Page 26 - Telebrasil - Maio/Junho 1985

ponentes com precisáo de 0,2 mm. Tam­ Máquinas montadoras

bém são fornecidas embalagens a gra­

nel e em trilhos ou cassetes de 200 com­ Os componentes CMS foram desen­

ponentes. volvidos tendo em vista sua aplicação

A montagem envolveu a solução de em máquinas montadoras automáticas

três problemas: conexão elétrica, cola e quando então realizam efetivamente

solda. A conexão elétrica foi obtida pelo todo benefício que deles se esperam.

contato metálico entre os terminais dos Uma série de empresas desenvol­

componentes (são pequenos p e z in h o s ) veram e comercializam máquinas mon­

com sapatas criadas na superfície do cir­ tadoras, como é o caso da Sony, Fuji,

cuito impresso. No processo de colagem Brown e da própria Philips. No Brasil,

a Philips adotou resina epoxi com 80% além da Philips, a Icotron (Siemens), a

da pega alcançada em 30s e apresenta Thompson — CSF e a Vi tramou já ma­

três alternativas: s c re e n , seringa ou nifestaram interesse em explorar esse

pino (esta última preferível) — (F ig . 4). mercado.

Quanto ao processo de soldagem teve Tais máquinas se destinam à produ­

que ser contornado o fato de que a au­ ção automática de painéis eletrônicos

sência de furos nos novos painéis im­ padronizados e representarão sem dú­

pressos dificultava o escape dos gases e vida um forte impacto no mercado de

assim perturbando a solda. A solução trabalho das montadoras. Por outro la­

encontrada foi a de d u p la onda de solda do, será difícil competir no mercado in­

onde, segundo explicação dos técnicos ternacional sem o emprego de tais méto­

da Ibrape, "o substrato recebe sucessi­ dos adotados nos países desenvolvidos.

vamente dois jatos de solda que molham E o mercado é grande.

perfeitamente os contatos a serem efe­ A Delco por exemplo monta 5 mi­

tuados”. lhões de componentes eletrônicos CMS

por dia ao passo que a IBM tem máqui­

nas desse tipo encomendadas e compra

placas montadas da própria Philips. A
F i g . (i () coração das máquinas automáti­
Sharp em Manaus e outra que emprega
cas m ontadoras de componentes eletrônico*
a técnica CMS adotando, porém, um
() com ponente e retirado do alvéolo de urm
processo de montagem ainda manual. fita plástico de armazenamento para ser de

A seleção do tipo de máquina a ado­ posit ado na placa im pressa.

A Aplicação de Cola tar depende do volume de produção de

cada indust ria. Existem três modal ida­

des de máquinas: linear, sequencial e si­ MCM III (vide Fig. 5) de colocação

multânea. Na primeira, a placa impres­ do tipo simultânea, com controle via fer­

sa fica fixa e um cabeçote se move para ramenta] (h a rd w a re ) e operando com 32

depositar os componentes. Na sequen­ fitas de componentes, ciclo de tempo de

cial diversos cabeçotes posicionam os 2,5s e capacidade de montar até 275 mil

componentes e, na simultânea, plaque­ componentes CMS horários;

tas e cabeçotes se movem dando maior — MCM IV desenvolvida para mon­

produção. (Tabela 2). tagem de circuitos híbridos.

a) - o pino penetra no adesivo
O coração das máquinas montadoras

da Phillips é um pequeno cabeçote me­

cânico altamente sofisticado (vide Fig. 6 i

constituído de um pipeta e de garras que

retiram os componentes dos alvéolos '
1) — o substrato recebe pontos de cola pela tecnolo­

gia de pino. onde estão armazenados e os levam até o

2) — uma garra especial retira o componente da fita. ponto exato onde serão depositados no

3) — a garra aplica o com ponente no ponto de cola painel impresso.
b) - o pino retira uma gota de

adesivo predeterminado Uma conseqüência dessa nova meto­
4) — o substrato vai para o banho de solda dologia de fabricação se refletirá sem

5) — a placa está pronta para teste e montagem final
dúvida na maneira de encarar a manu­

tenção eletrônica quando se tornará

Um micro comanda a ação de diversos pinos e garras
mais barato trocar toda uma placa de
permitindo montar tipicamente até 32 dispositivos si
impresso do que pesquisar e trocar um
multâneos, em menos de 3 segundos.
simples componente defeituoso. Por ou­

tro lado, esse tipo de tecnologia exige al­

gum investim ento — uma máquina

i\ Como explicou Sérgio Eckhard, du­ simples para inserir componentes custa

c) - o pino leva o adesivo ao rante sua conferência, a Philips oferece da ordem de 50 mil dólares — e diversos

substrato
quatro tipos de montadoras: fabricantes pequenos e médios podem se

— MCM I para colocação manual (do organizar em p o o l para utilizar facilida­

tipo linear) com ciclo de trabalho de 15s des de montagem comum, tal que já

e capacidade horária de 10 mil compo­ ocorre nos Estados Unidos.

d) - o pino ao se retirar deixa nentes instalados; De qualquer maneira a indústria de

uma gota de adesivo
— MCM II (vide Fig. 1) controladas a componentes vai de vento em popa. A

logical (so ftw a re ) o que facilita sua inte­ produção anual de resistores de filme da

gração com tecnologia de projeto e fabri­ Constanta-Ibrape é de cerca de 3 bilhões

cação auxiliados a computador (PAC/ de unidades anuais, 60% dos quais se

Fig. 4 — O sistema de pino aplica cola com FAC) e ciclos de trabalho de 15s e 10 mil destinam à exportação. Um desempe­

precisão e é adotada pela Philips. componentes-hora de capacidade; nho para ninguém botar defeito. t