Page 8 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1985
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A s q u e s t õ e s q u e a g i t a m
o s e t o r d a s T C s
O setor das telecomunicações (TCs) cional e de capacitação tecnológica. Fru de insumos e produção no País de equi
sempre se orgulhou de seu modelo in to dessa política cresceu a participação pamentos de tecnologia digital.
dustrial que, segundo os idealizadores, da indústria nacional, as indústrias es Atualmente, vários fatores têm con
deveria "prover, em território nacional, trangeiras aqui estabelecidas foram na tribuído para uma reavaliação desse
à quase totalidade dos insumos neces cionalizadas e cresceu o desenvolvi modelo industrial, uma tarefa que vem
sários” . De fato, ao longo de uma dé mento tecnológico local — inclusive nas sendo empreendida pela Secretaria de
cada, minimizaram-se as importações empresas nacionalizadas. Hoje, o perfil Assuntos Industriais, do Minicom.
— o setor hoje importa apenas 7% do que da indústria de telecom unicações é Como explicou o ex-Ministro das Comu
consome — fortaleceu-se a indústria, constituído de um setor de comutação e nicações Quandt de Oliveira, hoje em
desenvolveu-se tecnologia local e im transmissão (60 a 70% do investimento presário (na Splice), e que baixou origi
plantou-se o CPqD. Alavancas destaca da Telebrás) com empresas nacionaliza nalmente a Portaria 622, "a reserva de
das desse sucesso foram o poder de com das e tecnologias de origem européia mercado e o cartório foram medidas
pra do Sistema Telebrás e o progressivo (Ericsson, Equitel, Pirelli), americana apropriadas na época, quando se tra
aprimoramento dos recursos humanos (Sesa, Ficap) e japonesa (NEC), Furu- tava de uma indústria nascente, mas
do País. kawa). O restante das encomendas fica, hoje não convém mais restringir o nú
basicamente, com a pequena e média mero de empresas destinadas a compe
Modelo empresa (PME) nacional. tir livremente”.
A Portaria 622 prevê ainda a exis Ponto de vista similar é adotado pelo
A cartilha industrial das TCs deu tência de modelos de equipamentos pre economista Almir Vieira Dias, presi
seus primeiros passos com a Portaria ferenciais, c limita entre dois e quatro o dente da Telebrás, que encontrou "mui
661, continuou com a 622 (19.C 6.78), até número total de fabricantes por linha de to protecionismo no setor” e para quem
hoje em vigor, com as modifit ições in produtos. "a competição deve ser estimulada”. Se-
troduzidas posteriorm ente p da Por Servindo de pano de fundo a esta gundo alguns empresários, existe,
taria 215, e que distinguem dois regi política, o Sistema Telebrás desenvol porém, no regime de livre concorrência
mes de aquisição de bens e serviços: a re veu um mecanismo orçamentário efi de oferta — baseado num só comprador
serva de mercado para os equipamentos ciente e cada vez mais controlado pelos (monopsônio) — os perigos da pulveriza
de ciclo longo e elevado investimento e órgãos do Ministério do Planejamento e ção excessiva do mercado e da concor
licitação para os demais. aprovou-se, no Governo Figueiredo a lei rência predatória, ainda que digam em
Essa regulamentação teve como fi da Informática, que deu amplos poderes resposta seus críticos "que conviver com
nalidade a implantação de uma política, à SEI e posteriormente ao Ministério da o risco da falência é parte do jogo da li
de longo prazo, de apoio à indústria na Ciência e Tecnologia sobre a importação vre iniciativa”.
Empresários do setor de TCs, reunidos em São Paulo, discutiram os diversos aspectos que abrangem as empresas
como um todo.
Telebrasil.Set. °uN