Page 81 - Telebrasil - Maio/Junho 1982
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tos, uma Morrison-Knudsen Engenharia e da Nosso trabalho tem sido muito nesta linha de capacitação individual para integrar a um deter
própria IESA. Este é o ambiente, o clima, a cul ação, visando mostrar a importância de apreen m inado projeto e as suas qualificações para
tura e o contexto criado e no qual trabalhamos. der as técnicas gerenciais antecipando, assim, e evoluir dentro do grupo. Neste último questio
possivelmente sem vícios, a obtenção de melho namento é que se procura estabelecer a célula
Nesta introdução não poderíamos deixar de des res condições para relações entre supervisiona cujo crescimento visa integrar as pessoas numa
tacar um aspecto da mais alta relevância para nos dos, empregados e superiores. concepção homogênea de comportamento, de
sos trabalhos de treinam ento e desenvolvi atitudes e de interação.
mento. Trata-se do fato de nossos empregados Podemos dizer que a metodologia que emprega
trabalharem predominantemente efetuando dé mos considera a necessidade de ser feita uma Para tanto, sempre se supôs que o processo de
bito de horas e cliente. Ora, em uma situação programação eminentemente prática, dentro de desenvolvimento da cultura empresarial fosse
destas, é extremamente difícil conseguir que o um m odelo amplo, mas aplicável à realidade implementado, em primeira mão, nos escalões
empregado seja liberado para participar de uma identificada na empresa, e capaz de conduzir superiores de maior poder decisório, fluindo de
programação, mesmo efetuada com a devida an pessoas com elevado potencial a alcançarem seus cima para baixo como uma linguagem decodifi
tecedência. Havendo trabalho em que possam objetivos individuais e a tornarem realidade esta cada por todos e por uma filosofia compatível
ser faturadas suas horas, sem sombra de dúvida potencialidade. com o nível desses homens de comando e com a
tem havido tentativa de evidenciar problemas própria natureza da organização.
que o afastamento do trabalho, para qualquer O primeiro passo consiste em buscar a identifica
fim, até mesmo para programas de treinamento e ção de uma programação a ser desenvolvida de Isto nos permite dizer que todos os programas
desenvolvimento, possa trazer à "produção". A modo a atender aos objetivos estabelecidos pela desenvolvidos tiveram como escopo atingir, ob
solução que encontram os é a de desenvolver empresa. Paralelamente é efetuada uma pesqui jetiva e plenamente, estes escalões superiores,
uma consciência no empregado para a importân sa para identificar o ambiente interno na organi espargindo por toda a em presa um conheci
cia do treinamento e de seu desenvolvimento, zação. É considerada como premissa básica que mento comum de seus objetivos e dos pontos
com o que se pode contar com a sua participação devam ser atingidos os objetivos, individuais e mais cruciais que visam à obtenção de resul
fora das horas normais de expedieente, aos sába empresariais, em um clima organizacional com tados.
dos e domingos, sem que para isso se prejudique patível e favorável ao desenvolvimento dos re
os interesses dos cronogramas e do faturamento cursos humanos. Uma primeira abordagem consiste na elaboração
da empresa que representam , em outras pala de-trabalhos simulados onde as condições geren
vras, o quantitativo de horas de serviço dedicado ciais do dia-a-dia permitam observar o executivo
a um projeto. em ação. São criados instrumentos com os quais
O e x e c u t i v o d o f u t u r o todos se avaliam entre si e assim temos posições
Esta é uma situação típica de todas as empresas d e v e r á a c u r t o p r a z o decorrentes da visão dos pares, dos superiores e
de consultoria e que implica, certamente, neces dos subalternos envolvidos na simulação. Por
p r e o c u p a r - s e c o m a
sidade de adoção de uma sistemática de trabalho outro lado, são, também, efetuadas observações
específica. q u a l i d a d e d e c a d a e t a p a d e de desempenho que são retratadas através de
s e u s e r v i ç o f c o m o c o n v í v i o avaliações sistemáticas. Estas avaliações ocorrem
Há que se considerar, tam bém , o gigantism o após o envolvimento do empregado a cada três
c o m r o b ô s e c o m a g u a r d a
como condição material deste tipo de empresa, meses em um projeto, ou ao seu término, sendo,
em face da formação de grupos, forças-tarefa e d e s u a s f o n t e s d e muitas vezes, efetuadas por executivos diferen
concentrações’maiores para atendera um serviço i n f o r m a ç ã o . tes. Assim, permitem a observação do partici
específico. Esse crescimento, se bem que plane pante do program a sob ó ticas e fa ceta s di
jado, oferece, no seu grau de freqüência e inten ferentes.
sidade, problemas desagregados e de estanquei-
dade departamental de difícil solução para um
A etapa seguinte consiste na identificação dos Alguns dos aspectos abordados dizem respeito à
simples programa de treinamento e desenvolvi
empregados que possuam potencial para o exer capacidade de receber e desenvolver tarefas,
mento. A bem dizer, luta-se com um panorama
cício de cargos de supervisão e gerência no treinar e motivar pessoal subordinado, relacio
de dificuldades traduzidas em poucos tópicos,
campo da Engenharia Consultiva. nar-se com a equipe e com o cliente, solucionar
tais como: culturas diferenciadas, quantidade de
problemas, inspirar confiança e apresentar con
pessoal, desagregação por concentrações espe
Em uma primeira fase foram identificados cerca dições pessoais para obter resultado por ter
cializadas e, por fim, pelo sistema de trabalho
de cem executivos para serem desenvolvidos e ceiros.
(horas trabalhadas para débito de em presas
duzentos outros a serem objeto de um programa
clientes).
de supervisão geral. Suas características estão re Para o pessoal não ligado diretamente a projetos,
gistradas no inventário de pessoal, o que permite a metodologia sofre adaptações principalmente
Formação Escolar Básica
acessá-los a qualquer momento para inclusão de porque, nestes casos, as equipes são constantes,
0 contingente de executivos operacionais e, até inform ações ou para ser chamados a participar não havendo, conseqüentemente, vários chefes
mesmo uma boa parte do administrativo na IESA, de qualquer ação planejada. participando do processo avaliativo.
é constituído de engenheiros e técnicos ligados à
formação não humanística. Esta etapa é considerada como a mais sutil e exa Quando um bom número de avaliações encon-
tamente aquela em que maior tempo é gasto em tram-se disponíveis são realizados trabalhos de
Temos presentemente, na IESA, 1.061 engenhei seu preparo. dinâmica de grupo e de entrevistas individuais,
ros e arquitetos e 724 desenhistas e projetistas, findos os quais cada participante recebe feedback
dedicados exclusivamente a projetos. Q ualquer que fosse a tentativa de improvisar sobre sua atuação e são discutidas suas perspec
projetos de treinam ento sem que fosse consi tivas de desenvolvimento e de carreira.
O executivo-engenheiro, de um modo geral, está derado o aspecto integrativo e de absorção de
muito voltado para os aspectos quantitativos e os uma mesma filosofia seria atender apenas a ne Uma outra etapa do programa, chamada de sen
resultados de seu trabalho, deixando de lado as cessidades individuais, com o que, então, a IESA sibilização gerencial, consiste em perm itir aos
técnicas gerenciais, que, segundo pensa, aca poderia levar em conta algum as incursões no participantes tom ar conhecim ento das teorias
bariam lhe sendo introjetadas no exércício de âm bito do ap rim oram ento da especialidade gerenciais, bem como sensibilizá-los para com
seus cargos. Não é de se preocupar muito com (cursos em inentem ente técnicos no exterior). No preender a posição do gerente frente aos aspec
tais técnicos. caso, o potencial levantado procura identificar a tos abordados pelas ciências sociais.