Page 11 - Telebrasil - Abril/Maio 2002
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cada  vez  mais  expressivos.  Cabos   das  Comunicações,  Pimenta  da  Veiga,   cará para historiadores o fim de uma épo­
       ópticos  proliferaram,  mas o  acesso em   descompatibilizou-se  do  cargo  para  co­  ca em que uma Anatei reteve uma cultura
       banda larga à rede continuou como um   ordenar  a  campanha  presidencial  pelo   implantada por Sérgio Motta (e pelos con-
       desafio a ser vencido para as periferias.  PSDB. Deixou em seu lugar Juarez Qua­  sultores  da  UIT)  e  se  pautou  pela
        No entanto, ainda há muito por fazer.   dros,  seu  competente  secretário-execu­  invulnerabilidade que o modelo oficial lhe
       Setenta por cento da população mundial   tivo,  seguindo  uma  estratégia  adotada   atribuiu. Com a morte de “Seijão”, a Ana­
       vivem em áreas rurais e remotas, sem te­  pelo  Governo em outros ministérios.  tei, de certo modo, perdeu um importan­
       lecomunicações. Um terço das pessoas no   -  O que há é uma crise financeira pas­  te apoio junto ao poder.
       mundo  nunca fez uma chamada  telefô­  sageira e a estrutura está ociosa -  disse o   Foi  indicado  para  substituir  Renato
       nica. As  informações que  transitam, em   ministro Juarez Quadros, dirimindo boa­  Guerreiro o diretor da FGV Consulting,
       inglês, pela Internet atingem apenas 10%   tos que haveria um “caladão”, à semelhança  o  engenheiro  e professor Luiz Guilher­
       da população  mundial.                                                 me Schymura de Oliveira, com doutora­
        De acordo com a UIT, o fosso de tele­                                 do  em  economia,  sugerindo  uma prefe­
       comunicações  entre  o  mundo  desenvol­   "Interesses                 rência da área econômica do  Governo.
       vido  e o em  desenvolvimento migra dos                                  Um  documento,  oriundo  da  área pri­
       serviços  básicos  (onde  o  fosso  diminui)   quando  não             vada,  foi  apresentado  pelo  Banco  Cen­
       para os serviços avançados (onde o digi­                               tral,  na  Reunião  da  Câmara  de  Política
       tal divide aumenta). A penetração de te­       felizes                 Econômica, e acenou para uma provável
       lefones  fixos  e  móveis  é  de  121  telefo-   pressionam.           crise no setor de telefonia.          1 1
       nes/100  habitantes  em  países  desenvol­                                                                   I
                                                                                A insinuação foi firmemente rebatida
       vidos,  18,7  em  países  emergentes  e  1,1   É a  lei"               com argumentos, em coletiva com a im­
       em países  menos desenvolvidos.
                                                                              prensa, no dia 17 de abril, por Antônio
                     Brasil
                                                                              Carlos Valente, conselheiro  e presiden­  TELEBRASIL/abriL-maio
        O  cenário  brasileiro  das  telecomuni­
                                           do  “apagão”  da  energia  elétrica.  Balanços   te em exercício da Anatei (cujo manda­
       cações,  apesar  de  em  quatro  anos  de   de  operadoras já m ostraram  bons resulta­  to  de  sete  anos  terminará  em julho  de
       privatização  ter  triplicado  o  número  de   dos,  ainda  que  algum as  operadoras  celu­  2004),  causando  certo  tumulto  na  área
       acessos em serviço -  de 12,2 milhões para   lares  tenham   amargado  prejuízo.  do  Executivo.
       37 milhões em dezembro de 2001  passa   Na Anatei, de onde já havia saído Luiz   Importantes decisões (o que é normal)
       por um momento de tensão.           Francisco  Perrone -  que  optou por  não   terão  de  ser  tomadas  na  área  governa­
         Está na hora do País pagar a conta das   renovar seu primeiro  mandato -, deixou   mental referente às telecomunicações. A
       expectativas  geradas pela privatização.  a  presidência  da  Agência,  após  pouco   começar pela escolha da tecnologia da te­
        As metas de qualidade e de universali­  mais  de  1.600  dias  no  cargo,  Renato   levisão  digital  -   muito  mais  que
       zação -  uma perene preocupação da Ana­  Navarro  Guerreiro,  cujo  segundo  man­  tecnologia é a obtenção  de um  mercado
       tei  e do Ministério   foram  cumpridas   dato expiraria em 2005.      bilionário  -,  que  é  uma  decisão  de  alto
       antecipadamente por quase todas as ope­  Sua saída gerou especulações (o cargo é   nível da qual a Anatei e o Ministério das
       radoras.  A Agência acenou  com  o  mo­  importante) e muitas homenagens e mar­  Comunicações  participam.
       delo  do  SMP  (Serviço  Móvel  Pessoal),
                                                     Os  presidentes da Anatei
       projetado  para  se  ter  quatro  ou  cinco
       megagrupos, disputando  as  telecomuni­
       cações do País.
         Os  motivos  de  pressão  sobre  o  atual
       modelo  são vários.  Fala-se  em  US$  29
       bilhões em investimentos diretos estran­
       geiros, no setor de telecomunicações, nos
       últimos  cinco  anos.  Os  investidores  na­
       cionais  e  de  fora  pressionam  para  ter
       maior retorno de seu dinheiro, hoje, esti­
       mado em torno de 1,5% a 2,0%.
         O quadro se complementa com a che­
       gada das eleições gerais de outubro, que
       faz de 2002 um  ano atípico.  O  ministro
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