Page 28 - Telebrasil - Março/Abril 1998
P. 28
D e s a f i o s e p e r s p e c t i v a s d a p o v a
r e g u l a m e n t a ç ã o d a s t e l e c o m u n i c a ç õ e s
Prof. Márcio Wohlers *
A transição cio regime de novos contratos de concessão. ram a reforma com a privatiza-
no-americanos (como a Argenti
Em paralelo a esse quadro,
m onopólio p ú blico da
na e o México), os quais inicia
Telebrás em direção a um
observa-se não apenas o térmi
quadro co n co rren cia l,
bem como a efetiva implementa no recente da licitação referente ção e a manutenção temporária
do monopólio privado (entre 6 a
às concessões da telefonia celu
ção do processo que culminará lar privada (Banda B), mas tam 9 anos). As novas operadoras pri
com a privatização do Sistem a bém a intensa revitalização e re vadas, em sua maior parte con
Telebrás, vem ocorrendo em um organização do Sistema Telebrás, troladas por grandes empresas
ritmo bastante intenso, superan de modo a adaptar-se à nova le internacionais, especialmente a
do as previsões conservadoras gislação e ao novo quadro con Telefónica de Espana, promove
que vigoravam antes da aprova correncial. destacando-se a sepa ram a expansão da rede e a ele
ção da Lei M ínim a (julho de ração legal da Banda A e a for vação dos investimentos, apro
1996) e da Lei mação das qua veitando-se, pois. da proteção
Geral de Teleco tro holdings regi monopolista, fato esse que veio
m unicações (ju onais - dentre a permitir a combinação virtuo
lho de 1997). elas a Embratel - sa de remunerar o investidor e
A regulam en operadoras es ao mesmo tempo atender o con
tação d essas sas que devem sumidor de forma não discrimi
duas leis, ocorri ser privatizadas natória (ou seja. não apenas o
da a p artir das a partir de mea rentável segmento dos grandes
respectivas apro dos do ano. usuários). ¦
vações, sucede- A reação do No Brasil, a seqüência preten
se de forma bas setor privado a de ser inversa. A partir da gene
tan te in ten sa, esse novo qua rosa recuperação tarifária (p.ex.
d e s ta c a n d o -s e dro institucional aumento de 2.173% em relação ao
não apenas a le e de m ercado valor da assinatura residencial,
gislação específi vem se proces entre 1995 e 1997) e das precisas
M árcio W ohlers fa la
ca decorrente da na Tclcxpo 98 sando de forma metas estabelecidas pelo PASTE
Lei Mínima, inci igualm enle in (Programa de Recuperação e Am
dindo sobre a telefonia móvel ce tensa, tanto por parte dos inves pliação das Telecomunicações e
lular, Serviços Limitados e Co tidores financeiros como tam do Sistema Postal), o Sistema Te
municação por Satélite (além do bém por parte dos agentes inte lebrás vem investindo a um índi
Serviço de Valor Agregado), mas ressados na Banda B. na privati ce sem precedentes, alcançando
também os instrumentos e insti zação e/ou na formação de redes valores próximos a USS 7 bilhões.
tuições legais que vieram a sur com petitivas ao Sistem a Tele Portanto, a recuperação inicial da
gir a partir da Lei Geral de Tele brás. especialmente no segmen rede foi feita por uma empresa
com unicações. Dentre os últi to atualmente operado pela Em pública. Além disso, prelende-se
mos, sobressai a formação do ór bratel. não instituir um monopólio pri
gão regulador Anatei e sua efeti A política de telecom unica vado a partir da privatização, mas
va produção normativa e regula ções posta em prática pelo gover iniciar uma política de duopólio
mentar: e também o Plano Geral no Fernando Henrique Cardoso nn telefonia fixa (espocialmente
de Outorgas, o Plano Geral de pretende diferenciar-se da expe nos serviços local e internacional)
Metas de Universalização e os riência dos grandes países lati ate o ano 2001.
28- Tclobr.isil Mar/Abr-98