F N D C T , foi criado pelo D ecreto-L ei
Verdadeiras obras de arte, os integrados são o produto de tecnologias sofisticadas que o bra
719/69 e representa o principal apoio fi
sileiro principia a dominar.
nanceiro à pesquisa científica e tecnoló-