Page 14 - Telebrasil - Março/Abril 1998

I n v e s t i m e n t o s : r i s c o
é o n o m e
urante três dias, advoga­
D dos, econom istas, enge­
nheiros e investidores em
geral participaram do FID
1998 (Financing Infrastructure De­
velopment) debatendo como me­
lhor avaliar riscos, otimizar contra­
tos e barganhar financiamentos
para a área de infra-estrutura. O
evento promovido pelo I1R Merco-
sul, no Riocentro, coincidiu com o
marco regulatório da energia elé­
trica, o início da flexibilização dos
setores de gás e petróleo e a outor­
ga de concessões em telecomuni­
cações.
A Associação Brasileira de Infra-
estrutura e Indústria de Base - AB-
DIB, fundada em 1955 e que hoje
reúne mais de 100 empresas no Bra­
sil, mostrou que elas (a dados de
96) movimentaram US$ 44,5 bi­
lhões, empregaram 151 mil pesso­
as e exportaram US$ 6,8 bilhões.
Empresas associadas possuem mun­
dialmente ativos de USS 400 bilhões
e capacidade anual de investimen­
tos de USS 40 bilhões.
O Brasil é o maior processo de
privatização da América Latina,
movimentando US 80 a USS 100
bilhões. Grandes investimentos em
infra-estrutura ocorrem no Méxi­
co, Venezuela (petróleo e gás). Peru
(mineração) e Colômbia (estradas).
Os recursos anuais do BID e do
Banco Mundial para a América La­
tina somam USS 2 bilhões/ano, en­
quanto que os investimentos ne­
cessários sobem a USS 200 bi­
lhões. Nossa poupança interna é
baixa e a moeda do financiamento
e a das tarifas cobradas a longo
prazo não se equivalem. Existe,
também, um choque cultural, a ser
resolvido e que dificulta as nego­
ciações. Cerca de 50 empresas são
as novas multinacionais latino-
americanas", disse Cesar Souza,
ço oferecido sobre a tecnologia uti­
lizada. confirmando a opinião da
platéia, com votação eletrônica,
d o j o g o via terminais da Interativa (011-
873-1207).
Márcio Miranda, diretor de fi­
nanciamento da Northern Tele­
com do Brasil - Nortel, explicou
vice-presidente da Odebrecht of
America Inc. que em projetos de telecomuni­
cações. como na Banda B, os for­
No terreno das empresas de con­
tação da infra-estrutura c do iní­
plange), vice-presidente do Sindica­
sultoria, Norma Gebran Pereira (Co- necedores, nas fases de implan­
to das Empresas de Arquitetura e cio da operação — enquanto ban­
Engenharia Consultiva - Sinaenco, cos fazem due diligences — cos­
mostrou preocupação com as em­ tumam financiar o projeto com
presas que vêm de fora. que repre­ empréstimos tipo ponte (bridgc).
sentam verdadeiros "tratores” que Na fase de operação plena, em­
ameaçam os consultores locais. préstimos passam a ser permanen­
Luis Visam, da General Electric temente feitos por organismos fi­
Capital Corp.. atuando no Brasil des­ nanceiros, no caso com retarguar-
de 1997, mostrou que um grande pro­ da no BNDES. Mas cada caso é
jeto deve integrar patrocinadores, um caso.
fornecedores, emprestadores de re­ Na telefonia celular da Banda
cursos, operadores e compradores do B. a Nortel ganhou o contrato para
serviço. Contratos sempre devem ter fornecimento turnkey para a Ame-
previsões para desastres e garantias, ricel (USS 200 milhões) e para o
como a do BNDES, são essenciais. fornecimento do sistema celular
O advogado josé Emílio Nunes completo para as BCP (USS 300
Pinto da Silva, da Tozzini, recomen­ milhões) e BSE (USS 200 milhões).
dou a criação de uma SPC (special Na Banda A, a Nortel forneceu sis­
purpose company) para evitar que temas para a Telemig, Telest, Te-
grandes projetos desestabilizem o legoiás e Telebrasília. Para o finan­
balanço das empresas. ciamento, foi acionado o Sopho-
Na área de telecomunicações. ra. uma operação de recebíveis da
I lelder Souto Santos, da Ericsson, Telebrás e lançamento de papéis
valorizou a importância do servi­ no mercado. (J.C.F.)
Brasil em Ação
programa Brasil em Ação I cobre 42 projetos (14 serão concluídos em
0 1998). no valor global de HS 80 bilhões, poro reduzir o "custo Brasil",
estimular o investimento privado e dim inuir a disparidade regional,
disse fosé Paulo Silveira, do Min. do Planejamento. O orçamento da Repúbli­
ca prevê para 98 entrada de recursos públicos (18%). fundos (29%), recursos
privados (25%). externos (7%) e financiamento interno (19%). A infra-
estrutura ficará com 48% dos recursos e a parte social com o restante.
Cada RS 1,00 investido em infra-estrutura, gera RS 2,94 cm investimen­
tos privados. Dentre os projetos citam-se: hidrovias do Madeira. Araguaia -
Tocantins, S. Fmncisco, Tietê-Paruná; rodovias BR-174 (Manaus-Boa Vista e
Caribe, via Venezuela). BR-364 (Acre ao Porto de Santos). Belo Horizonte ao
Rio Grande do Sul (duplicação); gasoduto Conimbá-São Paulo; energia de
7hcurul para Altamira; porto de Scpeliba.
Booz Allen, Bechtel, e 11 instituições brasileiras estão gerando o Brasil
em Ação II, a ser aprovado no Congresso em 1999. No interregno, vigoram
o Brasil em Ação 99, que inclui recuperação da BR-317, gasoduto Cabiúnas
(Vitória e Rio de Janeiro) e rodovia de Uruguaiana para o Mervosul.