Page 15 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1982

equipamentos. O que pensa a Digibrás sas do SistemaTelebrás, irão influenciar TB — Nós entendemos que haverá fon­

no sentido de suprir componentes para a informática no Brasil? tes de financiamento através da Finep

as áreas de Informática e de Técnicas para a indústrai de informática. E a per­

Digitais no Brasil? R.K. — Elas já estão influenciando em gunta é com o a D igibrás poderá

grande escala. Primeiro, a abertura da influenciar?

R.K. — É fato conhecido que a SEI está Rede Transdata, da Embratel, e, mais

incentivando a criação de um pólo de recentem ente, a própria abertura das

eletrônica em Campinas. Alguns pas­ redes comutadas para serviços de tele­ R. K. — Foi assinado um convênio entre

sos concretos jámforam dados. Foram processamento, têm a tendência de cau­ o BNDE (Finame), SEI e a Digibrás, que

selecion ad as em presas qu e se dedi­ sar um grande impacto sobre as opera­ v i s a a o f i n a n c i a m e n t o ( p a r a o s

carão à fabricação d e circuitos microele- ções informáticas distribuídas. Isto é usuários) de produtos de informática,

trônicos e foi definida a ciração de um uma tendência que tem sido observada através da agência Finame, que atinjam

centro d e pesquisa na área de microele- no m undo inteiro e é inevitável que determinados patamares em termos de

trônica, que será incentivado a traba­ aconteça. A Embratel tem um grande índices de nacionalização. Eu acredito

lhar em conjunto com as universida­ papel a representar e acredito que tem que este foi um passo extremamente

d es, particularm ente da região de S. todos os meios e, obviamente, a com pe­ importante: primeiro, porque vai dina­

Paulo e Campinas. Evidentemente que tência, provendo para um setor, que mizar o mercado; segundo, porque vai

nós não podem os separar o futuro da náo é propriamente um setor de TCs, os produzir um incentivo verdadeiro no

microeletrônica do futuro das TCs. O meios de beneficiá-lo, fazendo com que sentido de que as empresas venham a

setor d e TCs poderá se beneficiar muito a sua área de processamento de dados aumentar seus índices de nacionaliza­

do que vier a ser feito neste pólo de mi­ se desenvolva. Eu queria deixar bem ção. A Digibrás vai participar deste pro­

croeletrônica d e Campinas e será, na­ claro que se deve fazer uma certa di­ grama, acompanhando a evolução dos

turalm ente, para o setor, bem-vinda ferenciação entre meios para telepro­ índices de nacionalização dos produtos

esta nova indústria de circuitos microe- cessamento e teleprocessamento em si. a serem apresentados à Finame. Eu

letrônicos no Brasil, m esm o que seja O meio é uma atribuição da Embratel e, acredito que haven do recursos p or

p or iniciativa da área d e informática. pelo menos, na minha opinião, o tele­ parte do grupo BNDE, para agilizar o fi­

Isto, no caso, eu acho que não é muito processam ento em si é problem a do nanciamento, existindo necessidade

relevante. usuário. Este lança mão de um meio de no m ercado e existindo os produtos,

TC que a Embratel tem todas as condi­ estará se conseguindo unir os meios e

TB — Como as redes de comunicação ções de fornecer, em quantidade e qua­ os fins. Há o dinheiro, há os m eios de

de dados, que estáo sendo implemen­ lid a d e ad eq u ad as ao m ercado bra­ produção e, sem dúvida, existe a neces­

tadas através da Embratel e das empre­ sileiroi. sidade dos serviços.

Desemprego e inflação: maiores problemas da economia mundial

Em 1982, as condições econômicas problema em 14 anos dos países repre­ Segundo outra pesquisa realizada pela

mundiais náo deverão melhorar, os si­ sentados na pesquisa. Agência noticiosa alemã DPA e que

nais de recuperação econômica em paí­ engloba; Estados Unidos, Canadá, Ja­

ses isolados estão longe de serem im­ Apesar de todos os entrevistados terem pão, França, Grã-Bretanha, Itália, Ho­

pressionantes e os índices de desem­ dado uma elevada prioridade à necessi­ landa, Bélgica, Suécia, Dinamarca,

prego provavelmente aumentarão. Em dade de se estimular as economias dos Áustria e Suíça, o aumento do desem­

1981, os principais fatores negativos países em desenvolvimento, eles estão prego substitui a inflação como o prin­

que influenciaram o panorama econô­ muito longe de concordar quanto aos cipal problema econômico dos países

mico foram a inflação, as altas taxas de meios e às maneiras de se conseguir is­ ocidentais, enquanto a maioria dos paí­

juros dos Estados Unidos, o custo cres­ so. Com 23 sendo o maior número de ses industrializados espera uma redu­

cente da energia, o protecionismo das votos possíveis para qualquer um dos ção no ritmo de aceleração dos preços

nações industrializadas e o lento pro­ planos (os entrevistados podiam esco­ em 1982, apesar de um sensível au­

gresso dos países em desenvolvi­ lher mais de um plano), muitos op­ mento no número de desempregados

mento. taram por uma proposta de maior coo­ — com exceção do Japão.

peração entre os próprios países em de­ Nos principais países industrializados

Estas são algumas das respostas obti­ senvolvimento — programas conjun­ espera-se um crescimento econômico

das pela World Press Review — revista tos no estilo dos desenvolvidos pelo entre zero e 2%, embora o comércio ex­

norte-americana que, mensalmente, Mercado Comum Europeu. terior mostre um quadro muito diferen­

reproduz e comenta as principais notí­ A segunda sugestão mais votada é a de ciado. O balanço de pagamentos dos

cias publicadas pela imprensa mundial que os países industrializados aumen­ Estados Unidos deverá piorar bastante,

—, em sua pesquisa anual sobre a situa­ tem suas importações do Terceiro passando de um superávit de US$ 500

ção e as perspectivas econômicas, reali­ Mundo. milhões, este ano, para um déficit de

zada junto aos editores da área de eco­ US$ 10 bilhões em 1982. Já o balanço de

nomia dos jornais mais influentes de Um "mundo energético" especial in­ pagamentos do Japão apresenta dados

vários países. ternacional e preços preferenciais de satisfatórios: de um déficit em 1980, re­

petróleo por parte da Opep encontra­ gistrou um saldo positivo de US$ 10 bi­

O desemprego está aumentando, en­ ram o menor apoio entre os partici­ lhões este ano, devendo fechar 82 com

quanto a inflação continua sendo um pantes. um superávit de US$ 17 bilhões.