Page 24 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 2000

BNDES vai suportar fabricação local
João Carlos Pinheiro da Fonseca
A expansão do setor
pressiona nossa balança
comercial.
0 BNDES promete
estimular a produção
local, nclusive, de partes,
peças e componentes e
incentivar as
exportações de bens
finais.
- Para crescer, importou-se dez vezes Boas intenções
mais do que se exportou. Este foi o qua­ Representando a poupança do País, a
dro do setor mostrado por M aria cartilha do BNDES apoia as privatiza­
Christina Fontainha Carneiro, chefe do ções, as exportações (gera empregos e
Departamento de Telecomunicações do permite importar) e o setor privado (gran­
BNDES, durante almoço promovido des empresas) em projetos de infra-es­
pela Telecom. trutura - as PMEs são atendidas, via
Nos últimos quatro anos, o setor de agentes financeiros. O BNDES ainda
telecomunicações gerou um déficit anu­ cuida da modernização do setor indus­
al na balança comercial da ordem de trial, além de minorar as desigualdades
US$ 2,2 bilhões. Tal déficit tende a me­ sociais e regionais reinantes.
lhorar em 2000, situando-se em torno
Os desembolsos do BNDES foram
de USS 1,4 bilhões.
máximos (USS 16,5 bilhões) entre os
Refletindo o crescimento da infra-es­
anos de 1997 e 1998, caindo para USI
trutura de telecomunicações no Brasil,
11,1 bi no ano passado, e USS 13,3 bi
tanto na telefonia fixa quanto na celu­
previstos para este ano. Os gastos com
lar, as importações do setor cresceram telecomunicações representam cerca de
de um patamar de USS 2 bilhões, em
10% dos desembolsos do Banco.
1996, para outro de US$ 2,6 bilhões, O BNDES já financiou a Ericsson,
nos três anos subseqüentes.
Lucent e Nortel para fabricação de
O equipamento de transmis­
ERBs (estações radiobase); a Trópico,
são responde por quase meta­
NEC e Batik (Lucent) para comuta­
de da pauta das importações
ção; a Brasilsat para antenas e a Harris
do segmento, seguido pelos ter­
para microondas; a Nokia Gradiente
minais telefônicos. As estações
para terminais; a Bargoa para conecto­
radiobase tiveram um pico, em
res; a Daruma para telefones públicos;
1996 e 1997, com mais de US$
a Andrew para cabos corrugados; e a
1 bilhão importado somente
Flextronics, circuito impresso.
neste biênio. No primeiro se­
As operadoras também se beneficia­
mestre de 2000, a importação
de ERBs representou apenas ram do aporte de recursos do BNDES,
totalizando USS 1,1 bilhão, em 1999. A
US$ 22,6 milhões.
As exportações do setor - Brasil Telecom recebeu empréstimos de
"*5 basicamente realizadas pelas USS 227,1 milhões; a Telemar de USS
multinacionais instaladas no 219,8 milhões; aTelesp Celular (Banda
País - estão crescendo. Elas são A) de USS 135,8 milhões; a Algar de
lideradas pelos telefones celu­ USS 107,1 milhões; e a CRT fixa, USS
lares qúe, nos primeiros seis 91,7 milhões.
meses de 2000 (USS 361 mi­ Ainda receberam auxího financeiro do
lhões), já representam mais que banco estatal, Americel e Telet, na faixa
todos os demais itens exporta­ de USS 50 milhões; Tess (USS 38,3
dos (term inais telefônicos, milhões); eTelemig,TCO,Teleamazônia,
equipamentos de transmissão, CTBC, Embratel e NBT, na faixa de
ERBs, fios e cabos) somados. USS 15 a USS 20 milhões.