Page 32 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1983
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faturamento, ao final deste ano, com a cifra car sua produção. A oportunidade surgiu
de Cr$ 100 bilhões, mais do dobro dos Cr$ quando a Telebrás e o Ministério das Comu
43 bilhões registrados no ano passado. A ex nicações começaram a analisar a viabilida
pectativa desse faturamento engloba a pers de de criar um telefone padrão brasileiro,
pectiva de exportar, até o final do ano, 10 mi produzido por uma empresa genuinamente
lhões de dólares contra os 7,5 milhões de dó nacional, e com profundo conhecimento do
lares realizados* no período anterior. “Mais mercado consumidor. E concluíram que a
drados. Quatro unidades industriais estão se de 50 por cento do faturamento previsto já
diadas em São Paulo, sendo uma de fabrica foi alcançado no primeiro semestre”, infor
ção de caixas acústicas e três de preparação mou De Bonis. Além disso, a Gradiente con
de peças plásticas. Mas o complexo indus tinua lançando produtos no mercado, com
trial do Grupo está instalado em Manaus, nova tecnologia e preços competivos para au-
desde 1971 (foi uma das primeiras indústrias
a ir para a Zona Franca, onde atualmente é
a terceira exportadora). Lá ocupa uma área
de 47 mil metros quadrados, que concentram
o maior número de empregados, mais de
3.500.
Segundo o gerente geral de telecomuni
cações da Gradiente, Antônio José De Bonis,
o ôrupo se orgulha de jamais ter deixado de
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investir em empregos e desenvolvimento tec
nológico. “Não registramos demissões em
massa. Somente na área de áudio é que ti
vemos uma pequena baixa no efetivo de pes
soal, cerca de 5 por cento, ocorrida no segun
do trimestre deste ano”. Para manter o nível
de emprego, “na fase difícil da economia bra
sileira”, a Gradiente adotou uma estratégia
flexível de pessoal, deslocando mão-de-obra
de acordo com as áreas que apresentam pi
que de produção e na comercialização na
área de áudio, introduziu maiores opções de Na área de áudio, mais um
pagamento para o consumidor, “adequadas trunfo contra a crise: a
aos tempos atuais”. Poliixn lança um sistema
A Gradiente fabrica hoje mais de 100 poria til que oferece as
produtos, baseada no tripé áudio (radiogra- mesmas vantagens dos
vadores, amplificadores, toca-discos, casse equipamentos gmndes.
tes, decks caixas acústicas e music-centers,
os chamados systems, que representam 80 mentar ainda mais sua faixa de mercado. Já Gradiente era a mais adequada para desen
por cento do seu faturamento); telecomuni estão chegando às lojas uma nova linha de volver o telefone padrão, juntamente com o
cações (diversos modelos de aparelhos res gravadores (cassete e deck) e o chamado Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da
ponsáveis pelos outros 20 por cento do fatu “sistema contra a crise”, que pretende intro Tèlebrás-CPqD.
ramento) e, recentemente, vídeo (através dos duzir um novo conceito em equipamentos de A primeira fase do projeto consistia no
videojogos), operando com as marcas Gra som: é portátil e oferece todas as vantagens desenvolvimento e aperfeiçoamento de 500
diente (Brasil e México), Polivox (Brasil), e qualidades dos equipamentos grandes, po unidades protótipos. “Nossos engenheiros
Garrard (em diversos países) e Atari (em lan dendo ser acoplado ao toca-discos TI )-l 500, saíram pelo inundo para conhecer as mais
çamento no Brasil). Agora, está entrando em especialmente desenvolvido para esse novas tendências em telefonia. E fizemos,
funcionamento a mais nova empresa do Gru produto. em nosso próprio laboratório, com acompa
po, a Gradiente Pesquisa e Desenvolvimen nhamento estreito do CPqD, um telefone
to, que aplicará Cr$ 2 bilhões 300 milhões no Iblecomunicaçõcs: um desafio adequado às necessidades do mercado inter
desenvolvimento de novos produtos. no, ca paz de ter boa aceitação também no ex
Com capital registrado de Cr$ 8,7 bi Mantendo sua tradição de aceitos, a (Gra terior. A segunda fase foi a da fabricação de
lhões, segundo o balanço de 30/4/83, patri diente Eletrônica entrou firme na área de te duas mil unidades protótipos e testes de cam
mônio líquido hoje calculado em torno dos lecomunicações, em 1980. E, hoje, as tele po. Os aparelhos foram instalados em diver
Cr$ 12 bilhões, o Grupo pretende fechar seu comunicações se tomaram uma atividade sos pontos do País, principalmente nas áreas
importante na estrutura da empresa: em da Telesc (Santa Catarina) e Telepará, e fi
1981, representava 10 por cento do seu fa caram funcionando sob as mais adversas
turamento, em 1982 se elevou para 15 por condições de utilização para testar sua resis-
cento e, este ano, já atingiu os 20 por cento
da receita total.
Porém, mesmo antes, em 1974, a empre
sa já pensava em ingressar neste campo,
•quando adquiriu a Control, um fabricante
paulista de transceptores UHF e VHF, que
estava prestes a ser comprada por uma mul
tinacional. Surgiu daí a IGB-Control, que
passou a fabricar também sistemas especiais
de telecomunicações, como as estações cos
teiras da Embratel e sistemas para as com O Minifone
panhias metropolitanas do Rio e São Paulo, Picollo,
entre outros. “Apenas um ano após a nossa permitido pela
entrada, ampliamos o mercado de radioco- Portaria 166/80,
municação da Control de 15 para 40 por cen pode ser instalado
to”, informou De Bonis. pelo próprio usuário sem
Antônio José De Bonis, gerente geral de E foi dentro dessa divisão de telecomu custo adicional: uma memória
telecomunicações da Gradiente: “Entramos nicações, funcionando como uma empresa à repete a última discagem ao sc
no mercado da 'PCs para liderar". parte, é que a Gradiente resolveu diversifi- apertar a tecla me mo.