Page 13 - Telebrasil - Maio/Junho 2001
P. 13
comunicações, M árcio Wholers destacou a
líc JaiK iio. n .\bril 2i
má distribuição de renda c uma possível ins
li
tabilidade económica. Existe também o ris
co rcgulatório causado pela importação de
modelos externos, nem sempre adaptados à
realidade local.
Na America Latina, há falta de coordena
ção na condução de políticas públicas. O Brasil
ensaia esta coordenação entre os Ministérios
da Ciência c Tecnologia c das Comunicações e íy
órgão regulador. Há falta de uma educação
Henrique Neves Manoel Horário
digital generalizada com pouca participação da
pequena e média empresas.
guas hispânica e portuguesa. Rcccntemcntc, a mento de prazos de retomo do capital, bem
Iberos
Telefônica adquiriu o terceiro maior portal dos como para o surgimento de novas empresas,
Jonas Oliveira, do grupo Telefônica, obser EUA, Licros. muitas vezes sem escala a oferecer.
vou que a América Latina representa 510 mi Sílvia Nora de Jesus, do Terra, explicou - No mundo, hoje, ocorrem duas socieda
lhões de pessoas, com PIB per capita de USS que a Internet no Brasil tem alta penetração des: aquela baseada na informação e as “ou
3.932. Em comparação, os EUA, com popu (30,8%) nas empresas. A densidade brasilei tras”, como existem na América Latina - ob
lação menor (276 milhões), tem PIB 10 vezes ra de computadores pessoais é de 3,63 PCs/ servou Henrique Neves. A distribuição do uso
maior (USS 36.6 mil), o mesmo acontecendo 100 habitantes - inferior a da Argentina da Internet no Brasil mostra que 32% da classe
com a Europa, com população de 292 milhões (4,92) c a do México (4,42) - c a nossa taxa A (mais rica) utiliza o serviço, caindo, respec
e PIB sete vezes maior (USS 21.9 mil) que a de penetração do acesso x D S L (d ig ital tivamente, para 10%, 1% e 0% para as classes
América Latina. subscriber line) é de 6%. B,C e D. Na Argentina, a utilização da Inter
Segundo o executivo da Telefônica, o mer Pós-privatização net pela classe A c de apenas 5%.
cado de telecomunicações da América Lati Vão ocorrer questões básicas a serem resol
Já Henrique Neves, presidente da Brasil Te
na é excelente, porém difícil por ser regula- lecom, distingue as fases da privatização, des- vidas, a partir de 2002, tais como o unbundling
toriamente heterogêneo, apresentando mer rcgulamcntação c da dcscontinuidadc das tele do acesso local (um ativo econômico das ope
cados abertos (Argentina, Chile, México e comunicações. No Brasil, a privatização trou radoras); a questão tributária (afeta a escala de
Venezuela), cm abertura (Brasil e Bolívia) c xe consigo programas de comercialização c de preços e limita o mercado); e a renda per capita
ainda fechados (Uruguai e Costa Rica). O qualidade de serviços e o início da queda de da população.
grupo Telefônica tem presença cm grande preços. O País entra agora na fase da desregu- A partir de 2002, com o mercado liberaliza
parte da América Latina com cerca de 6,5 lamentação com novos competidores, empre do, Henrique Neves previu a saturação do for
sas estabilizadas c fragmentação da oferta.
milhões de acessos móveis. necimento para os grandes usuários, a forte
A América Latina possui cerca de 10 mi A fase seguinte será a da dcscontinuidadc, competição para a P M E e o aumento da
lhões de usuários ativos — são os que fazem um com a entrada de novos players, queda das inadimplência nas classes C e D.
mínimo de uma chamada Internet por mês margens no resultado das empresas, ofertas A liberalização do mercado trará consigo
dos quais 3,9 milhões estão no Brasil. O portal “customizadas" e integração vertical (rumo ao impactos importantes: o custo da longa dis
Terra, sob controle do grupo Telefônica, opera conteúdo da informação). Henrique Neves aler tância vai cair, como aconteceu na Europa -
em 41 países c enfatiza a informação cm lín tou contra o excesso de capacidade e o alonga quem mantiver o controle do acesso local vai
sofrer menos; e as empresas ponto.com desa
Panorama na América Latina
baram, afetando de certa forma fornecedores
A . Latina Milhões de acessos Densidade por 100 habs. Habs. como Lucent, Nortel e Cisco.
Pa í s Fixo Móvel 1 Fixo Móvel PCs f l Milhões - Não vai ser da euforia para a desolação -
Brasil 29 23 17 3,63 5,9 173 previu o presidente da Brasil Telecom, acres
México 12 14 11.8 4,42 29,0 100 centando que “será a vez de quem tiver os
Argentina 8,3 4,6 20 4,92 27,2 37 pés na terra”. *
Chile 3,3 3,4 ND ND ND ND
Venezuela 2,6 3,4 ND ND ND ND * 0 desenvolvimento das telecomunicações ibero-
Bolívia 0,5 0,42 ND ND ND ND americanas foi tema de seminário promovido pelo
H0ta: EUA (283 M de fixos; 88 M de móveis; Europa (309 M fixos e 256 Af móveis); Instituto Toncredo Neves (PFL) e pela Fundadón
Polular Ibero-Americana, no Rio de Janeiro.
América Latina - 520 M habs.