Page 21 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1986
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CPqD e Universidade: CPqD 2001
A ODISSEIA DO
DESENVOLVIMENTO
A GARANTIA
TECNOLÓGICA DO
FUTURO
Reportagem: Joáo Carlos Pint
Ilustração: A. Augusto Duarte
A da Telebrás aparecendo, em sucessão, o
projeto multiplex digital (MCP-30),
telefone padrão e antena de 10 m para
satélites. Mas o CPqD nasceu oficial-
mente a 2 abril de 76. Instalava-se em
sua sede provisória, em janeiro do ano
seguinte, em Campinas, e a partir de 80
na sua sede definitiva.
Um contingente de 1.300 pessoas
(com 60% de nível universitário), traba
lha hoje no CPqD, distribuído entre fun
cionários da Telebrás da indústria e da
universidade. Até 84, a Telebrás já ti
nha injetado 240 bilhões de cruzeiros (a
preços de Nov/85) para pesquisa nas
universidades. Segundo explicou Eugê
nio Guisard, os recursos para pesquisa e
A Telebrás promoveu em seu Centro desenvolvimento situaram-se, até 85,
num valor entre 1 a 1,5% da Receita de
de Pesquisa e Desenvolvimento de
Campinas, o Seminário de Cooperação Exploração do Sistema Telebrás, mas a
Técnica CPqD Universidade, mais um partir de 86 esta alíquota passará a ser
elo na cadeia de relacionamentos que le de 2%, ainda estando em estudo aumen
vam ao surgimento de novos produtos tá-la para 2,5%.
brasileiros de alta tecnologia. Destacou o vice-presidente de Tele
Com a presença de técnicos, pesqui brás, que o ano de 85 foi cheio de realiza
sadores e doutores, da universidade e da ções para o CPqD citando, dentre ou
indústria, especialistas do CPqD apre tros, os programas de fibras e dispositi
sentaram durante dias, em oito sessões, vos ópticos, de rádiodigital, de processa
principais programas em curso, a que se dor preferencial, das centrais CPAs e da
seguiram debates sobre a melhor forma central automática para telex.
d<- co-participação CPqD - Comunidade Eugênio Guisard Ferraz, lembrar as
Académica. No decorrer dos debates diretrizes do Minicom referentes à for Como atua o CPqD
ocorreram algumas críticas — uma bri mação e o aprimoramento de pesquisa
ga em família, segundo o reitor da Uni- dores, à autonomia tecnológica do setor Do ponto de vista organizacional, o
carnp. José Pínotti — relativas princi de TCs e à consecução de produtos adap centro opera através de gerências (e de
pal mente a necessidade de maior inte tados às necessidades brasileiras, que programas específicos): transmissão
gração CPqD Universidade (objeto do tornem o País menos dependente de (comunicações ópticas, transmissão di
próprio seminário), repartição do direi bens importados. "Para isto, o Sistema gital, comunicação por satélite, comuni
to de patentes, esvaziamento de pessoal Telebrás vem se valendo de seu poder de cação de dados e texto); comutação (ele
especializado f rente a diferenciais de re compra de bens e serviços”, disse ele, trônica e tecnologia de telefones); com
muneração e repartição de recursos do mencionando a seguir as origens e os re ponentes e materiais; redes e apoio téc
CPqD entre grandes e pequenos centros cursos aplicados no CPqD. nico (tecnologia de produto). São ao todo
acadêmicos Mas o saldo do encontro foi As origens do Centro remontam à 37 projetos distribuídos em oito progra
altamente positivo, como bem traduzido criação da Telebrás, novembro de 72, e à mas principais. Além disso, o CPqD
nas palavras do diretor do Centro, Car publicação do I PBDCT (Plano Brasilei coordena as atividades de pesquisa e de
los de Paiva Lopes, ao mencionar que "o ro cie Desenvolvimento Científico e Tec senvolvimento de todo o Sistema Tele
CPqD sabe da importância da Universi nológico). Já em 73 foram atribuídos brás.
dade e tem feito um esforço continuado pela Telebrás trabalhos a grupos uni Em termos financeiros e a preços de
para estreitar esse relacionamento". versitários de pesquisas tais como na dezembro, o orçamento do CPqD, em 85,
USP (comutação temporal); na Uni- foi de 153 bilhões de cruzeiros, incluídas
Diretrizes camp (técnicas digitais e comunicações no total as parcelas de 10% para as uni
ópticas); e no Cetuc e 1TA iradiopropa- versidade e de 20% para a indústria. Em
Presente a abertura do Seminário gaçáo e antenas). Em 75, a indústria 86, o orçamento aprovado para P&D é
coube ao vice-presidente da Telebrás, cional passou a integrar a ação de P&D da ordem de 700 bilhões de cruzeiros. I