Page 51 - Telebrasil - Julho/Agosto 1986

Aumentam as
I N P E d e s e n v o l v e
s o l a r e s
Célula solar desenvolvida pelo INPE e USP.
O Brasil ja domina a tecnologia de
células solares. Isto graças ao convê­
nio que o Instituto de Pesquisas Es­
paciais (INPE) firmou, em 1982, com
a Universidade de São Paulo (USP),
após a criação, em 1979, de um grupo
de cientistas voltados para o desen­
volvimento de células solares. Estão
sendo fabricadas células de silício
monocristalino de qualificação espa­
E M O R B I T A
• No final do próximo ano, a imagem da Chi­
na como a terra das bicicletas poderá sofrer
um reajuste: no Centro Espacial de Xichang,
no meio das florestas e montanhas da pro­
víncia de Sichuan, um foguete chinês colo­
cará em órbita um satélite de comunicações
de fabricação americana. Se tudo der certo,
outro satélite será lançado em 1988. De
acordo com as autoridades chinesas, nove ou­
tras nações demonstraram interesse em fa­
zer negócio semelhante. •
• Os satélites entrarão crescentemente nas
considerações dos países do terceiro mundo
até o final desta década, à medida em que
serão construídas mais de 300 pequenas es­
tações terrestres, numa campanha de gastos
de US$ 3,5 bilhões pará levar modernas tele­
comunicações a países em desenvolvimento
da Ásia, África e América Latina.
Avanços na tecnologia de satélite, tais
como a reutilização de frequência, comuta­
ção a bordo, antenas especiais para direcio­
namento de feixes de transmissão e níveis
mais altos de força, promoveram o uso de es­
tações terrestres menores e mais econômi­
cas, de acordo com o estudo publicado pela
Frost & Sullivan com o título "O Mercado de
Sistemas de Comunicações por Satélites nos
Países em Desenvolvimento” (n.° W748).
c é l u l a s
p a r a s a t é l i t e
? cial, que poderão ser usadas para o
2'
suprim ento de energia do satélite
que está sendo construído pelo INPE.
As células de silício têm menor
eficiência e são menos resistentes a
danos de radiação se com paradas
com as células de arseneto de gálio,
mais resistentes, cuja tecnologia está
sendo desenvolvida pelo CPqD/Tele-
brás. Por outro lado, o INPE é o pri­
meiro instituto brasileiro a obter as
células de silício, com eficiência con­
siderada bastante razoável.
Um sa té lite necessita de uma
fonte de energia para alimentar seus
sistem as eletrônicos e, entre as op­
ções existentes, a que se mostrou
mais viável foi a utilização da ener­
gia por m eio de célu las solares.
Atualmente, no Brasil, com a obten­
ção dessas células em laboratórios, a
tecnologia poderá ser repassada para
as indústrias, que desenvolveriam
parte da produção, ficando o INPE e a
USP responsáveis pela conclusão de
processos que elas ainda não domi­
naram. Este sistema é o mais utili­
zado por satélites, porque para fins
espaciais é muito importante que ha­
ja maior potência gerada, na menor
área e peso possíveis.
E s t a d o
e x p l o r a m T C s
Como no Brasil, os serviços de teleco­
municações do México são monopólio do
Estado, que controla diretam ente as
em presas concessionárias do setor. A
Secretaria de Comunicações e Trans­
portes, através da Diretoria Geral de
TCs, opera uma infra-estrutura de pro­
priedade do governo, composta de enla­
ces de microondas terrestres, estações
terrenas via satélite, telex, transmissão
de dados e sistemas de comunicações ae­
ronáuticos, m arítim os e estações cos­
teiras.
Os lançam entos dos dois satélites
Morelos, em 1985, tiveram êxito, e o go­
verno mexicano planeja integrar seus
serviços de transmissão de dados e tele­
fonia a uma rede de terminais terrestres
p erten cen tes a conglom erados ban­
cários. A Companhia Telefônica do Mé­
xico S.A. (Telmex), uma das concessio­
nárias, foi autorizada pelo governo me­
xicano, a operar sua própria rede de mi­
vendas das antenas
TVRO nos EUA
Nova Iorque — A indústria para uso
doméstico de satélites, inicialmente cri­
ada, nos Estados Unidos, por um peque­
no grupo de pioneiros, atualmente tem
um mercado bem acima de US$ 1 bilhão
por ano, devendo aum entar considera­
velmente nos próximos anos. Em 1989,
term in ais denom inados TVRO (so­
mente para recepção de televisão) al­
cançarão vendas em torno de US$ 5 bi­
lhões, segundo estudo recentemente pu­
blicado pela Frost & Sullivan (represen­
tada no Brasil pela Schlochauer & Asso­
ciados Consultoria e Representações
Ltda., de São Paulo).
Iiá poucos anos (1981), as pequenas
estações terrenas, via satélite, eram
compradas como hobby, como acontece
atualmente com o videocassete, ou por
grupo de pessoas que se sentia isolado
em áreas remotas, cujas redes de micro-
ondas terrestres das emissoras de tele­
visão não alcançavam. Hoje em dia, no
entanto, os consumidores de TVRO, na
sua grande maioria, compram as ante­
nas parabólicas com a finalidade de as­
sistir programas que estão sendo trans­
mitidos via satélite ou para ter, sem cus­
tos, programas de TV por cabo.
e p a r t i c u l a r e s
n o M é x i c o
croondas, através de transponders de
um dos satélites Morelos, na freqüência
de 6/4 GHz, Banda C. Por sua vez, as em­
presas estatais de TCs operam com a
Banda Ku, 14/11 GHz.
Também no México a telefonia rural
constitui um dos programas prioritários
de Secretaria de Comunicações e Trans­
portes. Durante a primeira etapa de de­
senvolvimento do sistema Morelos, es­
tações terrenas autorizadas pelo Dire­
tor Geral de Telecomunicações ofere­
cerão facilidades aos serviços de telefo­
nia rural explorados pela iniciativa pri­
vada. As etapas posteriores prevêem a
im plantação de estações terrenas si­
milares, porém utilizarão antenas para­
bólicas de menor diâmetro para tráfico
comercial ponto a ponto. Existem pla­
nos para a ampliação do número de esta­
ções terrenas de 160 unidades atuais
para 1.500 terminais no final desta dé­
cada.