Page 32 - Telebrasil - Julho/Agosto 1976
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DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO Empresários e Empresas Privadas aquele que dá, ao mesmo tempo que
Nacionais pede, aquele que se compromete com
Administração Direta — Adminis- o bom desempenho de seus produtos
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tração Indireta. Os empresários nacionais, como re e os garante, mercê de assistência téc
presentantes da iniciativa privada, têm nica à altura.
Na realidade fizemos o destaque das um papel marcante no panorama que
atribuições do Governo e de suas en- procuramos descrever. Todos os incentivos do Governo, já
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tidades vinculadas apenas para mos enumerados, exigem, como parceiro, o
trar que, por vezes, existe o risco da empresário lúcido e disposto a par
Se, por um lado, é justo e legítimo que
não uniformidade de atitudes, o que ticipar, com sacrifícios temporários por
haja forte apoio oficial a empresa
deverá ser evitado, já que ambas as vezes, do processo de desenvolvimen
nacional, não é menos justo que o em
partes representam a mesma peça na to global.*
presário concorra com uma parcela
arquitetura do mecanismo produtivo.
razoável de risco, ao enfrentar o com
Ao empresário privado cabe, também,
plexo universo industrial-tecnológico.
imbuir-se do ideal de criacão e ino-
Se ao Governo cabe, por definição, a 4 f
vação, como parte integrante do esfor
obrigação de acreditar nas possibili Interessa ao País o empresariado ço tecnológico nacional; cada produtor
dades industriais e tecnológicas sadio, consciente de seu papel na de bens ou serviços deve, na medida
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brasileiras e prover o devido apoio promoção do desenvolvimento geral, de suas possibilidades, evoluir,
político — no sentido mais geral — a inclusive colaborando com os órgãos apresentar novas opções ao mercado.
essas possibilidades, às empresas do da Administração Pública na escolha ê
Governo cabe o encargo da execução do modela industrial a ser seguido,
da política, ainda que, ao agirem como provendo a realimentação aos centros As associações com empresas estran
órgãos participantes de uma estrutura de decisão e sendo sempre, como geiras, alternativa válida na atual con
social, voltada para o desenvolvimento inevitável foi na história dos países in juntura, não devem ser encaradas com
global da comunidade, sejam obri dustrializados, ousado sem ser aven exagerado ceticismo; temos tido con
gadas, por vezes, a sacrificar um tureiro, capitalista sem ser imediatista tato com diversos empresários na
pouco de sua característica empre e, porque não dizer, patriótico sem ser cionais cuja reação a essa associação,
sarial, voltada para a eficiência e o bom xenófobo. ainda que preservada sua propriedade
rendimento. majoritária nas entidades existentes ou
A título de exemplo, cabe citar que nos a serem criadas, foi altamente ne
gativa: preferiam continuar com seus
Estados Unidos a maior parte do
Um dos aspectos mais importantes em próprios negócios, mesmo que não
movimento econômico está nas mãos
que a atividade da empresa gover competitivos, a "diluir" o capital em
das pequenas e médias empresas. Um
namental pode se fazer sentir è o da empreendimentos maiores, mais ren
modelo brasileiro, ainda que próprio às
padronização de equipamentos e sis
nossas peculiaridades, deverá levar em táveis e mais tendentes a propiciar, no
temas para telecomunicações. Em futuro, a minimização da dependência
recente Painel da TELEBRASIL, conta a necessidade de fazer como de fatores estrangeiros.
fazem os pequenos e médios em
realizado em Guarujá, houve razoável
presários americanos: poupar e inves
consenso em torno da tese de que a Existe uma diferença marcante entre
tir, arriscando cuidadosamente sobre
pulverização da quantidade de tipos de as grandes empresas estrangeiras e as
um panorama de mercado estudado e
equipamentos e diversidade de* fa empresas genuinamente nacionais:
bricantes pode ser um sério obstáculo analisado, com profissionalismo e não aquelas são sociedades anônimas, de
oportunismo.
à implantação de uma indústria na capital diluído, mas com grande con
cional de componentes eletrônicos. centração de poder de decisão nas
No Setor das Comunicações, como já mãos de gerentes profissionais, con
dissemos, cabe à Administração tratados na base de seus méritos e de
A ativação de um ou mais centros de Pública orientar o panorama merca sua folha corrida profissional; as
estudos e desenvolvimento de técnicas dológico e definir as metas e objetivos nacionais, não estatais, são, via de
de telecomunicações, por parte das a serem alcançados; cabe ao em
regra, empresas "familiares" ou de um
empresas vinculadas ao Governo, é, presário privado nacional obter os in dono só, capitalista e gerente ao mes
também, um fator fundamental para centivos financeiros e montar uma es mo tempo, e como tal, hesitante ao
que se possa atingir uma etapa mais trutura industrial sólida, embora pe • enfretitar o jogo do mercado, exigindo,
avançada em nosso desenvolvimento. quena às vezes, baseada na qualidade freqüentemente, sólidas garantias do
Importante, será, no entanto, casar es dos produtos e na confiabilidade da Governo para se decidir a participar
forços, evitar duplicações desneces produção ao longo do tempo. desse complexo mecanismo.
sárias e, sobretudo, seguir uma política
homogênea e coerente no trato dos
Já passamos da época em que se in O empresário nacional, para ser bem
assuntos técnico-científicos.
vestia hoje e colhiam-se os lucros sucedido, deve ter a mente aberta,
amanhã; uma sociedade desenvolvida, deve receber os apoios oficiais e fazer
Muito mais se poderia dizer sobre o estável, exige de seus empresários um jus a eles, desenvolvendo uma men
papel da empresa governamental no planejamento de maior prazo, uma talidade de lucros a maior prazo e con
contexto de desenvolvimento na carência antes de se atingir a renta fiança em sua capacidade de bem
cional, porém, o assunto é de fôlego e bilidade máxima; o empresário ver produzir, òom qualidade igual à estran
seu tratamento mais completo trans dadeiro, que todos nós gostaríamos de geira, às vezes até com maior adap
cende ao escopo deste trabalho. ver, é aquele que também ACREDITA, tação à realidade brasileira.
