Page 37 - Telebrasil - Agosto/Setembro 2002
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J. C. Fonseca
Negócios
Humor
Grupo RFS quer se
O tik-tak dos consultores manter forte
Consultores, sem dúvida, são impor - Já adorei, mas agora não gosto mais.
Nos planos de Luiz Oliveira
tantes. Ajudam a descobrir o óbvio que, - Ué, por quê?
para a RFS está o aumento das
por aiguma razão, você teima em - Eu estava na rua e precisava sa
nãc querer ver. Dão as dicas para ~ ber que horas emm. vendas e da fabricação e manu
reformular sua organização. - Sim e daí? tenção da política de não-de
Enfim, fazem o diabo. Em - Chamei um consultor. Ele pediu missão através do controle de in
tempos de vacas magras ou meu relógio, apertou um botão e dis ventário, cash flow, serviço fi
de escândalos corporativos, 1 se: "são tantas horas, tantos minutos, nanceiro da dívida, working capi
eles passam de salvador da tantos segundos e tantos décimos". tal e house-keeping. Os produtos
pátria a bode expiatório. E - Que maravilha. Por que você ficou da RFS são antenas, cornetas,
surgem as piadinhas chateado? guias de onda e feeders. O over
ma dosas. Eis uma que - Foi na hora do pagamento. lay GSM, as antenas para situa
recolhemos no meio empresarial. - ? ? ? ções críticas (túneis, metrô) e a
São dois executivos trocando - Ele ficou com o relógio. coabitação da tevê analógica e di
experiências: gital são vistos como promissores
-Você utiliza consultor? Tik-tak, tik-tak... muito rápido. para os produtos RFS.
Tecnologia
Manaus tem o gênio brasileiro
O pólo industrial de Manaus vim ento de set top boxes (caixa
(Amazonas) gerou o Instituto Genius, adaptadora) para operar com o
de pesquisa, reunindo 60 enge parque instalado de aparelhos de
nheiros, 24 mestres e oito doutores. tevê do País.
M arcelo M artins, da área de - A Televisão de Alta Definição
Novos Negócios da Genius, vê é algo caro e é preciso insistir nos
oportunidades para o Instituto com componentes-chave (15 a 20%) do
a chegada da televisão digital. Há televisor. Não dá mais para errar -
perspectivas para o desenvol afirmou Martins. RFS: base industrial mantida
Conjuntura
como. O Brasil se fixa nas negocia
BNDES debate globalização ções comerciais externas mas esque
ce a oferta competitiva”.
“O Brasil adotou o consenso Nas décadas de 50 e 60, o País Albert Fishlow (consultor) reco
de Washington, privatizou empre cresceu 7%. Aderir à Alca sem ne mendou que o País precisa exportar
sas, abriu-se indiscriminadamen gociar o protecionismo externo seria de verdade (hoje 5% do PIB) e aumen
te ao capital estrangeiro e confiou suicídio, disse Hélio Jaguaribe, tar a poupança interna (menor que a
na suposta otimização do mercado durante o seminário “Desenvolvi de 1959). Para Giovanni Dosi (Uni
local. Foram 20 anos de estagna mento em debate”, promovido pelos versidade de Pisa), a globalização
ção. Houve contraste entre a exce 50 anos do BNDES. aumenta a assimetria internacional e
lência de FHC e o resultado obti Rubens Ricúpero ex-ministro da contribui para promover o sistema
do. O País ficou imobilizado pelo Fazenda (ltamar Franco), comentou financeiro, sendo preciso proteger os
seu déficit interno e externo que que “Estado deve agir na educação mais pobres. Para Sanjaya Lall (con
equivale ao total das exportações, primária, contra a pobreza e na ciên sultor do Banco Mundial), a liderança
juros altos foram utilizados para cia e tecnologia. “O que fazer, todo mundial é dos países que já detinham
atrair capitais (especulativos)”. mundo concorda; o dissenso surge no tecnologia e que a desenvolveram.
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