Page 60 - Telebrasil - Março/Abril 1980
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aumente em termos discretos, esta expansão Martin Lu não acredita que a desaceleração do para a consecução dos objetivos fixados. No
exige uma antecipação constante de investi setor tenha ocorrido apenas em função do desa- entanto, na medida em que mudanças foram
mentos, em fluxos contínuos” . quecimento. As penalidades, diz ele, foram fa introduzidas — alteração das normas de aplica
vorecidas pelas alterações da organização for ção do FNT e política de desaquecimento, para
Ele diz ainda que uma desaceleração brusca mal da matriz institucional brasileira. Pela ado citar as principais referencias — incertezas pas
implicará em uma nova defasagem, cuja recu ção do critério de transferir— tanto quanto pos sam a afetar os critérios de alocação do sistema
peração das encomendas tem. evidentemente, sível — os custos operacionais para os usuários TELEBRÁS.
reflexos negativos económico-financeiros ao dos diferentes serviços públicos, como forma
nível das fornecedoras. A operação em nível de eficiência alocativa de justiça fiscal, órgãos Martin Lu diz que dada a rigidez das determi
mais reduzido e as variações positivas de esto de administração indireta foram criados. Com nantes tecnológicas de que se reveste o setor, o
ques implicam em custos, custos estes transfe base no critério de tarificação pelo custo margi primeiro grupo de critérios é de mais difícil rea
ridos para os preços, encarecendo os programas nal como a pedra-de-toque, buscavam-se os justamento, passando a eficácia da gestão a
de expansão revisados. conceitos de progressividade e de subsídios depender fortemente da administração finan
cruzados. “ Dito de outra forma, os problemas ceira. Esta, sabidamente, depende da estabili
O que sequestiona não é a validade das deci vividos hoje pelo setor não se originaram da po dade e da concretização do volume estimado de
sões com vistas a objetivos de curtíssimo e cur lítica de desaquecimento; apenas foram agrava recursos para assegurar a sua eficácia. Assim,
to prazos (como o caso do balanço de pagamen dos e emergiram a partir de 1975'’. em um contexto de incertezas, a administração
tos), diz o professor da USF. “ Deseja-se insis financeira costuma se revelar pouco eficaz,
tir, apenas, que a consecução destes objetivos Alocação duvidosa porque as revisões sucessivas e os ajustes finais
conflita com outros, de médio a longo prazos. acabam — quase sempre — a penalizar por
Uma nova defasagem entre o nível de desenvol Além das alterações ao nível da organização igual todos os itens e rubricas do orçamento, na
vimento global e o das telecomunicações acaba formal nacional e os reflexos para o setor das adequação entre os recursos disponíveis e os
afetando não apenas a qualidade e a quantidade telecomunicações pela inserção deste na matriz necessários.
deste serviço, como pode vir a comprometer a institucional. Martin Lu achou importante con
viabilidade e factibilidade de outros macro- siderar os critérios de administração adotados Portanto, a sugestão de Martin Lu neste senti
objetivos nacionais, tais corno: processo de in pelo sistema TELEBRÁS. Ele detectou no sis do. é que os recursos fossem aplicados dentro
tegração nacional, interiorização do desenvol tema dois grupos de critérios de gestão. Por um de parâmetros econômicos mais saudáveis, ou
vimento, desconcentração urbano-industrial, lado, os aspectos técnicos sobre os quais se seja, a alocação para serviços e regiões que
dentre outros” . baseiam a integração intra e inter-subsistemas. podem oferecer maior rentabilidade dentro de
e, por outro lado, os critérios de administração prazos mais curtos de maturação na instalação
Ele acrescenta que “ por essas razões, as penali financeira. de terminais. Esta medida, sem dúvida, é palia
dades sofridas pelo setor, que foram tanto mai tiva, mas serviria para amenizar as agruras do
ores quanto mais concentrados são os instru Segundo afirma, enquanto persistia um “ meio setor.
mentos e canais de decisão, requerem uma revi ambiente” , favorável, ou seja. expansão da
são cuidadosa, a fim de conf rontar as vantagens economia naç^nal, existência de recursos vin
de curtíssimo prazo, contra as desvantagens de culados, esses dois grupos de critérios pode (Folha de S. Paulo — 01.01.1980}
médio e longo prazo” . riam ser até suficientes em uma primeira fase
Programação das Empresas relação a recursos dc terceiros e transferências
do Tesouro Nacional, bem como estimulando a
Estatais para 1980 maior eficiência operacional;
Exposição dc Motivos N." 001, de 06 de leve elaboração dos Programas de Investimentos d) propiciar ao setor privado da economia me
rcirode 1980 do Conselho dc Desenvolvimento das principais entidades da Administração Indi lhores condições para a programação das res
Econômico ao Excelentíssimo Senhor Presi reta c Fundações supervisionadas. pectivas atividades, mediante previsão indica
dente da República. tiva do comportamento das principais empresas
A fixação dos valores globais constantes da estatais ao longo do ano de 1980.
Temos a honra de submeter à elevada conside proposta ora submetida à apreciação de Vossa
ração de Vossa Excelência, consoante discri Excelência visa, cm síntese, os seguintes obje O quadro-resumo dos Recursos e Dispêndios
minado nos Anexos I c II, a proposta de fixação tivos: das empresas estatais para o exercício de 1980,
dos limites máximos de dispêndios globais, no montante de Cr$ 3.184,5 bilhões, é apresen
bem como das respectivas fontes de recursos, a a) compatibilizar os programas de dispêndios tado no Anexo I, excluídas as transferências
serem observados na programação das empre das empresas estatais com as diretrizes c priori financeiras entre empresas. A propósito, vale
sas estatais para o exercício de 1980, de confor dades estabelecidas no III Plano Nacional de ressaltar que:
midade com o previsto no item 111 do artigo 4.° Desenvolvimento, aprovado pelo Congresso
do Decreto n.° 84.128, dc 29 dc outubro de Nacional (Resolução n.°01, de 1979, D. O. de a) essa consolidação — a primeira realizada no
1979. 14 de dezembro dc 1979, pág. 19.009), ajus País — engloba os valores das 60 (sessenta)
tando-os às políticas monetária, cambial e fis maiores empresas da União, que, somadas às
A presente proposta foi elaborada em conso cal do Governo, respeitada a efetiva disponibi suas subsidiárias, chegam a 213 empresas,
nância com a nova sistemática introduzida pelo lidade de recursos financeiros; constituindo a parte significativa do universo
mencionado Decreto, que criou a Secretaria de federal do Cadastro Nacional de Empresas Es
Controle dc Empresas Estatais — SEST, como b) assegurar às empresas do setor público tatais, cuja organização sistemática será
órgão central do Subsistema de Controle de níveis dc investimentos compatíveis com a implantada em obediência ao referido Decreto
Recursos e Dispêndios dessas entidades, inte manutenção do seu dinamismo e a continuidade n.° 84.128/79 (art. 4.°, XIII);
grado no Sistema de Planejamento Federal. de seus programas prioritários, sem perder de
Pautou-se outrossim, pelos procedimentos ob vista a necessidade de criação dc novos empre b) o montante dos dispêndios a serem realiza
jeto da Exposição de Motivos n.° 138, de 18 de gos no País, mas também a de evitar o agrava dos em 1980 será rigorosamente igual ao valor
julho de 1979, da Secretaria de Planejamento mento das pressões inflacionárias e a deteriora estimado das receitas globais, nitidamente defi
da Presidência da República, aprovado por ção do perfil,jda dívida, sobretudo externa; nidas;
Vossa Excelência na mesma data (D. O. dc 19
de julho de 1979, pág. 10.211), complementa c) reorientar a política financeira e gerencial c) à exceção dos recursos do PIN e do PR0
res ao Decreto n.° 80.827, de 28 de novembro dessas empresas para a intensificação do uso de TERRA, que já foram aqui contemplados,
de 1977, a serem observados, para 1980, na recursos próprios, reduzindo a dependência em serão oportunamente incluídos aqueles outros