Page 37 - Telebrasil - Maio/Junho 1984

Reportagem de Valéria Cristina Rodrigues
0 número de participantes do Encontro Telebrasil sobre RDSI ultrapassou a expectativa mais oti
mista. 0 auditorio ficou lotado.
CPqD. C riar tecnologia e processos de fa
bricaçáo de c irc u ito s integrados e de m i-
croeletrónica, com vistas ao m ercado bra­
s ile iro , é a p ro p o s ta do C T I. E m b o ra
CPqD ta m b é m te n h a a lg u n s tra b a lh o s
neste s e n tid o , estes são d irig id o s p a rti­
cularm ente para as necessidades do sis­
tem a n a cio n a l de TCs, que d ife re m bas­
tante do m ercado com o um todo.
— Estam os nos d e te n d o na área de pro­
jetos de c irc u ito s integrados, dedicados a
film e espesso, film e fin o , fib ra s ó p tica s e
laser, que podem ser vistos com o parte da
m ic ro e le trô n ic a ” — e x p lic a o d ire to r da
Telebrás.
Já o CTI está preocupado em procurar
capacitação de projeto — que ainda não
tem — e operando um a lin h a de e n c a p ­
sulam ento e teste de linha p ilo to para uso
no m ercado convencional.
P rojeto Tópico
Ao fa ze r um a breve re tro s p e c tiv a
1983, M arsiaj ressalta com o um dos tra ­
balhos m ais im p o rta n te s da Telebrás, no
ano passado, o P rojeto T ó p ico , que teve
um avanço co n sid e rá ve l, em bora “ quem
não o acom panhou no d ia -a -d ia pudesse
pensar que c a m in h a v a le n ta m e n te “ . O
Diretor da Telebrás lam enta, no e n ta n to , a
escassez de recursos, “ com os q u a is po­
deríam os ter tocado o projeto com m aior
rapidez” . A liberação para in d u s tria liz a ­
ção do Trópico C e do T ró p ico R foi um fa ­
tor d e cisivo para a p o s iç ã o o tim is ta
Marsiaj em relação ao projeto.
Porém, o P rojeto T rópico não foi a ú n i­
ca realização im p o rta n te no ano que pas­
sou. A capacitação do grupo de projeto de
circuitos integrados d e d ica d o s, que teve
um prim eiro m odelo no fim de 8 3 e m ais 5
circuitos específicos o rie n ta d o s para p ro ­
jetos do CPqD, foram destacados por M ar­
siaj. Além disso, a ativação da linha p ilo to
de redes externas, 11 que há m u ito faziam
fa lta ".
Projetos para 1 9 8 4
Após os com entários sobre o que já se
re a liz o u , é in e v itá v e l a p e rg u n ta sobre
quais são os pontos básicos para este ano.
S egundo o d ire to r do CPqD, são m u ito s.
A tu a lm e n te o C entro tem três p ro tó tip o s do
Trópico R: um a ce n tra l de pequeno porte
de m il term inais, cu jo p ro tó tip o m ais avan­
çado está na fase de integração de hard­
ware e software. E duas ce n tra is d ig ita is
CPAs serão colocadas em serviço na Tele-
brasília e na Telesp, entre novem bro e d e ­
z e m b ro , p o r um p e río d o de te s te s de
cam po.
— C onsidero este um m arco m u ito im ­
p o rta n te , pois m ostra nossa ca p a cita çã o
num a área com plexa, em que tantos paí­
ses têm tid o problem a de desenvolvim ento
de c e n tra is deste porte — c o n fid e n c io u
o M arsiaj.
“ Com a sim p le s m o d ifica çã o de soft­
ware, sem que seja preciso nunhu m acrés­
cim o no hardware, o T rópico R poderá a u ­
m entar sua capacidade atual de m il te rm i­
nais para cerca de 4 m il", a firm o u M arsiaj,
m ostrando-se entusiasm ado com as pers­
pectivas deste projeto. “ Em outra versão
poderem os ch e g a r a dez m il te rm in a is ,
bastando que para isto se m o d ifiq u e o soft­
ware e acrescente-se hardware, m a n te n ­
do-se, no entanto, o m esm o padrão e porte
dos m odelos a n te rio re s".
“ F ib ra ó p tic a é o u tro p o n to in te re s ­
s a n te ". O CPqD instalou em terreno pró­
prio o prim eiro cam po de testes brasileiros
para cabos ópticos. As in d ú stra is estão e n ­
viando as prim eiras am ostras de cabo de
12 fibras, que a p rin cíp io estão sendo fo r­
necidas pelo CPqD. As dem ais serão pro­
de Jorge Marsiaj Leal, do CPqD: duzidas por firm a s nacionais, ainda com
tecnologia do CPqD. Estes testes do cabo
“Estamos atualizados de 12 fib ra s indicam que, a p a rtir do se­
em termos de RDSI”. gundo sem estre deste ano, as em presas
operadoras já poderão co n ta r com cabos
ópticos para a interlig ação de suas ce n tra is
telefônicas, em um processo que se a ce le ­
rará ainda m ais com a entrada em ação de
de film e s espessos, que já atende à capa­ outras indústrias.
cidade interna do Centro (ju n ta m e n te com A intelligentzia das u n ive rsid a d e s, da
um processo de transferência de te cn o lo ­ indústria e das p rin c ip a is operadoras vêm
gia para um a indústria nacional), tam bém su b stitu in d o a fa lta de “ m assa c rític a " —
de foram considerados relevantes. expressão usada por M arsiaj — em a lg u ­
M arsiaj lem brou, ainda, o desenvolvi­ m as áreas do CPqD. Um a delas é a de soft­
m e n to da lin h a de lasers, cu jo s labora­ ware de CPAs, um a área em que o m undo
tórios ainda não foram to ta lm e n te expan­ inteiro é carente, o m esm o acontecendo na
didos, m as já dispõem de todas as fa c ili­ área de projetos de c irc u ito s integrados. O
dades necessárias para a produção de la­ d ire to r da T elebrás disse, a in d a , que “ a
ser óeJ Cs. E, por ú ltim o , citou o início das despeito das d ific u ld a d e s conhecidas e re­
a tiv id a d e s do D e p a rta m e n to de R edes, co n h e cid a s, p a rtic u la rm e n te na p o lític a
pois pela prim eira vez o CPqD conta com salaria l, está havendo um a a m p lia çã o do
áreas dedicadas ao estudo de tecnologias quadro em quase todas as nossas á re a s ".|