Page 60 - Telebrasil - Maio/Junho 1984
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cisarão ser transformados em sinais de Mostrando a importância das especi ter real significado quando chegarmos
voz, para o que se emprega um disposi ficações para o mercado de CPAT, assim ao estágio de operar com terminais de
tivo modulador-demodulador ou m o se expressa A. Baptistella, do CPqD, a usuário multi-serviços, ou seja, quando
dem. Grande parte das redes de teleco propósito da interface U: "Sua não pa a d i g i t a l i z a ç ã o c h e g a r a n í v e l do
municações, hoje existentes, ainda é do dronização é desvantajosa para nós por usuário.
tipo telefônico orientada para a trans que dificulta o emprego de partes do O diretor de planejamento e enge
missão de voz. A transformação dessas Trópico R para operar como estágio de nharia da Telebrás, Marco Antonio de
redes para digitais será progressiva, linha remota e condiciona o terminal de Souza, tem uma visão semelhante, mas
iniciando-se o processo pelas ligações de Rede 1 às especificações dos fabricantes acha que "seria bom se pudéssemos pa
alta capacidade do tipo PCM entre cen de CPAs”. dronizar a interface U, mas tenho dú
trais, passando pelas centrais de comu Aldemar Parola, Chefe do Depto. de vida se isto é possível. Talvez a padroni
tação digitais, as CPATs, e finalmente Comutação do CPqD e responsável pelo zação excessiva no começo do estabeleci
atingindo enlace local até as instalações desenvolvimento do equipamento Tró mento de novos sistemas seja algo um
do usuário. pico, diz que até fins de 85 o centro de pouco artificial”. E finalizou: "Padroni
De acordo com os princípios da física, pesquisas terá uma central de 4 mil li zação é algo que deve ocorrer ao longo do
os impulsos elétricos do tipo digital re nhas e ate 86 de 10 mil linhas. Para ele a tempo”. (JCF)
querem mais faixa passante do que os padronização da interface U passará a
sinais analógicos ou de voz — a faixa
passante traduz a maior ou menor capa
cidade de transportar informações. O
par telefônico (dois fios de cobres tran
çados) é um meio de transmissão de fai
xa passante limitada para sinais digi A E V O L U Ç Ã O D E U M A R E D E D IG IT A L
tais, porém perfeitamente adequado
para sinais de voz. As fibras óticas, os
cabos coaxiais e os feixes de microondas
são meios de transmissão considerados O que se quer em última análise é transmitir sinais digitais
de "alta capacidade”. e de voz, através de redes que irão evoluindo, desde redes totalmente
Enquanto as fibras ópticas não che analógicas até redes totalmente digitais.
garem a formar a maioria da rede local
(central-assinante), o panorama real
será o seguinte: os enlaces digitais serão Nas redes telefônicas atuais analógicas, a
empregados para ligações a curta dis ¦ © - V comunicação telefônica permanece como até hoje e
tância como a interligação de compu os sinais digitais vão a reboque, sendo
tadores e seus periféricos em recintos transformados logo de saída — por intermédio de
próximos e também para ligações de modems — em sinais de voz.
alta densidade de tráfego entre centrais
telefônicas urbanas. De interesse a p e
nas para os fabricantes de "chips” o fun
* 2 ^ a 'i. Nas redes totalmente digitais, os sinais do
cionamento interno destes é todo feito telefone são transformados, na fonte, em sinais
em comunicação digital. digitais pelo emprego de um codec e juntam-se aos
Os enlaces analógicos por hora fa demais sinais da rede.
vorecem a ligação entre aparelhos tele
fónicos e entre as instalações do usuário
e a central de comutação. (Vide a evolu
Nos casos intermediários de transição se terá
ção de uma rede digital).
uma central CPTA ligada às instalações do usuário
por um enlace analógico - o par telefónico. Neste
No Brasil
caso será empregado junto ao usuário um modem
para transformar os sinais digitais em analógicos e
O M in istério das Comunicações,
um codec junto à central para transformar os
desde 1975, se preocupa com a introdu
sinais analógicos em digitais. Existe porém a
ção de cent rais eletrónicas CPAs no Sis
perspectiva, esperada para um futuro próximo
tema Nacional de Telecomunicações.
(1986), de que mesmo num par telefónico se possa
Seis anos mais tarde o Minicom pela
transmitir sinais digitais; isto equivale portanto a
Portaria 215 estabelecia as diretrizes
ter uma rede totalmente digital, até que se tenha
para a introdução de centrais digitais
oportunidade de instalar, a nível local, fibras
temporais CPATs. A seguir, a Portaria
ópticas de alta capacidade.
215/A designava um Grupo de Trabalho
para elaborar especificações a que de
veriam a ten d er os equ ipam entos
Finalmente existe a possibilidade de se
CPATs de tecnologia importada.
transferir todo o bloco de assinantes de uma CPAT
Em janeiro de 83, as conclusões dos
para as instalações do usuário — uma situação
especialistas foram apresentadas ao Mi
denominada de Estágio de Linha Remota (ELR) —
nistério que pouco depois baixou diretri
e interligá-lo ao resto da central por um anlace
zes relativas às especificações que de
PCM de alta capacidade.
veriam ser adotadas — como referência
geral para todo desenvolvimento de
LEGENDA
CP A que vier a ser feito no país. E outro
Grupo foi criado com a participação de Telefone A nalógico
especialistas das operadoras e dos fabri M odem
[ ¦ Dados Codec
cantes, visando fixar agora os requisitos - L j- p D igital
mínimos a serem atendidos pelos equi
pamentos importados. ,Tl
Te'ebrcs'' Maio Jurho &