Page 52 - Telebrasil - Março/Abril 1986
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A microeletrônica representa o
coração da 3 Revolução
Industrial. Cada vez mais
barato, mais eficiente, o famoso
chip mudou a face da
eletrônica. A indústria e a
universidade brasileiras se
preparam para o domínio
industrial dessa tecnologia.
Veja como.
Joiio CnrloN Fonnocu
No mundo, o mercado de semicondu
A microeletrônica representa o cora tores é dominado, sem sombras de dú dustrial no País, tendo sido seleciona
ção da 3.rt Revolução Industrial e
das, ao longo do processo, a SI D, a Ele-
equivale para os meios de produção o vida, pelo Japão, Estados Unidos e Eu bra e a Itaucom. Além disso, compõem o
que foi, historicamente, a introdução da ropa, com a liderança industrial dos dois quadro a ABC-XTal (Grupo ABC) e a
máquina a vapor (em 1800)eda tecnolo primeiros, que podem ostentar gigantes M ultitel Componentes, que está nos
gia eletromecánica, a partir de 1930. tais como a Motorola, Texas, Nec, Ico- planos de Ivan Botelho (Grupo Cata-
O impacto da microeletrônica é ge tron, Hitachi, Toshiba, National, Intel, guases-Leopoldina).
neralizado. Do lado industrial, a micro Fujitsu. Na Europa, citam-se a Philips e Por outro lado, vinha ocorrendo, de
eletrônica viabilizará a aplicação, em a Siemens, que se uniram para fazer longa data, pesquisas tecnológicas na
larga escala, de técnicas como PAC, memória de 4 Mbytes, além da Thom- área universitária, notadamente na
EAC, FAC — projeto, engenharia e fa son-CSF e outras similares. USP, Unicamp, UFRJ e, posterior
bricação auxiliados a computador — mente, na UFRS. Como terceiro agente
que constituem agentes de profundo im No Brasil do desenvolvimento da microeletrônica
pacto na economia de qualquer socie no País situam-se o CPqD/Telebrás e o
dade. Do lado doméstico, o usuário será Do lado brasileiro, a situação indus CTI/SEI, que já apresentaram resulta
beneficiado com um ambiente de má trial, no início de 84, era a seguinte: dos práticos rumo ao domínio do chip
quinas "inteligentes”, tornado possível uma demanda estimada em 250 milhões A situação pode ser resumida, se
pela introdução em massa de microcom de dólares — cerca de 1% do mercado gundo Roberto Spolidoro, da subsecre
putadores. mundial; 18 empresas disputando esse tária industrial da SEI, "Estados uni
Mas é no caso particular da indústria mercado e, na sua maioria, de origem dos e Japão constituem-se em grandes
de telecomunicações e de informática estrangeira, tais como Sanyo, Nec, Hi capacitações tecnológicas e industnai
que a microeletrônica assume impor tachi, Icotron, Ibrape, Thomson-CSF, em eletrônica, baseados em empresa
tância fundamental, quando componen Texas, Fairchield, Rohm e outras; 100% nacionais, com o apoio de sua^
tes de alta integração chegam a se con grande parte da produção constituída universidades e centros de pesquis^
fundir com a totalidade do produto. por semicondutores discretos — transis que não há razão para que o Brasil i
Para essa indústria, o domínio do chip tores, diodos — e de circuitos lineares pretenda fazer o mesmo” . a
pode significar a diferença entre morte e não digitais; processo industrial de Existem, porém, dificuldades c 1 *
sobrevivência e a nível nacional sua so montagem e teste de pastilhas que já seu melhor entendimento é ;ca
berania depende, em grande parte, do vem prontas do exterior, difusão apenas saber que o processo da microele io
grau de autonomia (tecnológica e produ na área de diodos e transistores efetua envolve duas fases: A primeira as r<?
tiva) da microeletrônica instalada no da em algumas empresas. volve o uso de ferramentas de so ^ ^
País. Baseada na importância da microe estações gráficas e técnicas de ^
letrônica, a SEI incentivou capitais na (Projeto auxiliado a computador *
* Revista Telobrnsil M/A Hli, pg. 62 cionais a estabelecerem sólida base in gunda fase, também conheci a