Page 33 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1979

Antônio Carlos Felippe Dias

Economista pela Universidade de Brasília (1978). Na

TELEBRÁS desde 1978, atualmente na Divisão de

Análise Econômica, do Departamento de Economia.

Júlio César Bezerra de Siqueira

Economista pela Universidade de Brasília (1968).

Economista Consultor do Ministério do Trabalho para

projetos especiais (1970/71). Técnico associado da firma

Planner — Projetos Sócio-económicos e de Engenharia

Uda. (1971/72). Economista da Superintendência de

Desenvolvimento para o Centro-Oeste — Sudeco

(1971/73). Curso no Cendec de Desenvolvimento

Econômico (1971). Na TELEBRÁS desde 1973,

atualmente na Divisão de Análise Económica, do

Departamento de Economia.

1. Apresentação Com esse enfoque, buscou-se demons­ A densidade telefônica satisfatória de

trar, neste trabalho, que modelos de um país depende, como já foi dito, do

Pode ser observada ultimamente a in­ correlação como o citado acima podem nível de sua atividade econômica, ou,

tensificação do uso de indicadores eco­ ser melhorados com a introdução de de forma mais abrangente, do seu grau

nômicos agregados — como produto outras variáveis que complementem a de desenvolvimento. Isto ocorre cm

interno bruto, renda per capita, entre relaçào funcional entre as duas va­ vista do desenvolvimento gerar urn

outros dados das contas nacionais —, riáveis principais, isto é, densidade te­ maior grau de complexidade e diversi­

aplicados como variáveis independen­ lefônica e renda. dade das atividades econômicas e, con-

tes em modelos determinísticos. seqücntemente, maior e mais eficiente

0 propósito é iao somente de eontri deve ser seu sistema dc comunicações,

As inferências retiradas a partir da buir à análise das possibilidades alter tendo ern conta o tamanho de seu mer­

análise desses modelos sáo de frágeis nativas de crescimento do Sistema TE- cado.

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consistências e pouco resistem ao es­ 1 I BR AS, procurando-se equacionar
boço dos primeiros argumentos. os objetivos da política de expansão dc Essa densidade ideal ou desejável é um

setor diante de um quadro menos dis­ indicador que, confrontado com a den­

As restrições tendem a ser mais fortes á torcido de nossa realidade econômica sidade efetiva, fornece o grau relativo

medida em que se busca retirar ilações do que aquele fornecido apenas pele de desenvolvimento das comunicações,

a partir da aplicação isolada desses in­ renda per capita. em termos de telefonia, em relação à

dicadores. Isto porque o nivel de agre­ econorhia como um todo.

gação dos indicadores favorece a 2. Densidade telefônica satisfatória *

distorção de outros aspectos econômi­ Conclui-se, portanto, que quanto mais

cos relevantes, cuja identificação, em /. Definição próximo estiverem a densidade telefô­

muitos casos, é essencial, como em es­ nica efetiva e satisfatória, mais ade­

tudos relacionados com o mercado de A densidade telefônica satisfatória é quada estará sendo a rede telefônica

serviços de telecomunicações. uma variável que depende de indicado- para o sistema econômico, admitindo-

res característicos do padrão econômi­ se que sua operação tenha os padrões

Isto se aplica, também, aos casos de co e social do país em estudo. de eficiência desejáveis.

correlação entre densidade telefônica e

renda per capita, comumente uti­ A renda per capita é o índice mais co­ Por outro lado, ao se comparar os des­

lizados como base para propostas de mumente utilizado como variável ex­ vios entre densidade telefônica efetiva

crescimento do Sistema, na área de te­ plicativa dessa função, embora não se­ e satisfatória para diversos países, tem-

lefonia. ja o único indicador apropriado para se uma medida relativa das vantagens

se obter a densidade satisfatória. econômicas comparativas entre esses

Entretanto, representando bem ou par- países, como, por exemplo, devido à

cialmente a realidade econômica do No modelo em que essa densidade de­ melhor organização e sistema de co­

país, o certo é que esses indicadores, a pende apenas da renda per capita, tem- mercialização da produção que uma re­

nível nacional, são as únicas infor­ se: de telefônica adequada propicia.

mações quantitativas disponíveis para

estudos nesse nível.

São também dados imprescindíveis pa­ //. Método

ra estudos comparados sobre o desen­ em que “ f” é uma função a ser defini­

volvimento do nosso serviço de teleco­ da por um processo de regressão cross- O processo de determinação da função
section. de densidade ideal através da regressão
municações em relação ao de outros

países. cross-section envolve duas etapas

Esse modelo simples deve, entretanto, básicas: a primeira corresponde à ca­

N.A. — Agradecemos a Vânia M. Pereira pela dedi­ ser expandido para um número maior

cação na datilografia dos manuscritos, a Percy A. racterização das variáveis da função;

Thompson pelo cuidado na elaboração das tabelas e aos de variáveis causais, que, em conjunto, dos países da amostra selecionada; da

economistas Epaminondas P. Silva e J. Armando L. permitam uma melhor caracterização forma analítica da função, além da fi­

Ribeiro pelas valiosas sugestões e pela revisão final dos

textos. Todas as falhas, evidentemente, devem ser debi­ econômica do país em relação ao fenô­ xação do número de períodos analisa­

tadas aos autores deste trabalho. meno estudado. dos. .