Page 16 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1985
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C P A - T s : F a b r i c a n t e s n u m a e n c r u z i l h a d a
Os equipamentos de telecomunica tores de grupo de outro fabricante”, ar Outra possibilidade seria conviver o
ções —- e também muitos computadores gumentam os fornecedores. Sistema Telebrás com centrais de tec
— rarámente operam isolados, daí a im Nem todo mundo porém é da mesma nologia eletromecânica e de CP As espa
portância da padronização de suas in opinião. Há os que acreditam que as es ciais ou analógicas (nestas a matriz de
terfaces a fim de capacitá-los a operar pecificações da interface entre estágio comutação não é do tipo digital) que não
em regime de redes.. Este é o tema tra de linha e seletores de grupo devem ser se incluem na Lei de Informática e são
tado no artigo 23, da Lei de Informática amplamente divulgadas facultando a até mais baratas (da ordem de 15%) do
(7.232), ao registrar que os fabricantes que outros fabricantes nacionais pos que as centrais temporais, até o comple
de equipamentos para comercializar sam participar do fornecimento dos es to desenvolvimento do Trópico. E ainda
produtos no mercado interno estão obri tágios de linha, algo que pode vir a sig poderia ser mantido o status quo.
gados a divulgar as informações técni nificar, segundo revelou Rômulo Villar O problema é complexo, mas como
cas necessárias à interligação ou cone Furtado, por ocasião do Informática ’85, diz Luiz de Oliveira Machado, diretor de
xão desses bens com os produzidos por em São Paulo, entre 60 e 70% do valor tecnologia da Ericsson do Brasil, "o Co
outros fabricantes. da central de comutação. nin com a presença de 16 Ministros de
Estado tem todas as condições para re
Conin solver esses problemas”.
O mesmo artigo da Lei atribui ao Trópico
Conselho Nacional de Informática e Au-
tomação-Conin, o estabelecimento de Enquanto isto, prossegue no CPqD o
critérios para essa divulgação de infor desenvolvimento da CPA-T nacional —
mações. a família Trópico — iniciada em 73 (com
E esse artigo da Lei, aparentemente o projeto Siscom). Como explica o enge
inócuo, motivo de verdadeira celeuma nheiro Aldemar Parola, responsável
sobre o que deve ou não ser divulgado pelo projeto, "o Trópico C (concentrador)
pelos fabricantes de centrais públicas de é feito para economizar cabos de pares e
comutação CP As (de comando por pro já está em operação comercial no Sis
grama armazenado) temporais, de tec tema Telebrás. Quanto ao Trópico R
nologia totalmente digital e que recaem Rômulo Villar Furtado, Secretário Geral do (Rural) já está na fase de transferência
dentro do âmbito da Lei 7.232. Mini com. de tecnologia com a Elebra Telecom e a
O mercado das telecomunicações pú Promon High Tecnology (é nacional)
blicas é repartido, segundo Rômulo Vil- para o fornecimento de 14 centrais que
lar Furtado, Secretário Geral do Mini- Discussão antiga entrarão em operação no ano que vem
com, por empresas sob controle acio na Telesp, Cetel, Telebahia, Teleij e
nário brasileiro (ou joint-ventures), que A discussão todavia é antiga. Kival Telepar. ''7 777v:
detém 44% do faturamento, por empre Chaves Weber, Subsecretário de Ativi A Telebrás assinou carta de intenção
sas de capital nacional com 33% e por fa dades Estratégicas da SEI (a Secretaria com as duas indústrias nacionais para o
bricantes de cabos de capital estrangei Especial de Informática é a favor da li fornecimento de 15 mil terminações por
ro, com 23%. As empresas nacionaliza beração de informações para os estágios ano, nos próximos 5 anos. O Trópico R
das (antes eram de capital estrangeiro) de linha), lembra que desde setembro de tem capacidade de 1.536 terminações,
detém basicamente o segmento de cen 80 foi criada uma comissão paritária mas com novo software deverá alcançar,
trais de comutação, sendo que no caso com o Minicom, da qual resultou a solu em dezembro deste ano, 4.095 termina
das CPA-Ts (Centrais Temporais) o ção de 90% dos problemas levantados ções”, explicou Parola. Para o engenhei
mercado de centrais públicas ficou divi pela introdução de CPA-Ts. No entanto, ro, a padronização dos acessos é muito
dido entre Equitel, Ericsson e NEC, à diz ele, em agosto de 83 dois problemas importante "a fim de evitar ilhas tecnlo^
espera da tecnologia Trópico, sendo de importantes não estavam solucionados: gicamente dependentes de fabricantes
senvolvida pelo CPqD da Telebrás. a questão filosófica do que é empresa na e revelou que "o CPqD participa de 5
Uma central de comutação pode ser cional e sobre controle de insumos ele grupos de estudos esperando que ao fi
descrita como sendo contituída de seis trônicos para equipamentos digitais. nal de 87 o Sistema Telebrás deverá ter
blocos interligados: relés de linha, sub A discussão agora subiu para o âm seus protocolos de padronização defi
sistema de assinantes, seletor de grupo bito da Comissão criada pelo Conin para nidos”.
(ou inteligência da central), subsistema tratar do artigo 23 da Lei de Informá Quanto ao futuro da família Trópico,
de controle e seus periféricos, e funções tica, frente à ameaça da SEI de não li o próximo passo será o desenvolvimento
de entrada e saída (entrocamentos). Di berar as importações de insumos para do modelo RA (16 mil terminações) para
zem os técnicos ligados às jont-ventures CPA-Ts, caso não se abram os interfaces atuar como uma pequena tandem loca •
que padronizar interfaces entre os blo dos estágios de linha e de seletores de Já os Trópicos L e T (grandes centrais
cos de uma central CPA-T reveste-se de grupo. públicas) não têm ainda prazos denni
complexidade, porque a interação se dá Para os fabricantes de CPA-Ts a si dos para o término de seu desenvoiv
náo só a nível de software, mas também tuação está altamente indefinida. Uma mento, pois como admite Carlos de
de hardware, e cada fabricante tem sua possibilidade seria as empresas nacio va Lopes, diretor do CPqD, "a realizaç
solução. Assim, dizem eles, tradicional nalizadas abandonarem, em bloco, este de software para centrais em gr®111
mente existe padronização apenas entre mercado levando o País a importar os concentrações urbanas é algo na >
centrais telefônicas, que obviamente equipamentos. Outra alternativa seria complicado” , mas acrescenta qu
faiam entre si, no mundo inteiro, inde a nacionalização total do capital, o que com o desenvolvimento já efetua
pendentemente de qual fabricante. exigiria, além da concordância do sócio bre CPA-Ts economizaremos cerca
”0 que náo se vê (salvo raras exece- distante, um aporte de capital nacional 20 milhões de dólares para o biste
ções) são sistemas constituídos de está da ordem de dezenas de milhões de TaInKroc tJtnWí .
gios de linha de um fabricante e sele- dólares.