Page 23 - Telebrasil - Março/Abril 1984

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mais poderoso do que a soma dos ele­
mentos tomados em separado.
p - Poderia entrar em mais detalhes?
R - Os computadores iniciais operavam
com sistemas simples de entrada e saída
de dados. Uma massa de informações era
apresentada localmente ao computador
para ser processada - era o processa­
mento em
acrescentados terminais inicialmente lo­
cais e distantes a seguir, a fim de dialogar
com os computadores — que passaram a
organizar seus arquivos formando banco
de dados. O teleprocessamento nasceu
em torno da década de 70.
P - Que soluções foram dadas para o
telepro cessa mento?
R - A idéia era permitir a comunicação
de dados por meio de telecomunicações.
O mais simples foi a ligação ponto-a-pon­
to empregando linhas e canais de voz
existentes. Depois lançou-se mão das re­
des comutadas de telefonia existentes.
Finalmente desenvolveram-se redes es­
peciais - como a de pacotes — somente
para dados.
P - E foi fácil empregar redes telefônicas
para veicular dados?
R - As redes telefônicas (analógicas)
foram imaginadas segundo um esquema
simples e testado para o estabelecimento
de conversações de voz: um terminal pa­
drão (o telefone), meios de transmissão e
multiplexação* (condutores, rádio de
microondas, satélites, fibras ópticas) e
meios de comutação e controle (centrais
telefônicas). A idéia para transmitir da­
dos através destas redes foi bastante sim-
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pies: converter os dados em sinais analó­
gicos compreensíveis pela rede e que
seriam reconvertidos no destino para a
linguagem digital. Nascia a indústria de
modems que são equipamentos destina­
dos a transformar sinais analógicos em
digitais e vice-versa.
P - E como as Redes Digitais Integradas
irão transmitir dados e sinais.de voz ao
mesmo tempo?
R - Quanto aos dados irão reagir muito
naturalmente, visto que são feitos para
*Na multiplexação diversas informações individuais
são reunidas num sinai único — sem perda de infor­
mação - permitindo seu transporte de maneira mais
econômica por um meio de transmissão de alta capa­
cidade.
Telebrasil, Março. Abril 84
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operar com sinais digitais. Ja para os si­ manutenção entre diversos parcei­
nais de voz será necessário um codifica- ros. No caso citado do videotexto, a em­
dor-decodificador que se encarregará da presa operadora poderia garantir os atri­
conversão de sinais analógicos em digi­ butos necessários para o acesso à rede.
tais. mas não teria, por exemplo, que garantir
a organização lógica de um Banco de Da­
P — Foram citadas as centrais CPAs.O dos que viesse a ser consultado. Para
que são? garantir porem um
R - São centrais de comutação em que o fundamental conceituar um modelo de
Controle se dá por um Programa Arma-
l o t e s. Aos poucos foram sendo rede digital, seus blocos de constitutivos
zenado no próprio equipamento. As e fixar pontos de referências para delimi­
CPAs totalmente digitais - na realidade tar interfaces e o que compete a cada um.
sofisticados computadores - são deno­ Aqui termina a tecnologia e passa a vi-
minadas de centrais temporais, numa gorar a política,
alusão ao fato de que seus sinais são sin­
cronizados e obedecem a um relógio ele- P - Como assim?
trônico. R - A definição de padrões técnicos
operacionais tradicionalmente se dá a ní­
P - O que são Serviços Integrados -a se­ vel político da conciliação de interesses.
gunda parte da sigla RDSI? O l.u Convênio Telegráfico Internacional
R - Até bem pouco tempo a idéia de ser­ - um precursor direto da U1T — data de
viço vinha associada a idéia da rede cor- 1865. Órgãos como o CC1TT e o CC1R tra­
repondente. Pensar em serviço telefô­ tam desse tipo de questões para as tele­
nico equivalia - e ainda equivale - a ima­ comunicações e no caso da informática
ginar a rede telefônica, o mesmo suce­ existem entidades equivalentes. A ISO
dendo para o serviço telex, e assim por (Organização Nacional de Padrões) pro-
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diante. Os terminais também seriam es­ curou criar o que seria um esperanto
pecíficos do serviço: o telefone, o televi­ para a teleinformática com um modelo
sor, o teleimpressor. estruturado em 7 níveis - o OSl «’Open
System Interworking).
P - E portanto. . . Os quatro primeiro níveis são o físico,
R - ... com a introdução das redes digi­ o enlace, a rede e o transporte da infor­
tais, a idéia de rede começa a desapare­ mação os quais seriam transparentes -
cer e a noção de integração dos serviços não interferem - com os níveis superio­
passa a prevalecer. Um serviço passa a res denominados de seção, apresentação
ser - pela nova concepção - muito mais da informação e aplicação.
caracterizado por “atributos” do que por
terminais ou redes, que sao comuns a P — Ecom o está sendo definido pelo
vários serviços. Esses atributos, hierar­ CC/7T a RDSI?
quizados em diversos níveis de abran­ R - Esta definição é objeto da Comissão
gência, fadlitan inclusive definir para XVIII (vide matéria nesta Revista). Um
cada serviço, quer»', será responsável por dos problemas importantes sendo defi­
quais atributos. nido é sem dúvida o da padronização das
interfaces.
P - Podería exemplificar?
R - Segundo a nova concepção de ser­ P - Por que padronizar uma interface é
viço, o videotexto seria definido por importante?
vários níveis de atributos e de entidades R - Uma interface padronizada significa
como manutenção e controle das infor­ que esta aceitará qualquer equipamento
mações do usuário. Seriam então defini­ que atenda suas especificações padrão,
dos quais seriam seus atributos neces­ consequência e obvia:o mercado se
sários desde o acesso físico, elétrico e ló­ abre para qualquer fabricante que aten­
gico à rede,até o logicial software) em­ der a essas especificações. Novos e tradi­
pregado para desenvolver o tipo de apli­ cionais fornecedores passam a disputar
cação sendo efetuado. equipamentos para ligar a interface.
P - Qual a conseqüência de empregar-se P - Como será a estrutura típica de uma
“atributos" para definir um serviço? RDSI?
R - A idéia de atributos hierarquizados R - A figura indica os principais blocos
permite dividir a responsabilidade por que a constituem e que são delimitados^
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