Page 13 - Telebrasil - Março/Abril 1984
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capitais para assumir o controle ção do mercado afeta sensivelmente os
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acionário dessas empresas.
Os advogados presentes ao encontro
Mercado externo ficaram sabendo que as mais de 120 em
presas industriais atualmente existentes P a t e n t e s
O Consultor Jurídico do Minicom dis produzem cerca de 800 milhões de dóla
que o “ desenvolvimento industrial res, correspondendo a importação de in
chegou ao ponto em que agora o país sumos para essa produção em apenas Q U E M S A B E , S A B E
está voltado para a conquisa de merca 10%, ou seja, 80 milhões de dólares, e
dos externos, ingressando, o setor de que as exportações das indústrias de TCs
telecomunicações, na área de exporta têm sido feitas para a Venezuela, Peru, Segundo divulgação do Conselho Nacional
ção". E acrescentou: Chile, Argentina, Colômbia e países do de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico
— As importações são reduzidas e vão Continente Africano. — CNPq. existe uma correlação linear entre o
diminuindo de modo constante à medida Dessas empresas existentes no país crescimento da atividade de registro de paten
em que o parque industrial vai se tor revelou Estrella — , 31 têm capital tes e o crescimento do Produto Nacional Bruto-
PNB dos diversos países. Em outras palavras, ao
nando mais capacitado na produção de acima de 1 milhão de dólares e, quase em
peças e componentes. Dados levantados sua totalidade, têm participação majori crescer a atividade econômica global, cresceria
na mesma proporção o registro de novas ma
pelo Geicom mostram que, em 1975, o tária ou total do capital nacional.
dispêndio global com as importações Concluindo, Hélio Estrella frisou que neiras de fazer e de inventar coisas. Este é um
para o setor era de 249 milhões de dóla a participaçao majontana, nas empre- reforço à tese dos que traduzem desenvolvi
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res, inexistindo qualquer exportação. Em sas industriais, resulta no cumprimento I mento por tecnologia,
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1982, as importações orçaram cerca de de metas lançadas originalmente no Có Se formos nos números dos países industria
80 milhões de dólares, enquanto que se digo Brasileiro de Telecomunicações. lizados. excetuando o bloco soviético, verifi
conseguiu exportar 22 milhões de dóla Esta preocupação do setor representou caremos que em 1980 os Estados Unidos (cam
res, fazendo com que o balanço negativo um passo adiante, no sentido de favore peão absoluto) apresentava pouco menos de 65
entre importação e exportação caísse de cer a nacionalização do capital, respe mil patentes concedidas, seguido do Japão (37
249 milhões para 58 milhões de dólares. tando-se o conceito de empresa nacional mil), França (27 mil), Canadá (23 mil), Grã-
Bretanha (22 mil) Espanha (9 mil), Áustria (8,5
Esse resultado foi alcançado num perío e em estreita obediência ao Estado de
mil), Itália (8 mil) e Brasil (3.8 mil).
do de recessão mundial, em que a retra- Direito’1, **
Posicionando-se ainda melhor do que o Bra
sil: a Suécia (4.8 mil) e a Argentina (4,5 mil). E
ficaram em posição inferior em volume de pa
Instrumentos normativos tentes concedidas: Países-Baixos (3,2 mil), Mé
xico (1.9 mil), índia (1.5 mil), Chile. Egito e Ve
nezuela.
Os objetivos pretendidos pela polí nologia nacional através da criação do As patentes se classificam, segundo sua ori
tica industrial do setor de telecomuni CPqD; desenvolver modelo brasileiro gem, em dois tipos: de “residentes” e de "não
cações podem ser condensados, se de Centrais CPAs, a ser produzido por residentes", cujos números exprimem de certa
gundo Hélio Estrella, nos seguintes empresas de capitais privados nacio maneira o resultado de programas de pesquisa
instrumentos normativos baixados nais. bem sucedidos no País e a aceitação em maior
pelo Ministério das Comunicações: Por sua vez, a Portaria 622/78 tem ou menos grau de patentes vindas de fora. Para
Portaria n.° 102/75— Estabelece os seguintes objetivos básicos: se ter uma idéia, em 80 os Estados Unidos apre
as diretrizes de pesquisa e desenvolvi Alcançar nível adequado de auto sentavam 57% de suas patentes de origem in
mento para o setor. para que as decisões de nature terna, o Japão 81 % (um a França 29%.
Portaria n.° 661/75— Estabelece za industrial e tecnológica sejam to a Grã-Bretanha 25%, a Argentina 39% e o Mé
objetivos básicos da política indus madas dentro do país; reduzir as im xico 11%.
trial; baixa diretrizes para a introdu portações de materiais, componen O caso do Brasil merece destaque especial.
ção de Centrais Eletrônicas (CPA) no tes, equipamentos, serviços e projetos 0 número de solicitações de patentes pratica
Sistema Nacional de Te ecomunica- de engenharia. mente triplicou entre 66 e 80. representando
ções; e determina a organização de E os seguintes objetivos especí um crescimento médio de 389 patentes adicio
Centro de Pesquisa e Desenvolvi ficos : nais do ano. Pela teoria do CNPq, o Brasil de
mento. Desenvolver capacitação própria veria porém apresentar em 80 em torno de
Portaria 622/78 — Estabelece ob de elaboração e execução de projetos 9.600 patentes concedidas.das quais 23.4%
jetivos e diretrizes voltados para a de equipamentos e sistemas de TCs; seriam de residentes do país.
política de aquisição de equipamen desenvolver capacitação própria de Na realidade foram solicitadas quase 8.400
tos e de desenvolvimento tecnológico geração de tecnologia e produção no patentes com uma proporção de 25.7% origi
de telecomunicações. país de materiais, componentes e nais do País. Mas o
Portaria 215/81 — Estabelece dire equipamentos e sistemas de TCs; im das ficou bem baixo do que faria prever nosso
trizes para introdução de CPA-T, no plantar e consolidar indústrias bra PNB — em 80 houve um registro de pouco mais
SNT. alterando a.Portaria n.° 661/75. sileiras para cada um dos tipos de de 3.800 patentes, das quais apenas 9% (ou
Os objetivos básicos da Portaria equipamentos e materiais utilizados 349) de "residentes”.
n.° 661/75 estão assim resumidos: no setor, apoiadas em tecnologia lo Como observou o estatístico Erno Pauliny,
Promover a nacionalização de ma calmente desenvolvida ou transferida do CNPq, no caso do Brasil os números de pa
teriais e equipamentos utilizados em do exterior; implantar e consolidar in tentes solicitadas se aproximam muito mais da
TCs; promover o desenvolvimento da dústrias brasileiras de materiais e teoria do PNB do que a quantidade de patentes
indústria de equipamentos sob con componentes necessários à produção concedidas indicando um possível represa-
trole de capitais brasileiros; assegurar de equipamentos e sistemas de TCs; mento na concessão. Que tenha a palavra, no
a implantação e desenvolvimento de obtenção do mais elevado índice de caso, o Instituto Nacional de Patentes Industri
indústrias de componentes eletrôni nacionalização dos equipamentos e ais — INPl. para explicar a origem do fenô
cos sob controle de capitais brasilei sistemas de telecomunicações produ meno. (JCF)
ros; promover o desenvolvimento de zidos no país.
modelos nacionais-, promover a tec-
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