Page 26 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1986
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A ODISSEIA DO
DESENVOLVIMENTO
CPqD e a RDSI
Amarrando os nós da Rede
O surgimento da Rede Digital de Ser com qualquer central no mundo". de capacidade (para comunicação de voz
viços Integrados — RDSI é hoje consi » Um adepto ferrenho da RDSI, expli e dados de alto tráfego) acrescidos de 1
derado algo inevitável, mas como disse cou o técnico que "a padronização dos canal de 16 Kbits (para dados e sinaliza
Rufino Carneiro da gerência do progra acessos é extremamente importante a ção), totalizando uma comunicação com
ma de transmissão digital do CPqD, sua fim de não serem criadas ilhas tecnolo velocidade de 144 Kbits.
implantação dependerá da cultura de gicamente dependentes dos fabrican Tudo seria mais fácil do lado da
cada país e só mesmo uma bola de cristal tes”. Em termos práticos, isto significa transmissão, se a rede existente não fos
para indicar qual o melhor caminho a que devem ser desenvolvidas as interfa se constituída de pares telefônicos de di
seguir. ces S e T, além da sinalização do canal D versas bitolas, formando um todo não
Para Ivanil Bonnatti, do grupo de ( vide Revista Telebrasil M/J 84) e dos homogêneo. Diversos grupos estão estu
telemática da Unicamp (conveniado acessos TR 1 e TR 2. Em consequência, dando o assunto. A Unicamp em convê
com o CPqD), multiplicaram-se no Bra no caso das centrais Trópico já estão nio com o CPqD estuda por exemplo a
sil as redes dedicadas como as de Telefo sendo desenvolvidas placas de assinan realização de um circuito integrado
nia, Telex, Transdata, Renpac, Findata, tes que ostentarão primeiro, um acesso para atuar com interface de linha do
Videotexto e deveremos chegar à RDSI básico simplificado e a seguir virão um CC1TT, e que conterá facilidades tais
através da digitalização da rede telefô acesso básico completo. como modelamento da rede, cancela
nica e incluindo a rede de assinantes. Outro aspecto da RDSI é a digitaliza mento de eco, equalização adaptativa,
A digitalização e modernização da ção das linhas dc» assinantes, o que cons bobinas híbridas digitais e códigos de li
rede, no entanto, se processa desde os titui, sem dúvida, o grande desafio para nha. E ainda como técnicas, para um fu
anos 60, com a introdução de PCM entre as operadoras, tendo em vista o volume turo mais distante, estão sendo pesqui
centrais (entroncamento até 34 Mbs), a do investimento já realizado na rede sadas a transmissão denominada "ping-
que se seguiu a introdução de fibras óp analógica existente. Tecnicamente, o pong” com surtos de 300 Kbits bem
ticas. Outro grande passo é o da introdu objetivo da digitalização do assinante como a transmissão bidirecional (full-
ção do rádio de microondas digital com o consiste na obtenção de uma comunica duplex) a 144 Kbits, via par telefônico.
que o processo de digitalização se exten- ção bidirecional digital (voz e dados),
derá para as comunicações a longa dis sem repetidores, em distâncias que Unicamp
tância, de integração regional e até ur variam de 200m a 10km, entre o assi
bana. A fase atual é a de digitalização de nante (caracterizado por um acesso bá A introdução das técnicas digitais fez
centrais locais (concentradores, multi- sico), e uma central de comutação digi com que estudos de modelamento e soft
plexadores, CPATs) e parte da trans tal (CPA-T). O acesso básico (interface ware bem como abordagens experimen
missão, sendo o último passo a digitali S)} definido pelo CC1TT, define-se como tais para comunicações de alta eficiên
zação da rede de assinantes até a cen 2B+D. Isto significa que ficarão à dispo cia passassem a ser pesquisados pelo
tral. sição do usuário dois canais de 64 Kbits CPqD em convênio com as universida
des, principalmente com a Universi
Telebrás dade Estadual de Campinas.
s
Com ênfase no desenvolvimento de
A Telebrás criou 5 grupos de traba software, que tiveram início em 82, a
lho para investigar os aspectos funda área de telemática da Unicamp estuda
mentais da RDSI em nosso País, deno coisas tais como: simulação do compor
minados: evolução das redes, padroniza tamento da linha de assinante (ou SLA)
ção de interfaces (S, T, U); estudo do nó para o novo cenário digital (o que en
RDSI; sinalização por canal comum e volve programas-fonte de até 6 mil ins
protocolos; e planejamento de experiên truções); simulador de protocolo ( ou Si-
cia piloto. Os referidos grupos são coor pro), que estuda ligar qualquer termi
denados pelo Depto. de Planos de Enge nal a qualquer rede; análise de desem
nharia e recebem diretrizes de um Co penho de equipamentos digitais em rede
mitê de Digitalização, da Telebrás. local (uma espécie de super-PABX com
— Estamos numa fase onde há mui comutação e transmissão num só equi
tas respostas a serem obtidas no cenário pamento); simulação de tráfego para as
nacional. Como integrar por exemplo as centrais Trópico; comutação por pacotes
redes privadas? Que categoria de usuá do tipo de envoltório; códigos para maior
rios deve ser atendida e para que tipos confiabilidade e uso eficiente da faixa
de serviços? — indagou Rufino Carnei passante; análise e síntese de circuitos
ro, explicando que "já existe uma pro digitais; modulação e codificação simul
posta, a nível de Minicom, para a padro tâneas.
nização de terminais, algo fundamental A mudança da rede analógica para digital Já no Laboratório de Comunicação
para garantir sua portabilidade, tal trará um profundo impacto na operação do Digital, que conta em seu ativo, como
como um aparelho telefônico fala hoje sistema urbano. disse Rui Fragassi Souza, da Unicamp.