Page 5 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1998
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0 novo
cenário das
telecomunicações
Dilson DaIpia/ : Dias
A abertura cio setor de telecomunicações à com
petição, com a entrada de novos players, con
figura uma postura diferenciada das opera
doras em suas relações com os clientes e com o mer
cado. o que vem incidir diretamente sobre a cadeia
produtiva da economia brasileira. tura para a competitividade está sendo regulamen
A primeira face desse novo cenário é uma con- tada pela União, no arcabouço dos Regimes de Ou
seqüência direta da concorrência entre as empresas torgas. sob a égide da Agência Nacional de Teleco
e suas ações para a fidelizaçào de seus clientes. Os m unicações (Anatei) O papel do órgão regulador
novos prestadores de serviço vêm em busca de um reveste-se de grande im portância não som ente na
mercado que já é atendido pelas concessionárias que norm alização, mas tam bém com o com pu lsor e
atuam há várias décadas no regime de monopólio. A fiscalizador desta nova ordem.
concorrência lerá que dedicar sua atenção a dois seg Espera-se muito que, por meio da indepen
mentos atend er o m ercado ainda disponível e dência e da agilidade da Anatei, venha-se cumprir
envidar um especial esforço na conquista daqueles este papel através de princípios isonòinicos e de
clientes já atendidos. justa com petição.
Por outro lado, a empresa operadora terá que Com a quebra do monopólio no setor através
concorrer para atender os novos clientes e se des da licitação da telefonia celular Banda B. e agora
dobrar para manter os atuais. O diferencial compe com desestatização do Sistem a Telebrás, o Brasil
titivo das em presas estará nos valores agregados e fortalece sua transição da posição de Estado em
inovação dos seus produtos que venham a contri presário. cujo modelo com provou-se exaurido há
buir na qualidade, diversificação e agilidade dos mais de uma década, para dedicar-se ao seu papel
serviços prestados. de agente potencializador do desenvolvimento e ge
Diante das demandas geradas por essa nova ração de riquezas.
ordem m ercadológica, haverá um efeito de alavan Assim, o lvaís dá o passo definitivo para a sua
cagem nos vários segmentos da economia. A redu inserção no restrito bloco dos países competitivos e
ção dos custos dos serviços, a agilidade no atendi que oferecem não só oportunidades de grandes negó
mento e a atenção dedicada aos clientes repercuti cios, mas a estrutura para desenvolvê-los. Se antes
rão favoravelm ente em efeitos como a geração de poderia-sc pensar que o maior beneficiado deste pro
empregos especializados com qualificação de mão- cesso que vem modernizar as telecomunicações bra
de-obra e salários em patamares mais elevados. sileiras seria somente o cliente usuário de telefone,
A u tilização de tecnologia sofisticada, com hoje sabe-se que a abrangência é maior.
rápida obsolescência, requer capital intensivo, im Todos ganham, refletindo assim o cumprimen
pulsionando toda uma cadeia de fornecedores en to do papel maior das telecom unicações, que é o
volvendo equ ip am en tos e m ateriais de infra-es desenvolvimento econômico c equilíbrio social, com
trutura. Mas o p rin cip al efeito vem da atualiza o consequente bem-estar de todos da Nação.
ção do con hecim ento técn ico, baseada na forma
ção continua das pessoas - este. um preceito bá *D ilso n D u lp ia /. D ia s é en g en h eiro ,
sico do Grupo Algar. d ire to r de Assuntos C o rp a ru tiv o s
Não se pode esquecer, no entanto, que a aber do G ru p o A lg a r e d ire to r d a T e lc b ra s il