Page 7 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1985

tuinte para auxiliar àqueles que tenham
dúvidas quanto ao funcionamento e objeti­
vos da Assembléia Nacional Constituinte.
— Até dezembro — garantiu — o pro­
grama Telestrada deverá estar em pleno
funcionamento e em sua primeira fase irá
atender a quatro dos mais importantes per­
cursos rodoviários do País, principalmente
ao tráfego de veículos de carga: Rio de Ja­
neiro-Porto Alegre, passando por São Pau­
lo, Paraná e Santa Catarina; Rio de Janei­
ro-Salvador; Cuiabá-Porto Velho e Belém-
Brasília. Estes trechos representam 36%
do tráfego rodoviário nacional. Na segunda
fase da implantação do programa, o Mini-
com pretende cobrir outras rodovias impor­
tantes de todo o País.
Quanto a redução das tarifas telefônicas
para os usuários de baixa renda, disse o mi­
nistro que a medida ainda não está sendo
cogitada, porque teria de ser feito um le­
vantamento das áreas mais pobres. Ele
acredita que, por enquanto, o uso do tele­
fone compartilhado irá atender esse seg­
mento mais carente de nossa sociedade.
Indagado pela Telebrasil se já tinha ha­
vido entendimentos com o Ministro da
Ciência e Tecnologia, Renato Archer, rela­
tivos à importação de componentes para
CPAs, revelou Antonio Carlos Magalhães
que já houve "entendimentos e desentendi­
mentos”. E explicou:
— Eu espero que a SEI, que está subor­
dinada ao Ministro Renato Archer, não
prejudique, sobretudo, o fornecimento de
A b e c o r t e l
"As empresas fornecedoras do Sis­
tema Telebrás estão vivendo a sua pior
recessão dos últimos doze anos e muitas
passaram a financiar nos bancos as suas
folhas de pagamento, como forma de
preservar o pessoal”. A declaração é do
presidente da Abecortel-Associaçáo
Brasileira de Empresas Construtoras
de Redes Telefônicas (coligada da Tele­
brasil), Márcio Lacerda, ao reclamar da
demora do Ministro do Planejamento,
João Sayad, em liberar o novo limite de
investimento das estatais aprovado no
começo de julho.
Segundo Márcio Lacerda, o atraso da
liberação dos recursos do Sistema Tele­
brás, dos quais as 150 empresas de ser­
viços ligadas à Abecortel dependem em
90%, provocará a curto prazo um proces­
so de demissão dos 15 mil empregados
do setor. O mesmo processo seria desen­
cadeado entre as 70 indústrias que man­
têm cerca de 45 mil empregos. "A Nova
República está nos tratando pior do que
a velha. Este é o lamento corrente no
nosso meio empresarial”, disse o presi­
dente da Abecortel.
Campanha de descrédito
Do novo limite de Cr$ 5 trilhões e 43
bilhões, Márcio Lacerda acredita que
equipamentos indispensáveis ao bom fun­
cionamento do sistema de telecomunica­
ções. Ele conhece bem os nossos problemas
e só temos razões para convergir e não di­
vergir.
Brasilsat
Antonio Carlos Magalhães anunciou
que o satélite doméstico já atende a 18 lo­
calidades da Amazônia, outras tantas do
Centro-Oeste e o Território Federal de Fer­
nando de Noronha com serviços telefônicos,
de telex e de televisão. Lembrou que, no
ano passado, o Brasil gastou com aluguel
do Intelsat mais de 8 milhões de dólares e a
previsão para este ano seria de um mon­
tante aproximado de 200 milhões de
dólares.
Sobre o lançamento do Brasilsat II, o
ministro acredita que aconteça provavel­
mente em janeiro ou fevereiro de 86, "na
medida que a encomenda seja entregue
pela empresa fornecedora, a Spar”. E re­
velou:
— O satélite reserva não está nos fa­
zendo falta, porque o Brasilsat I ainda não
está total mente ocupado. Porém, a partir
de meados do próximo ano já necessitare­
mos utilizar o Brasilsat II.
Por fim, disse Antonio Carlos Maga­
lhães que era um otimista porque estava
Telefonia Rural: uma ênfase do Ministério dits num setor desenvolvimentista, que traba­
Comunicações (loto: Fazenda dos Macacos lha e que vai continuar assim, voltando-se
Telepoiús). cada vez mais para os aspectos sociais.
r e c l a m a f a l t a d e r e c u r s o s
pelo menos 63,9% já foram contratados, constantes com assessores do Ministro
o que deve ter ocorrido até o final de João Sayad, mas a informação é de que o
abril. "Como as empresas do Sistema próprio Ministro do Planejamento está
Telebrás são muito obedientes, inter­ segurando o protocolo de liberação das
romperam as contratações a partir de contratações que ainda restam.
maio, quando o presidente José Sarney — Mas não será com Cr$ 1 trilhão ou
tinha apenas recomendado a sua sus­ Cr$ 2 trilhões do Sistema Telebrás que o
pensão, o que transformou em decreto Ministério do Planejamento vai tapar o
no mesmo mês” , disse o empresário, rombo do Tesouro Nacional — advertiu
para mostrar que há 5 meses o setor, Márcio Lacerda, acrescentando: "Por
tanto em equipamentos quanto em ser­ trás dessa demora propositada existe o
viços, não recebe novos contratos. risco de estar sendo articulada uma
O presidente da Abecortel disse, campanha de enfraquecimento e descré­
ainda, que vem mantendo contatos dito das empresas de telecomunicações
como forma de baixar os preços de em­
presas estatais sólidas, que seriam mais
facilmente privatizadas. Conseguindo
isso, o Governo estaria comprovando
perante a Nação a sua incapacidade de
administrar e lavaria as mãos. Mas é
bom que atentem para o fato de que es­
tariam dilapidando o patrimônio públi­
co, o que é um crime”.
Por fim, Márcio Lacerda lembrou
que, no começo do ano, as empresas ti­
nham perspectivas de um crescimento
real de 10% para este exercício, o que já
está descartado. Comentou que uma in­
dústria pequena, por exemplo, que em
1984 vendeu 2 milhões e 500 mil dóla­
res, até o final de julho não tinha che­
M árcio Lacerda, presidente da Abecortel. gado aos 500 mil dólares. ir