Page 12 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1999
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Luiz Vieira
0 ano de 1999 começa num quadro de grande preocupação
quanto à estabilidade da economia brasileira e os agentes do
setor de telecomunicações, que enfrentaram o ano de 1998 como
habitantes de uma ilha de prosperidade num mar recessivo que
prejudicou vários setores da economia nacional, já não sentem a
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mesma segurança do ano passado. 0 mar pode inundar a ilha.
Telebrasil jan-fev/99
O s investimentos previstos tanto via um crescimento da indústria de tele
por operadoras quanto por for
comunicações de 25% este ano. Segundo
necedores devem ser mantidos
a entidade, os fornecedores industriais do
em algumas empresas entrevistadas, mas setor faturaram l JS$ 4,750 bilhões no ano
outras admitem revc-los, dentro do novo passado, 7% a menos do que cm 1997.
quadro econômico do País. A maioria ain Em 1998 as exportações do setor cresce
da não decidiu a questão dos investimen ram 50%, somando l 303 milhões, dos
tos, na expectativa por uma definição quais l JS$ 1 00 milhões em aparelhos celu xa, que res
mais clara da conjuntura econômica na lares. ( ) Mercosul consumiu 33% destas ex ponde pelos
cional. A maior parte delas acredita que portações, segundo a Abince. O estudo diz outros 35% da
os resultados esperados para este ano não que os 22,6 mil empregos da indústria de receita da empresa,
devem superar os obtidos em 1998. telecomunicações foram mantidos e que ela teve em 1998 uma redu
O ano passado foi sem dúvida um empregará este ano mais 1,13 mil. ção resultante do processo de
ano atípico, tendo em vista a grande privatização do Sistema Telebrás e os no
mudança ocorrida que foi a privatiza E x p e c t a t i v a n a i n d ú s t r i a vos controladores das operadoras ainda não
ção do Sistema Tclebrás. A crise fi retomaram as encomendas em grandes vo
nanceira mundial de outubro de 1997 O presidente da Ericsson, Gerhard Wri- lumes junto aos fornecedores.
levou o governo a cortar no primeiro se, admite que a situação econômica do O diretor da Pirelli, Ludgero Pattaro,
semestre do ano passado R$ 1 bilhão País preocupa, mas acredita em um aumen afirma que mesmo com as mudanças na
dos investimentos previstos para as to de faturamento em 1999. Lembrando economia nacional as operadoras de tele
operadoras ainda estatais. Após o lei que a empresa aposta no longo prazo, con fonia fixa, principalmente as que adiaram
lão de privatização, cm 29 de julho, firmou que serão investidos este ano cerca investimentos no ano passado, devem ace
os novos donos não retomaram ime de US$ 40 milhões na ampliação da fábri lerar suas compras em 1999 para cumpri
diatamente as encomendas junto aos ca de telefones. As exportações da empre rem as metas estipuladas pela Anatei.
fornecedores e algumas operadoras re sa devem crescer este ano, mas a meta ain Pattaro ressalta que as metas estipu
gistraram no ano passado volumes da não está definida, dependendo da evo ladas pelo órgão regulador do setor só se
bastante reduzidos de investimentos, lução da economia nacional e global. riam eventualmente modificadas se a si
segundo indústrias do setor. Wrise informa que a telefonia celular já tuação econômica do País se agravar mui
Antes da mudança na política cam representa 65% do faturamento da empre to, desestimulando a atividade econômi
bial, a Abincc - Associação Brasileira sa, sendo 40% na infra-estrutura celular e ca a um nível que praticamente elimine
da Indústria Elétrica e Eletrônica pre 25% em telefones celulares. A telefonia fi a demanda por novas linhas. Comentan-