Page 14 - Telebrasil - Junho 1962
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O Chefe do Executivo, Sr. Au sintetizamos a própria norma de
rélio do Carmo e o prefeito Mou governar, a orientação básica que
ra Carvalhom atualmente no deve seguir o poder público. Re
Rio, em palestra com jornalistas, sulta de tal conceito que não é
declararam que atualmente exis necessário entrar no mérito dos
tem apenas 4 mil telefones, para atos governamentais, desde que
uma população de 400 mil habi se tenha em conta o fator funda
tantes. Adiantou que os servi mental, o interêsse em bem ser
ços de ampliação da rêde telefô vir o povo, a coletividade.
nica de Belém serão contratados
com a Pará Telefones, concessio Nêste caso, no terreno econô
nária do serviço. mico, temos, nós brasileiros, ex
periência bastante que nos pode
O plano prevê instalação de um indicar o caminho a seguir. A
total de 10 mil aparelhos.» economia liberal construiu a ri
queza na América. O estatísmo,
PARÁ DE MINAS INAUGURA no Brasil, tem apresentado sal
TELEFONES AUTOMÁTICOS dos negativos de tal forma que
hoje as empresas administradas
— “ Estado de Minas” — pelo governo constituem um dos
— 26/4/1962 — maiores pêsos no erário público,
acentuando os déficits sob os
A Companhia Telefônica de quais vivemos e que são, em úl
Pará de Minas está prevendo a tima análise, pagos pelo povo. A
inauguração, no corrente mês, de navegação comercial apresenta
seu equipamento automático de um déficit de 35 bilhões de cru
200 linhas. A maquinária foi ad zeiros. As ferrofvias estão cain
quirida há muito tempo. Entre do aos pedaços, dando prejuízos
tanto, um retardamento na en sem conta — quase 30 bilhões
trega das peças (na Alemanha), segundo dados otimistas. No ter
motivou o prolongado atrazo na reno das telecomunicações temos
sua montagem. o exemplo do Recife. A inter
venção do Estado, longe de me
SALDO NEGATIVO DE NOSSA lhorar os serviços e resolver o
POLÍTICA ESTATIZANTE problema, veio agravar tudo de
Registra o «Diário de Notí tal forma que hoje, em Recife,
cias», de Porto Alegre, em sua pràticamente não existem servi
edição de U de abril último: ços telefônicos. Leva-se mais de
uma hora para uma ligação nor
«Toda e qualquer medida go mal. O Govêmo, no grande Es
vernamental emana, teoricamen tado do Norte, não conseguiu re
te, do povo e deve ser tomada, solver o problema. Ao contrário.
por isso mesmo, no seu interês-
se, e no interêsse da coletivida Ao embate de interêsses políti
de. Êste é, sem dúvida alguma, cos, não raro violentamente de
o papel dos governos representa magógicos, as ligações foram
tivos, eleitos pelo povo na acep
ção mais completa da demo sendo feitas sem qualquer cri
cracia. tério técnico e o resultado não
Ora, nestas linhas indiciais se fêz esperar.
Temos, pois, uma experiência
bem rica para apreciar a contro-