Page 24 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1968
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SU P L E M E N T O d e NOVEMBRO E DEZEMBRO

ANO IX                                       DIVVLCADO PELA      N .° 10$/106
     RIO Dk JANEIRO  FEDERAÇÃO DAS AS80CIAÇÕES DE EMPRftSAS DE

                                   TELECOMUNICAÇÕES DO BRASIL

                     NOVEMBRO-DEZEMBRO DE 1968                  DISTRIBUIÇÃO INTERNA

OS PROBLEMAS PARA A IMPLANTAÇÃO DO PLANO NACIONAL
                             DE TELECOMUNICAÇÕES

                                                                                                                        A . A V IL A L E A L

    R epetin do aquilo que já tem sido dito e       dades financeiras do pais, criaram em baraços
escrito m uitas vêzes, o B rasil, em l.° de ja ­   cambiais que tornaram quase im possível
n eiro de 1967, achava-se, na escala mundial       aquela fon te de financiam ento.
das telecom unicações, em posição m uito des­
fa vo rá vel, situando-se em penúltim o lugar,        P or outro lado, a elevação dos custos pelo
só ultrapassado pela Ín d ia , êste pais ocupan­   surto inflacionário, acarretou novos ônus às
te do últim o lugar.                               concessionárias, im pedindo-as tam bém de
                                                   elaborar planos de expansão a lon go prazo»
    Enauanto os Estados Unidos tinham em           pela violenta expansão dos preços.

Jan eiro d e 1967, 98.789.000 telefones, o Ja­        Apesar da sua responsabilidade p or êste
pão 16.011.745, a Alem anha Ocidental              estado de coisas, o poder concedente se om i­
9.532.417, nós nos contentavam os com a            tiu no reconhecimento das dificuldades por­
m odesta parcela de 1.379.292, em bora au­         que passavam as empresas. Os serviços pú­
m en tada em Jan eiro de 1968 para 1.460.485,      blicos a cargo do próprio governo se d ete­
com o acréscim o de 81.193, mas ainda cm           rioravam e constituíam um m au exem plo
in ferioridade com relação à Argentina, que        para as emprêsas particulares e. ta rifa s
em Jan eiro de 1967, já possuia 1.526.767          baixas, demagógicas, que não cobriam nem
te le fo n e s .                                  os custos operacionais, eram m antidas, be­
                                                  neficiando justam ente aqueles que m ais
   Se procurarm os os responsáveis pelo nos­      usavam os serviços, transferin do os ônus
so atraso vam os encontrá-los nos dois cam ­      do6 déficits, a serem cobertos pelo aum ento
pos, isto é, do lado do poder oonoedente e        de impostos e pela depreciação da m oeda,
do lad o d a concessionária.                      a tôda a nação, como no caso dos correios
                                                  e telégrafos, estradas de ferro, abastecim en­
   Nos anos anteriores à últim a guerra mun­      tos de água e serviços de esgôto, etc.
dial, não e m d ifíc il obter financiam entos
pelas concessionárias, no estrangeiro, com           As concessionárias, por sua vez, se des­
juros m ódicos e a longo prazo de am orti­        cuidaram desde longa data» da qualidade
zação, um a vez que eram asseguradas as           dos seus serviços por fa lta de um a fis c a li­
remessas de dinheiro na m oeda originária,        zação eficiente e perm anente assumindo
nas épccas devidas, garantidas pola esta­         muitas vêzes, novos com promissos em troca
bilidade econôm ica da em presa ;mesmo            de aumentos tarifários, de e fe ito efêm ero,
nessa época a expansão era quase sempre           embora na certeza, menos pela sua ação do
in ferior à demanda. M ais tarde, as dificul­
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