Page 27 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1968

usuários um padrão elevado de qualidade
de serviço*
Em bora sejam os ainda fié is ao princí­
pio de se fa ze r algum a coisa a curto pra­
zo a esperar pela perfeição não devemos
esquecer a nossa responsabilidade perante
Oi púWiíSOi recuperando o crédito, do ser-
vlçp.
Partim os da estaca zero, conform e fo i
dito no início desta palestra, mas não po­
deremos ch egar ao fim da estrada, sem
atravessar todos os seus obstáculos e ês-
tes para. serem transpostos exigem , recur­
sos técnicos e econômicos.
N ã o podemos, esperar m ilagres, temos
«p»ft • tra b a lh a r com m étodos e afinco • e fone o número de chamadas originadas por
reunir tôdas as nossas reservas.
Vamos ,par partes, expôr quais são ês&es
obstáculos,
O Fundo N acional de Telecom unicações
«ta b e le c id o pela lei 4.117 se destina e
está sendo aplicado exclusivam ente nos
myvtflps S- cargo d a E M B R A TE L, isto é
z » construção dos troncos interestaduais e
equipamentos correlate* e da estação Saté­
lite. A rêde nacional tem que funcionar
harroônicam ente como um a m áquina em
qu e tôdas as suas peças executam o seu
respectivo trabalho.
Enquanto há recurso» para a im planta­
ção dos troncos, n ã o 'h á recursos para as
rêdes ou municipais em cujas áreas
se originam e term inam as chamadas te­
lefônicas allm entadoras dêsses troncos.
Seria o que projetarm os uma no­
va rêde abastecedora e distribuidora de
água sem am pliarm os a capacidade de adu­
ção de água.
N ão vam os nos estender em exem plos
que são m uitos, nos lim itarem os apena'
ao caso da cidade do K io de Janeiro, que
está m ais perto de nós.
A demanda de telefones registrada e
acumulada, era da ordem de 230.000 pedidos,
cêrca de 100% a m ais do que existia em
meados de 1966. N ã o devem os u sar êsse
número, pois nêle estão contidos os p re­
tendentes que conseguiram telefon e por
m eio de com pra os que m udaram de c i­
dade. de endereço, os que se transferiram
para Brasília, os oue m orreram etc. e v a ­
m os reduzí-Ia a 150.000 oue fo i o núm ero
adotado pela C TB . e que realm ente repre­
senta o m ercado existente.
Considerando a necessidade de ser in i­
ciada quanto antes a expansão, fo i adota­
da a única solução possível no período in­
flacion ário porque passou o país, isto é.
o auto-financiam ento, em que cada preten ­
dente tem de finan ciar a sua própria li­
nha telefônica. Considerando os custos
atuais, o valor do financiamento se situa
na casa de 1.600 cruzeiros, novos,.
Atenderam ao plano apenas os preten
dentes correspondentes, a 1/3 do total de
pedidos cêrca de 50.000 e os restantes ..
100.000 candidatos não puderam aceitar .*
condições propostas ou por insuficiência
dè recursos ou por descrença.
P a ra provar esta redução podemos citar
a pesquisa feita por pessoa! especializado
da CTB. na área dè Laranjeiras, bairro de
nível aquisitivo razoável em que de L700
unidades visitadas (residênciais e comer­
ciais) apenas 70 aceitaram o .plano, isto. é,
cêrca de 5% do total da pesquisa. Acrescente­
m os ainda o fa to de que atualmente no. Eio
de Janeiro, por fa lta de expansão de tele­
telefone é superior a 20 por dia, e se adm itir­
mos, com otimismo, a redução de 30%
com a elim inação de 30% da demanda,
êsse valor se reduzirá a 14 chamadas,
va lo r três vêzes e m eia superior à média
am ericana que é de 4 chamadas por dia.
A ssim sendo, não poderemos esperar boa
qualidade de serviço enquanto aquêles
100.000 pretendentes em potencial não
possuem telefone.
A ligação física entre as rêdes locais e
os troncos de longa distância será efetua­
da, sem dúvida, mas a sua eficiência e
rentabilidade serão reduzidas, se as ten­
tativas das chamadas originadas no tele­
fon e de cada usuário encontrarem as .li­
nhas dos telefones chamados ocupadas,
p or excesso de carga. N ão há previsão
possível de cálculo de trá fego se a deman­
da não fô r atendida em tôda a sua ple­
nitude.
A o ser criado o Fundo de Telecomuni­
cações dever-se-ía ter previsto a sua apli­
cação escalonada tanto na construção dos
troncos interestaduais como na expansão
das rêdes locais.
Que poderemos dizer em relação a inú­
m eras rêdes telefônicas de sistemas m a­
nuais existentes em m uitas localidades do
pais e ainda das localidades que nem um
sim ples telefone público possuem
Vim os com surprêsa, nos Estatutos da
E M B R A T E L , um dispositivo de que a em .
prêsa não visa lucros.
Será que o Brasil, cujo govêm o atual
fa z ingentes esforços para com bater a in­
flação para dim inuir as suas despesas e.
defender a moeda, pode se dar ao luxo do
ab rir m ão dos lucros que uma emprêsa
estatal de telecomunicação poderia obter
ao operar um ramo de atividade prática-
m ente inexplorado, podendo operar com
ta rifa s accessíveis ao grande público?