Page 30 - Telebrasil - Maio/Junho 1985

In d ú s tr ia
N E C
Hervé Pedrosa, presidente da NEC do Brasil
"Ao completar seu sétimo ano de ati­
vidades, no exercício de 1982, o Bra-
silinvest representa um grupo diversifi­
cado de empresas coligadas, atuando em
áreas de importância essencial na eco­
nomia brasileira. Entre essas áreas des­
tacam-se a financeira, na qual as opera­
ções do grupo são lideradas pelo Bra-
silinvest Distribuidora de Títulos e
Valores Mobiliários Ltda e, a de teleco­
municações, onde assume relevo a Bra-
silinvest Informática e Telecomunica­
ções S.A. (BIT) e a NEC do Brasil S.A.”
Hoje, passados 3 anos, as palavras
acima, retiradas do Relatório Anual do
Brasilinvest, evocam uma situação que
não deverá voltar mais, desde que, a 18
de março deste ano, o Banco Central de­
clarou a liquidação extrajudicial de
duas de suas empresas — o Banco de In-
vestim en tos e a D istrib u id ora de
Valores.
Concordata
À época da redação desta matéria a
Bit havia solicitado concordata, deferi­
da pelo juiz da 25.“ Vara Cível, em São
Paulo. Através de 17% das ações, corres­
pondentes a 51% com direito a voto, a
BIT controla a NEC do Brasil, sendo a
NEC Corporation detentora dos 83%
restantes.
Segundo Hervè Pedrosa, presidente
da NEC do Brasil, a empresa já comuni­
cou âo Governo sua intenção de mu­
dança do parceiro nacional, no que hoje
constitui "uma das maiores preocupa­
ções da companhia”. O novo parceiro, a
ser escolhido, dentre cerca de 15 candi­
datos, incluindo bancos, grupos finan­
ceiros e empresários, está sendo estu­
dado pela NEC e será apontado pelo Go­
verno.
Declarada a concordata, o ativo con­
trolador da BIT será vendido ao novo
parceiro que assim ingressará no pro­
v a i d e i x a r B I T e q u e r n o v o p a r c e i r o
cruzeiros em aplicações no Grupo Bra­
silinvest e em 25 de março — data do re­
querimento da concordata da BIT —o
saldo estimado a receber de sua contro-
ladora (BIT) montava aproximada­
mente a 11,6 bilhões de cruzeiros.
Não obstan te o fato, a NEC no
balanço publicado referente ao exercício
de 84, ressaltou que "a continuidade das
operações da companhia está assegura­
da pelo fato do acionista do exterior,
NEC Corporation, ter assumido o com­
promisso de continuar apoiando e parti­
cipando do desenvolvimento das comu­
nicações no Brasil, dartdo total cola­
boração à administração brasileira do
setor, bem como dando todo o apoio pos­
sível para que a companhia cumpra
seus compromissos e alcance seus obje­
tivos empresariais”.
missor mercado de CP As cuja reserva
para a NEC continua para o Grande Autoridades Competentes
Rio, cidades do interior de São Paulo e Ao final do relatório da NEC ficou re­
Bahia. gistrada a preocupação da empresa em
Presidido por Hervè Pedrosa, o Con­ permanecer no mercado brasileiro de
selho de Administração da NEC é cons­ telecomunicações, ao dizer que:
tituído até agora pelos Srs. Suzuki Sai- — Por sua vez, as autoridades compe-
to, M. Garnero, I. Coelho, A. Lima e M. tentes manifestaram-se confirmando
Prado. A diretoria executiva tem corrio que, uma vez cumprido o que determina
membros: H. Kikuchi (VP), Arthur A. a política industrial, a companhia conti­
Peixoto (DT/DC), Renato Ishikawa nuará a merecer a confiança dessas au­
(DEF/DA) e M. Kawabe (Dir. Ass. Espe­ toridades, que atribuem a maior impor­
ciais). tância à continuidade da presença da
Em termos financeiros, a NEC em 18 companhia no mercado industrial de
de março de 85, possuia 20 bilhões de equipamentos de TCs”. (JCF)
S i t u a ç ã o d a S e s a ITT (76% dos terminais instalados).
Carlos Augusto de Carvalho, presidente
p e r m a n e c e do Baneij, declarou em entrevista à Telebra-
sil, que foram liberados os direitos crediticios
da Sesa para pagar 700 milhões de cruzeiros
c r í t i c a
aos funcionários e trocaram-se 9 bilhões de
cruzeiros de crédito por debêntures conversí­
veis.
No passado, um estudo de viabilidade Na ocasião, o Banerj, em telex ao Banco
chegou a mostrar que a Standard Eletrônica Central, com cópia para a comissão de em­
— Sesa, no que dependia de seus credores, pregados, Ministério das Comunicações e
mercado, tecnologia, funcionários e insumos,
tinha condições de sobreviver e prosperar.
No entanto, debate-se a Sesa com dificulda­
des praticamente insuperáveis, encontran­
do-se numa situação que no dizer de um exe­
cutivo "é como a casca de um ovo que teria
sido esvasiado, a não ser a boa vontade dos
funcionários”.
Não se trata porém de má vontade dos
credores. O Banco do Estado do Rio de Janei­
ro (Baneij) é um dos que tem interesse na so­
brevivência da indústria — uma geradora de
empregos e integradora do pólo eletrônico do
Estado — bem como o Sistema Telebrás e em
particular a Telerj que querem manter uma
fonte de reposição de peças das centrais ele-
tromecânicas de tecnologia Pentaconta da Vicente Valdir de Barros, presidente do Sindicato.