Page 24 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1986
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A ODISSEIA DO
DESENVOLVIMENTO
CPqD e Comutação
Temporal modificando a Rede
O desenvolvimento do projeto Tró O concentrador Trópico C já está em avançado afirma Aldemar Parola, ao
pico tem caminhado por etapas sucessi operação comercial no Sistema Tele falar de suas principais características:
vas. Aldemar Parola, chefe da gerência brás, ao passo que o Trópico R, aprovado controle descentralizado (degradação
de comutação do CPqD, distingue a fase nos testes (Brasília e Campinas), teve suave em caso de falhas); a reparticipa-
exploratória ou projeto Siscom (73/76) sua tecnologia transferida para a Ele ção de carga entre os processadores da
que chamou de protótipo inicial; fase de bra e PHT. O pessoal do CPqD gosta de rede (baseados no Inter 8085; 56K de
concepção (77/80) com protótipo de de lembrar com orgulho que a Telebrás memória e software em EPROM) ocorre
senvolvimento; e fase atual de desenvol comprometeu-se a encomendar 15 mil sem necessidade de troca de mensagens
vimento de centrais de pequeno porte terminais / ano, mas que confiante no entre eles, o que minimiza os erros; co
(80/85). projeto só no l.° ano já contratou 70 mil mutação temporal com conversão A/D e
A área de comutação do CPqD utiliza terminais para o Trópico R, que inicial D/A (digital/analógica) a nível de assi
cerca de 200 pessoas, 50% das quais da mente foi desenvolvido com software nante; compatibilidade com a Rede Di
própria Telebrás e o restante da indús para 1.536 terminais, mas possui estru gital de Serviços Integrados-RDSI (12
tria e das Universidades. Desde 1981, tura de hardware expansível até 4.096 bits, sinalização de 32 Kbits por canal);
uma média entre 550 e 650 mil ORTNs/ terminais. e funções de comutação de voz e de si
ano vem sendo aplicadas no programa Quanto ao Trópico C (vide Fig. ane nalização independentes.
de comutação eletrônica do CPqD e exis xa), justificando sua denominação de Se comparado com as centrais eletro-
tem entendimentos da Telebrás com a concentrador, se destina a economi mecânicas atualmente em uso (que hoje
Finep visando o repasse direto de recur zar cabos de pares entre a central telefô ocupam todo um salão) o Trópico R pode
sos para a Elebra e PHT, que são indús nica (pode ser eletromecânica ou CPA) e ser considerado extremamente com
trias que colaboram com o projeto. Se um conjunto de assinantes. O Trópico C pacto. Apenas 3 bastidores são neces
gundo Marília Rosa Milhan, da Finep, é constituído de uma unidade distante sários para abrigar mil terminais e com
trata-se de um financiamento da ordem (UD) localizada na região dos assinan 8 chega-se à capacidade prevista de
de 1,3 bilhões de cruzeiros, baseado em tes, e de uma unidade central (UC) que 4.096 linhas. O Trópico R é de concepção
royalties futuros que reverterão para a fica junto à central (Nota: se esta for um modular. Apenas 25 tipos de placas de
própria Finep e para a Telebrás com a Trópico R, elimina-se a UC). Segundo circuito impresso são empregados no
comercialização do Trópico. estudos efetuados, o sistema já é econô projeto e conectores EMPG (nacional)
mico a partir de distâncias de 1 km, diminuem a necessidade de cabeaçáo. E
Família Trópico visto que se utilizam apenas 2 ao invés para o futuro estão em desenvolvimento
de 192 pares, para a interconexão con 3 circuitos integrados dedicados que,
Os elementos da família Trópico, centrador-central. O Trópico C ainda quando prontos, diminuirão ainda mais
identificados por letras, incluem o mo existe na versão CM, que conecta 192 o volume físico da central. A parte me
delo C (concentrador de 192 linhas); R assinantes a 29 linhas da central, via cânica do projeto Trópico foi projetada
(local/tandem de 4 mil terminações); RA entroncamento digital, e o Trópico CL em convênio com a Elebra.
(uma extensão do R até 16 mil termina que atua como estágio de linha local (de Sob o ponto de vista de sua arquite
ções); L (local/ tandem até 64 mil termi 192/29 linhas) da central telefônica (a tura, o Trópico R é constituído por mó
nações) e T (trânsito para 50 mil transmissão continua analógica). dulos de comutação: módulos de termi
troncos). A tecnologia do Trópico R é bastante nais (assinantes, juntores, enviadores) e
módulos de manutenção. Prevendo o fu
turo mas convivendo com o presente o
Trópico R possui uma rede de interfaces
para se adaptar a diversos tipos de assi
nantes e de redes. (Vide Fig. anexa)
Logicial
Mas é no logicial e na sua integração
com o ferramental que reside grande
parte do esforço sendo desenvolvido em
relação ao sistema Trópico. Segundo
Marta Martini, do CPqD, "a complexi
dade do software das centrais telefôni
cas CPA-Ts só é suplantado pelo soft-
ware empregado em naves espaciais“.
Trata-se não somente de um problema
Laboratório
de Comutação técnico, diz ela, mas também de um pro
Eletrônica, blema gerencial — o de manter linhas e
Central linhas de programação para formar um
Trópico R. todo operacional coerente.