Page 20 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 2000

L C o n ju n tu ra . 1

Os resultados das operadoras

Luiz Vieira
SMP, WAP e short message na telefonia celular. Espelhos,

"espelhinhos" e unbundling na telefonia fixa. Estes
temas foram destaques em 2000. A aplicação de multas
pela Anatei pelo não-cumprimento de metas de

qualidade e a solução de casos que vinham se
prolongando, como as vendas da CRT e da Ceterp,
também tiveram impacto no setor. 0 órgão regulador

resolveu ainda a questão da Intelig, devido a fusão
depois cancelada da Sprint com a MCI, controladora da
Embratel; e interveio na Telemar por causa de alterações

de participações dos sócios.

Neste ano, as operadoras fixas e celulares
P ara as operadoras que operam teleco­ investiram mais para antecipar o cumprimento
municações, alguns fatos marcarão o ano
das metas da Anatei previsto para 2003. O de­
de 2000. A ampliação da competição no
DDD e o início na do DDI, com as novas sejo - e a necessidade - de expandir suas opera­
espelhos; e o anúncio do novo modelo da tele­ ções para outros mercados foi aguçado com o
fonia celular, através da criação do SMP, que lançamento do SMP, onde empresas que hoje
utilizará a tecnologia GSM, a mais difundida operam apenas telefonia fixa poderão fornecer
em dezenas de países; além da discussão sobre também serviços móveis de telecomunicações.
o compartilhamento das redes das teles locais O SMP cria uma série de questões para as
com as de longa distância seriam os princi­ operadoras das Bandas A e B, que terão de
pais. Para ampliar a competição, a Anatei re­ optar por mudar do SM C - Serviço Móvel
alizou licitações para centenas de cidades de Celular - , para o SMP e entrar num processo
menor porte, onde irão operar a partir de ou­ de fusão com outras celulares para atingir uma
tubro de 2001 as chamadas “espelhinhos”. escala que viabilize a competição com as no­
Neste ano fmalmente foi resolvida a questão vas concorrentes das Bandas C, D e E, que
da CRT, agora incorporada à Brasil Telecom, terão áreas de cobertura muito maiores. Vári­
depois de uma série de recursos judiciais e uma as celulares estão recebendo e ao mesmo tem­
intervenção da Anatei, que durante meses ad­ po apresentando propostas de aquisição ou
ministrou a operadora. A Ceterp também foi fusão com outras e estas negociações tendem
privatizada sendo absorvida pela Telefônica, na a se tornar mais intensas com a aproximação
operação fixa; e pela Telesp Celular, na opera­ do leilão das novas bandas, que ocorrerá no
ção móvel. O ano termina com duas operado­ final de janeiro de 2001.
ras não-controladas pela iniciativa privada, a A preparação das operadoras fixas e celula­
Sercomtel e a Sercomtel Celular, onde a Pre­ res para se adaptarem ao novo cenário pro­
feitura de Londrina detém a maioria das ações. posto pela Anatei com o SMP gerou um gran­
WAP foi a jogada de marketing das opera­ de volume de investimentos e acabou inver­
doras celulares para atrair novos clientes. Ape­ tendo um pouco o relacionamento com os
sar dos esforços delas, a Internet móvel ainda fornecedores. Em 1999, depois de alguns
não se popularizou. O atraso dos fornecedo­ meses de avaliação do que haviam adquirido
res de terminais TDMA, que são a maioria no leilão de julho de 1998 - quando o Sistema
entre os usuários brasileiros, certamente con­ Telebrás foi privatizado - , as operadoras im­
tribuiu para que esta inovação tecnológica ti­ puseram aos fornecedores novos prazos de
vesse um impacto menor do que o inicial­ fornecimento e preços inferiores aos que eram
mente previsto pelas operadoras. O lançamen­ praticados. Carentes de encomendas em 1998,
to de serviços de mensagens curtas por quase os fornecedores aceitaram as novas condições.
todas as operadoras registrou melhores resul­ Mas, com o aumento da demanda por equi­
tados, avaliam empresários do ramo. pamentos e serviços aumentando bastante em
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