Page 14 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1982
P. 14
CONVERGÊNCIA
DAS TCS
DA INFORMÁTICA
A s telecom unicações e a informática
lid am com a m esm a m atéria-prim a —
inform ática — e a m esm a base
tecnológica —
— a eletrônica. Evoluindo
historicam ente de maneira distinta, sua
convergência hoje, parece inevitável.
Telebrasil — Gostaríamos de ouvi lo do que aquele que ocorre nos / stados- com quase toda certeza ele será tentato
sobre a convergência TCs-Informática Unidos Então, o tato d e tecnológica a ir na direção da area de informática
Na área privada, nos Estados-Umdos, m ente fa ter ocorrido a convergência, P orqu e71 u acho que existem varias ra
esta convergência tem sido motivo de pois hoje ninguém consegue mais m zoes que podem explicar isto ai. Uma
pressões diferentes, de grupos, nota terpretar inform ática sem a parte d e delas e que e muito ariiscado e muito
damente a ATI e a IBM, que têm in /(', nem a /( sem a sua parte d c infor peiigoso você investir dinheiro para fa
teresses diversificados. Na Trança ha mática, m e leva a crer que a convergên bricar um produto que só tem um com
planos estatais de telemática, em que cia definitiva va trazer, relativamente, prador, com prador este que, alem de
TC e Informática têm procurado unir poucos traumas () importante, talvez, tudo, é estatal, num período em que os
forças. E aqui no Brasil, quais sâo a s seja descobrira maneira suave d e efe investim entos estatais andam em bai
perspectivas que se delineam para os tuar organizacionalmente esta união. xa Diz-se qu e o crescimento do PIB,
próximos 5 anos? este ano, estara aproxim ado de zero.
ou seja, recessão. Esta recessão atinge
R oberto Kresch Acredito que fica um I B A Sucesu e a Telebrasil fizeram diretam ente os investimentos governa
p ou co difícil dizer quais as perspectivas feiras de equipamento praticamente si m entais e, p or tabela, as empresas de
p ara daqu i ha 5 anos, m as quanto à multâneas. Uma das observações sobre TCs, qu e são as compradoras dos pro
qu estão da convergência, eu acho que a feira de informática, recém realizada d u tos d essa área. Evidentem ente,
ela já ocorreu. Precisam os, apenas,dis em S. Paulo, foi o grande número de qualquer em presário interessado em
tinguir a con vergên cia d o pon to-de- pessoas que a visitaram, e também o fazer investim ento produtivo gostara
vista m eram en te tecnológico da con grande número de empresas que estão muito mais d e ter ao seu alcance uma
vergência d e in teresses, qu e envolve se dedicando a área de informática e multiplicidade d e compradores em po
aspectos d e natureza comercial. Ao ci afins. O comentário que ouvimos foi de tencial, d e preferência particulares, do
tar-se a ATT e a IBM, deixou-se hem que não haveria mercado para esta qu e uma única em presa estatal, que
claro a existência, nos EUA, d e polos miríade de empresas que, hoje em dia, além d e tudo detém o poder normativo-
d iferen tes, d e in teresse nitidam ente estão disputando a área. Haverá mer d e dizer qual ou que produto deve ser
com ercial. Enquanto que, na Europa, cado para todas? fabricado. Na área d e informática, é
essa bipolarização da com petência co muito mais confortável — pode-se pro
m ercial em relação às TCs e a Inform á R.K. — Sobre a com paração eventual, duzir o que, aparentemente, o público
tica ê provavelm en te m enos aguda do entre as duas feiras mais ou m enos si deseja. Em TCs, o empresário tem de
q u e n os Estados-U nidos, em que am multâneas, eu acho que não dá muito investir num produto que um pequeno
bos os setores são integralm ente con para comentar, porque o a fluxo d e pú grupo acha que o público deseja. Pode
trolad os p ela área privada, n o Brasil, blico da feira de S. Paulo ê obviam ente p arecer uma crítica um tanto quanto
existe uma tendência — d e um lado, as decorrente de que o mercado, para este contundente, mas acredito que deter
TCs já são inteiram ente estatais; d e ou tipo d e produto, ê um m ercado muito m inadas coisas devem ser ditas clara
ro, d esd e o adven to da CATRE e depois mais para o público, para o com prador mente. Isto mostra porque ha mais em
da SEI, o setor d e informática passou a particular, do qu e o m ercado d e TC, presas sen do abertas na área de infor
ter um a forte com p on en te d e orienta que interessa apenas a um grupam ento mática e porque há mais gente interes
ção estatal Em bora seja um setor emi- fechado. Daí também a questão da mul sada em visitar uma feira de informá
nentem ente privado, ele tem uma forte tiplicidade d e em presas qu e p reten tica do que uma de TCs.
participação d e orientação estatal Eu dem dedicar-se ao ramo. Tipicamente
acredito qu e, neste caso, no nosso caso, h o je, se um em p resá rio tiver, p o r TB — Toda a indústria de informática
e s s e c h o q u e d e in teresses talvez seja acaso, decidido investir dinheiro numa está apoiada em componentes, que,
m en or e vai ser m uito m enos flagrante área afim da eletrônica, digital ou não, com o correr do tempo, passarão a ser
14 Telebrasil, Janeiro/Fevereiro 82