Page 5 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1965
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Considerando que os pedidos de re­    de aumentos salariais a serem cober­
visão de tarifas dos serviços de tele­   tos por acréscimo tarifário, decide:
fonia estão sendo apreciados de acor­
do com o disposto nos artigos 101 a         a) quando o poder concedente, den­
103 do Código Brasileiro de Telecomu­    tro do prazo de 30 (trinta) dias, con­
nicações e na Decisão n.° 20-63 do       tados da data da apresentação da pro­
CONTEL;                                  posta da revisão tarifária pela conces­
                                         sionária, não se manifestar sõbre a
   Considerando que pedidos têm sido     mesma, poderá a concessionária enca­
encaminhados com a falta do estudo       minhar o seu pedido diretamente ao
e parecer conclusivo do poder conce-     CONTEL, dando ciência dêsse procedi­
dente;                                   mento ao respectivo poder concedente;

   Considerando que há tôda conveni­        b) concluída a tramitação do pro­
ência na manifestação do poder con-      cesso de revisão tarifária, o CONTEL
cedente sem que, no entanto, a falta     remeterá ao poder concedente cópia
desse pronunciamento venha a impe­       da Decisão correspondente;
dir o exercício das atribuições legais
do CONTEL na aprovação de tarifas;          c) continua em vigor a Decisão nú­
                                         mero 20, de 30 de dezembro de 1963,
   Considerando que essa circunstância   com as alterações ora inclusas. — José
pode provocar o surgimento de graves     Cláudio Beltrão Frederico, Presidente
problemas sociais, inclusive nos casos   do CONTEL.

O TELEFONE

                                       ‘•Estado de Minas”, BH, 21-1-65

   E o meu amigo me contou que esta­     lhões de mortes, de incêndios, de as­
va num dilema. No apérto para sal­       saltes, o gênio de Bell evitou? E os m i­
dar uma promissória, disputa de dois     lhões de negócios que realizou? Na­
únicos bens: um lote e o telefone.       cionais e internacionais. Riquezas que
 Não sabia se vendia aquele ou èste.     se construiram e falências que não se
                                         consumaram, devido ao fio maravi­
Estava propenso a dispor do telefone,    lhoso. E as saudades que éle matou?
pelo qual lhe haviam oferecido um        O telefone é um vigilante internacio­
milhão de cruzeiros. Expliquei-lhe       nal Diz à esposa, em casa, quando o
que não poderia haver pior opção.        esposo viaja:

Chego mesmo a duvidar, não da inte­         — Fique tranquila que lhe darei no­
ligência, mas da sanidade mental dos     tícias dele. .. Si nas terras distantes,
que vendem um telefone. No meu en­       para onde éle vai, houver qualquer
tender, Bell, que foi o seu inventor,    cousa, eu a chamarei.

não devia pertencer, apenas, a galeria      O telefone enxuga lágrimas. Foi
dos grandes inventores, mas dos maio­    ele que iniciou milhões de casamentos
res benfeitores da humanidade. Eu o      no Universo. Porque foi por êle que
                                         começou. Numa chamada tida por
coloco ao lado de Pasteur, Fleming e     engano:
de todos os que têm salvo milhões de
criaturas da morte. O telefone é o mé­      — Senhorita, me desculpe. Não foi
dico a cabeceira. Medico que tem         para ai que cham ei...

consciência que não resolve o caso, e       Depois .a conversa anônima. A de­
chama, imediatamente, onde èle esti­     claração dos nomes. O encontro mar­
ver, o especialista. Vem éste. Receita.  cado. O noivado. E o casamento, a fi­
Quando sai. o telefone vai ao farm a­    nal. Esse admirável médico, farm a­
cêutico e dita o remédio. Se a botica    cêutico, bombeiro, criado, vigilante,
                                         alcoviteiro, ésse tudo, não come, não
estiver fechada, èle acorda o boticá­
rio em casa. E, como fèz com o dou­      dorme, não gasta. Meia dúzia de cru­
tor, indaga da familia por onde anda.    zeiros para sua conversa. O telefone
E vai na pinta. É o maior vigilante do   é de inspiração divina. A ninguém
                                         deve mais a humanidade. Quem o
lar. Há um acidente, èle traz o Pron­    possui e quer vendê-lo merece fuzila
to Socorro. Há um ladrão, èle está na    mento sumário...
Policia. Há um incêndio, èle traz o
bombeiro. e o permanente protetor

da pessoa e dos bens. Quantos mi­
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