Page 52 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1999
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C r e s c i m e n t o e m b if f ln g
A Lucent está investindo no mercado de billing através de William Hobib, diretor de D e
sua subsidiária Kenan e espera para breve o anúncio de novos senvolvimento de M ercado da
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negócios com operadoras brasileiras de telecomunicações. Ela Kenan (foto), informou que qua
já atende à C TB C Telecom, Embratel e Telemar, esta última tro escritórios, um no Rio de Ja
com um módulo complementar do processo de bilhetagem e neiro, estão voltados para o aten
estima-se que com a maior concorrência na telefonia fixa sur dimento da América Latina, onde já existem 15 contratos em
jam novas oportunidades para este mercado. execução, e que contam com volumes crescentes de investimento.
ECONOMIA
U m a a g e n d a p a r a o n o v o m i l ê n i o
Sydney A. Latini
A globalização não é nova mas a época As políticas nacionais e internacio balização - na eco
atual tem características próprias. A re nais mudaram significativamente du nomia mundial, na
dução do espaço c do tempo c o desapa rante os anos 70 e 80, no sentido de tecnologia mundial,
recimento de fronteiras estão ligando as uma maior confiança no mercado - na difusão mundial
vidas das pessoas mais profundamente c diminuindo o papel do Estado. Um de culturas e na
mais diretam ente do que cm qualquer número sempre crescente dc países governação mundial.
52 época. cm desenvolvimento adotou uma Lotini As regras da globali
bro/99 do ligadas - afetadas por acontecimentos do-se das políticas dc substituição dc im centram-se na integração dos mercados
Em toda parte, as pessoas estão fican
abordagem dc comércio aberto, afastan
zação - e os atores que as escrevem -
nos cantos mais distantes do mundo.
portações. Em 1997, a índia reduziu as
mundiais, negligenciando as necessidades
bro-dezem à cultura c a toda a sua criatividade - c ao para 12%; e a China, dc 43% cm 1992 poder e marginalizando os pobres, tanto
A globalização abre a vida das pessoas
suas tarifas dc uma média dc 82% em
das pessoas que os mercados não podem
1990 para 30%; o Brasil, de 25% em 1991
satisfazer. O processo está concentrando
fluxo de idéias c conhecimentos.
Com os custos de comunicação cm que
para 18%. Conduzidas pelos tecnocratas,
os países como as pessoas.
novem pentinamente a conversar através da In cional (FMI) c do Banco Mundial, como des para um progresso humano sem pre
da livre e os instrumentos inovadores mais
as mudanças foram apoiadas pelo finan
A globalização expande as oportunida
fáceis de usar, as pessoas começaram re
ciamento do Fundo Monetário Interna
cedentes para alguns, mas reduz essas
Telebrasil chamadas telefônicas interna “ P r e s s õ e s parte de reformas econômicas chances para outros e desgasta a seguran
ternet. O tempo despendido en
amplas e de pacotes de
ça humana. Está integrando a economia, a
cionais disparou de 33 mil mi
cultura e a governação, contudo fragmen
lhões de minutos em 1990 pan i m p l a c á v e i s liberalização. tando as sociedades. O que fazer?
Os países, uns após os outros,
70 mil milhões em 1996, segun c o m p r i m e m empreenderam uma profunda Para fazer funcionar a globalização, são
do a Uncsco, já devendo ultra liberalização unilateral, não ape necessárias políticas mais fortes.
o a p o i o
passar a barreira dos 100 mi nas no comércio, mas aboliram, A remoção precipitada dos controles
milhões de minutos cm 1999. s o c i a l ” também, a maior parte das res monetários, para permitir os movimentos
No entanto, a última década trições aos fluxos de capitais e, livres de capital, e a redução de barreiras
mostrou uma crescente conccn- atualmente, capitais de todas as ao comércio internacional e ao trânsito de
tração do rendimento, recursos e riqueza espécies movimentam-se entre eles, vir mercadorias através de fronteiras, antes de
entre as pessoa, empresas e países. As tualmente, sem restrições. estabelecer um ambiente de regulamen
pressões implacáveis da concorrência Estas mudanças aceleraram o passo da tação adequado, estimulam a lavagem de
mundial estão comprimindo o apoio soci globalização e aprofundaram as interações dinheiro, contrabando e outras práticas cri
al, o coração invisível do desenvolvimento entre as pessoas, dando origem a novos minosas.
humano. mercados, novos atores, novas regras e no Poderão aumentar as pressões para um
As rupturas tecnológicas mundiais ofe vos instrumentos. regresso ao isolacionismo na política eco
recem grande potencial para o progresso A integração mundial, porém, está acon nômica, cultura e prioridades políticas e as
humano c para a erradicação da pobreza tecendo a uma velocidade perigosa c com pessoas e os países rejeitarão a integração
- mas não com as agendas atuais. As opor um alcance surpreendente. Porém, o pro e a interdependência mundiais, se as opor
tunidades e benefícios da globalização cesso é desigual e desequilibrado, com tunidades e os benefícios da globalização
têm que ser partilhados muito mais am participação desigual dc países e pessoas não forem partilhados muito mais ampla-
plamente. na expansão das oportunidades da glo- m n n t r