Page 25 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro/Março
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          num  futuro  próxim o.   Não  haveria  p aci­  ratos  do  B rasil.   Ora,  eu que  sou  go­
          ente  que  resistisse  às  delongas  infernais.   vernista  no  Estado  da Guanabara  e  que
          E  sem   ter  para  quem  apelar.      estou  ligado  ao  telefone  por vínculos
                                                 p rofission a is,  e  que  além   disso torço  pe
            As  telecom unicações  são  problem a  na­  la  expansão  da  rêde  e  m ais  pessoalm en
          cional.   E  problem a  da  m ais  alta  priori^   te  torço  para  que  am igos,  filhos,  paren
         dade.   Não  é  possível  pensar  em  term os   tes,  atualmente  privados  do  grande  in­
         de  unidade  político-adm inistrativa  e  em   vento  de  Graham  Bell,  tenham  seus  tel£
          integração  econôm ica  do  país  se  não  ti­  fones  instalados,  tive  ím petos  de largar
         verm os  um  sistem a  rápido  e  eficiente  de   o  jornal,  a  poltrona,  a  casa,  e  sair  cor
          com u nicações.   Até  m esm o  a  segurança   rendo  à  procura  do  imprudente  deputa­
          nacional  ficaria  afetada  se  não  contarm os   do  para  lhe d izer   —  Pelo  am or   de
          com   uma  rêde  que  perm ita  a  rápida  e  i-   Deus,  não vá  por  a í . . .   se  quer  traze r
         mediata  com unicação  entre  os  diversoB   uma  pequena  contribuição para  a fe lici­
         pontos  do  território  B rasileiro.    dade  dessa  gente  que  vive  no  Estado
                                                 da  Guanabara  e  espera  de  seu  governo
            M encione-se,  m esm o,  que  quando   os   solu ções  cora josa s  e  Inteligentes.
         m inistros  m ilitares  foram   ouvidos  sôbre
         o  problem a,  no  Senado  F ederal,  em   d e­  E xplicaria  ao deputado  que  minha  fi­
          zem bro  último,  fizeram   questão  de  acen­
                                                 lha  não  tem telefone,  ç ie   Fulano,  B eira
         tuar  que  do  ponto  de  vista  da  segurança   no,  Cicrano  e  m ais  ce rca  de  200.000pes
         nacional  o  que  interessa  é  assegurar   à   soas  desconhecidas  não têm  telefone  por
         extensão  do  sistem a  de  telecom unicações a   causa  da  demagogia  a  cavalo  da  infla­
         todo  o  território  nacional  e  garantir   ao   ção.   Todas  as  p essoas  que  eu  conheço,
         governo  federal  seu  controle.  Argumentos
                                                 todas  pagariam   2  m il  ou  3  mil  c ru z e i­
         que  jogam   por  terra  a  justificativa  do  mo   ros  por  m ês  para  ter  telefone,  e  note
         nopolio  estatal,  que  se  arguia  n ecessário   bem   o  leitor  que  minhas  relações   e s ­
         com   uma  confusão  propositada  entre  m o­  tão  na  classe  m édia,  em   regra  geral,
         nopólio  e  controle.                   muito  abaixo  dos  níveis  de  fortuna   dos
                                                 trabalhistas  com o  o  s r .  San  Tiago  Dan­
            Não  tendo  o  governo  federal  recu rsos,   tas,  dos  nacionalistas  com o  o  s r .  G abri­
         e  nem  tampouco  podendo  operar  com   e -    el  P assos,  e dos  populistas  com o  os  srs.
         ficiên cia  esse  sistem a,  porque  não  entre­  Goulart  e  B rizola.   Mjnhaa  rela ções  são
         gá-lo  às  em jrêsa s  privadas  ?   A  Consti   m ais  m odestas,  m as  assim  m esm o  q u e »
         tuição  estipula  e  preserva  o  direito  da li   riam   ter  um telefone  pelo prêço  que va­
         v re  em presa.   Que  obstáculos  haveria  no   le  um dito  telefone.   Saiba  o  amado  le i­
         setor  de  telecom unicações,  quando  os  pró   tor  que  m eus  am igos,  e os  200.000  can
         príos  m inistros  m ilitares  são  p o s itiv o s    didatos  desconhecidos,  não  têm  telefone
         em   afirm ar  que,  em  m atéria  de  seguran   até  hoje,  porque  os  rapazes  da   UNE
         ça  nacional,  o  que  interessa  é  a  extensão   não   deixam,  porque  os  nacionalistas  a-
         do  sistem a  e  o  controle  do  governo.  trapalham,  e  porque  os  governantes,  v í­
                                                 tim as  de  uma  lastim ável  refração,  pen­
                                                 sam   que os  quatro  gatos  pingados   que
                                                 m iam   com   estridência  são  a própla voz
            É  p reciso,  pois,  que  a  com issão  m ista   do  povo;   e pensando  nos votos,  na  popu­
         a celere  seus  trabalhos,  revendo  um  proje   laridade,  e  nas  dem ais  categorias  essen
         to  literalm ente  lesivo  aos  in teresses  na­  cia is  da  vida pública,  am edrontam -se. E
         cionais  e  abrindo  caminho  para  o  Código   com o  não  é possível  fazer  telfones,  li­
         B rasileiro  de  T elecom un icações,  que  p os­  nhas,  seletores,  e tc .,  dez  vezes  m ais
         sa  ser  um  verdadeiro  instrumento de  in­  baratos  do  que  na  Suécia  ou  na  Alem a­
         tegração  nacional. "                   nha (para  não  falar  nos  Estados  Unidos),
                                                 ficam os  totalmente,  patrioticam ente,  de-
                                                 m agògicam ente,  sem  telefones,  até que  al^
       TELEFONES  BARATOS                        gum  bom beiro  nordestino  invente o  m o-
                                                 to-contím io   e  o  telefone  que  além   de  fa
              T ranscrevem os  o  seguinte  artigo  de   lar  ainda  ponha  ovos  de  ouro.  "
       Gustavo  C orção,  publicado  no  "D iário de Notí­
       cia s"  de  23  de  fevereiro  último  —   que  a -
       borda,  com   a  m aior  propriedade,  as  causas   PLANO  DA  C .T .B .  PARA  A  EXPANSÃO
       da  crise  existente  no  serv iço  de  telefones  no   DO  SERVIÇO  INTERURBANO  EM  S A O ~
       país:                                     PAULO
         "   Um  deputado  governista  do  Estado   da   -  "A   Gazeta",  10-2-1962  -
         Guanabara,  pelo  que vi  estampado  neste
         jornal,  pronunciou  um discu rso  prom eten­  A  A ssociação  C om ercial  do  Estado
         do,  em  nome do  governo,  telefones  bara­  de  São  Paulo  dirigiu,  no  d ia   9  de  fevereiro
         tos.   C reio  que  a  notícia  chegava  a usar   último,  ao  Governador  Carvalho  Pinto o  se
         a  form a  superlativa:  os  telefones  m ais  ba­  guinte  telegram a:
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