Page 25 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1984
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base e de programas de apoio, em se tra paranaense e engenheiro-eletrónico, para determinadas aplicações. É o caso
tando de micros, mas não ainda para os Eduardo Guy de Manuel. por exemplo de certas em presas que
computadores maiores. Mas é na área O primeiro birô de serviços de infor operam no ramo dos term inais ban
de aplicações que estão as maiores opor mática (anterior à década de 60) foi a cários ou de caixas para supermercados;
tunidades de negócios, que vão desde o Datamec, uma empresa do grupo Ducal, • as firmas de consultoria, que assis
logicial para o controle de processos in surgindo depois birôs privados e esta tem o usuário com o estabelecimento de
dustriais até as aplicações denominadas tais (Serpro, Dataprev). Ao início da dé planos diretores (informática sim, mas
científicas (gráficos, projeto auxiliado a cada de 70 náo chegavam a uma dezena para que?), dimensionamento de siste
computador), alem do uso mais tradicio as empresas que se dedicavam a servi mas, estudos de viabilidade e de estru
nal da informática para fins adminis ços outros que náo birôs, e foi com a vul turaçáo de redes;
trativos e para entretenimento (os jo- garização dos micros que surgiu maior • os institutos de treinamento, que se
guinhos eletrónicos). diversificação nas empresas de serviços dedicam ao importante aspecto de atua
Já sob o ângulo da propriedade, o lo de informática. lizar conhecimentos, num mercado pro
gicial em muito se assemelha ao mer — Mas a ênfase inicial da informá fissional em que a tecnologia evolui com
cado musical: é facil aparecerem inicia tica brasileira foi dirigida para área de extrema rapidez e há grande fome de
tivas piratas, nas quais cópias mais ou equipamentos, motivada pela introdu profissionais capacitados (apenas (¥% da
menos fiel dos produtos são tiradas e co- ção, na década de 60/70, dos primeiros demanda de analistas é atendida);
mercializadas, com desrespeito aos computadores pelas multinacionais e • as empresas de comercialização, es
direitos de seus autores. que recorreram, como era a tendência pecializadas na venda, divulgação e ma
Na ausência de lei específica que de na época, a profissionais da área de ele nutenção principal mente de micros e de
fenda a propriedade do logicial, como no trónica, que posteriorm ente em pre produtos logiciais.
Brasil (discute-se a tese do direito au gariam sua vocação natural para a fa Náo existe todavia nítida demarca-
toral versus o da propriedade indus bricação de m áquinas no país Dessa çao entre todas as atividades descritas e
trial), a melhor defesa é ainda, segundo maneira, a política nacional de informá e possível que uma empresa de comer
alguns observadores, "agir à am eri tica, sempre deu mais ênfase á fabrica cialização promova cursos para atrair
cana”, isto é, enfrentar a pirataria pelo çao de computadores, deixando em pla clientes e que grupos de treinam ento
impacto de novos produtos sempre mais no secundário a área de logicial e dos ou promovam logicial afinal o mercado é
atualizados. tros serviços afirma Jose Maria Te- livre e altamente competitivo, explica o
Mas o assunto da pirataria e da con xeira Sobrinho. ex-presidente de Assespro.
corrência dos birôs estatais é sério, o que
deu ensejo ao seguinte desabafo de um Os Convênios da Assespro
empresário:
— O negócio do logicial e o melhor do Dentre os principais birôs filiados a
mundo, melhor até do que petróleo, f f A Política Assespro, citam-se: Datasys e Sispro
desde que não ocorram agressões por (RS); C etil e D atasu 1 (S C ); D ata-
parte das estatais, dos piratas e das ins de Informática serv(PR) Servimec, Logicred, Cebi,
tituições financeiras. relegou o logicial Procede, Proconsult(SP); Apoio, Inter-
Quanto á concorrência prestada data, Datamec e Medidata (sistemas)
pelos bancos, Paulo Chaves Lopes, que a um plano (RJ); VPsi, Spress, Engepel, Sicom (lo
preside a Assespro (RJ), e de opinião que secundário 9 9 gicial (MG); Politec (GO) e Secrel (CE).
estes oferecem hoje de graça serviços A Assespro, que representa o empre
computadorizados que cedo ou tarde tJ M Teixeira S<ihnnho) * • sariado nacional, mantém convênios
serão cobrados de seus correntistas. com outras entidades como a IBM, a
Control Data e a Racimec, além de ou
tros que foram firmados por ocasião do
Outros Serviços 5. Enesi (Encontro Nacional das Em
Mas hoje a situação está mudando e presas de Serviços de Informática), rea
A Associação das Empresas de Servi entre os serviços que o mercado de infor lizado em setembro, no Rio, com a Bur-
ços de Informática — Assespro, inicial mática oferece distinguem-se: roughs, Embratel, Itautec, ABEP (em
mente criada em 1976 por um grupo de • as empresas de sistemas, cuja fun presas estaduais) e IDORT (desenvolvi
birôs, congrega hoje mais de 200 em ção principal é integrar equipamentos mento do RJ).
presas de capital privado nacional, é seus ou de terceiros com logicial ade Tais convênios, em muitos casos, re
presidida atualmente pelo empresário quado, formando pacotes comerciais presentam uma abertura das multina
cionais para o logicial aplicativo desen
volvido por empresas nacionais e pre-
vêem atividades tais como: aquisição de
computadores por birôs em condições de
crédito especiais (com aval do fabri
cante), a aplicação de logicial nacional
em máquinas não nacionais, a divulga
ção m útua de produtos, o estabeleci
mento conjunto de catálogos, etc.
Numa posição realista, Teixeira So
brinho, que foi presidente do 5.” Enesi,
afirma que tais convênios são úteis a
ambas as partes, "mas uma empresa só
se viabilizará se criar produtos novos e
Guy de Manuel, confiáveis, dirigidos para aplicações de
presidente da interesse no país e com qualidade para
Assespro,
assinando convênio competir no mercado internacional, não
com a Embratel devendo se fechar as portas aos conheci
por ocasião mentos que vem do exterior, que devem
do 5. “ Enesi. ser aproveitados”. »