Page 7 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1962
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da indústria nacional de equipamento      2) — Os serviços telefônicos em nos­
telefônico para a solução do problema
                                               so país, como se sabe, foram so­
da falta de telefones existentes no       brem aneira afetados pelos problemas
Brasil, onde a demanda é da ordem de      cambiais, uma vez que os materiais
UM MILHÃO DE LINHAS, o qual               im portados, sujeitos a sobretaxas ele­
                                          vadas, influiram grandemente no
achamos interessante transcrever para     custo de manutenção, o mesmo acon­
o conhecimento de nossos leitores.        tecendo com os equipamentos de pro­
                                          dução nacional que dependiam da im­
   Em outro tópico de TELEBRASIL          portação de alguns componentes e ma­
NOTICIÁRIO damos notícia dç que a         térias-prim as.

Ericsson teria sido forçada a reduzir     3) — A indústria brasileira de ma­
sua produção de equipamento e seria,
por isso mesmo, obrigada a dispensar          teriais telefônicos, por seu turno,
empregados, tendo em vista as dificul­    acompanhando o ritm o de expansão e
dades existentes para a importação de     o progresso tecnológico de todo o par­
material destinado àquela fabricação.     que industrial do país, também cres­
Daí Verificar-se a oportunidade dos       ceu, se aperfeiçoando e ganhando ma­
comentários do «Jornal do Comércio»       turidade. Hoje pode-se dizer que ela
que a seguir transcrevemos:               possui condições não só para eficien­
                                          tem ente atenuar, mas também solu­
1) — O problema dos telefones con­        cionar até, um dos aspectos mais gra­
    tinua a desafiar as nossas autori­    ves do problema de telefones no país,
                                          que é a falta de equipamentos espe­
dades, não só na Guanabara como em        cializados para manutenção e renova­
                                          ção dêsses serviços.
todo o Brasil. Há algum tempo que
êle se vem agravando e as perspecti­      4) — Dada a alta complexidade de
vas de uma solução a curto prazo são
as mais remotas possíveis. Em conse-           que se reveste, exigindo uma téc­
qüência, avolumam-se as «filas» de        nica apurada, bem como um elevado
espera e o nosso país, relativam ente     investim ento e m atérias-prim as de
aos demais, passa a ocupar posição        prim eira qualidade, a fabricação de te­
cada vez mais inferior. Algumas ten ­     lefones e equipamentos para teleco­
tativas têm sido feitas — é verdade       municações e similares constitui um
— para enfrentar o problema. Mas,         dos mais delicados setores da indús­
nenhuma com decisão e realismo. As        tria de m aterial elétrico.
companhias concessionárias pràtica-
mente já se confessaram impotentes e      5) — De qualquer forma, o fato é
incapacitadas para suprim ir o apre­
ciável «déficit» de aparelhos telefôni­        que não resta dúvida estar atual­
cos, em perm anente expansão, isto por­    m ente a fabricação nacional dêsses
que os investimentos necessários são       m ateriais em adiantado estágio técni­
quase astronômicos.                        co. Além dos aparelhos telefônicos,
                                           fabricam-se no Brasil cabos de trans­
    Calcula-se que a recuperação total     missão e rêdes manuais e automáticas,
 do serviço telefônico no Brasil, aos      mesas interurbanas, centrais telefôni­
custos atuais, seria superior a 100 bi­    cas, além de uma série de equipamen­
 lhões de cruzeiros, o que significaria,   tos e acessórios complementares.. Cal-
 aproximadamente, 300 milhões de dó­
 lares. Dessa forma, conclui-se que à
 indústria nacional de equipamentos e
 materiais telefônicos está reservado

 um papel importante neste setor, pois
 ela representa um dos mais valiosos
 elementos com que contamos para a
 sua melhoria e atualização.
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