Page 11 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1997
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Min. Paulo Paiva: mudança de modelo
Arthur Sendas afirmou ainda que
os empregados sabem que a sobrevi
vência da empresa é sua própria sobre
vivência e lutam para manter os empre
gos. "É preciso que haja criação de
novos empregos, sobretudo para os jo
vens que a cada ano batem às portas
do mercado de trabalho", pediu o em
presário.
Novo modelo Laudelino da Costa
Mendes Neto, presidente do Conselho
de Relações no Trabalho da ACRJ.
sintetizou:
cimento real totalizando 15% nos pró Empresário Arthur Sendas, fundador — A tecnologia está substituindo
ximos cinco anos. e dirigente das Casas Sendas e presi o trabalho. O efeito é maior no setor
O montante dos novos investi dente da ACRJ, observou que, compa secundário da economia, onde ocorre
mentos deve ser mantido alto. No ano rado ao nascimento do capitalismo, os drástica redução nos postos de tra
passado, ele foi de R$ 9,9 bilhões e tempos atuais são mais amistosos e balho. No novo cenário, o lazer, a in
para este ano estão previstos R$ 15 existem acordos entre capital, trabalho formação e a comunicação irão pre
bilhões. É preciso estimular o financia e Governo. dominar e serão fontes de novos ne
mento para as pequena e média em — Agora são tempos de livre ne gócios. A primeira Expo Comm ocor
presas, geradoras de empregos. A gociação e de participação dos empre reu na China, em 1986. Os reflexos
volta de obras, como as do metrô, em gados na administração e no lucro da do novo modelo econômico mundial
São Paulo e Brasília, e o estímulo à empresas. O litígio tende a ser substi já se fazem sentir. Na Europa, já se
construção civil também tendem a ge tuído pela arbitragem. A autoregulação pensa na diminuição da jornada de tra
rar demanda por pessoal. A participa vai tornando supérflua a tutela gover balho e aumenta o consumo do setor
ção relativa do setor de serviços no namental —observou Arthur Sendas. terciário, criando oportunidades co
PIB, como, por exemplo, o turismo, — O Estado deve garantir a estabi- merciais e outras similares. Há, por
precisa ser estimulada. 1 idade das regras livremente pactuadas tanto, crise no modelo industrial, crise
Outro importante eixo para com e a conduta jurídica dos agentes econô no emprego e surgem novas oportu
bater o desemprego é elevar a escola micos. nidades.
ridade da população. O ministro fez O empresário referiu-se ao flagelo Para Laudelino, “será preciso uma
um apelo ao empresariado para que do desemprego, que chamou de “hor mudança cultural e comportamental
amplie o nível de formação de seu pró ror econômico”, e advogou a extensão para que o novo modelo nos leve a
prio pessoal. “E preciso melhorar a das garantias trabalhistas a um seg um futuro melhor. A desvinculação
qualificação profissional de 70 milhões mento mais amplo de trabalhadores. empregatícia vai crescer e mudará a
de brasileiros.” Ele lembrou a existência do trabalho forma de gestão, controle e supervisão
Ao falar das relações trabalhistas, informal, cujos trabalhadores ficam à dos negócios”.
o ministro do Trabalho Paulo Paiva margem dos benefícios da lei. Segundo o executivo, não será so
disse que nosso modelo é herdado do — O empregador deve ser desone mente a presença de capital externo
Estado Novo. Elogiou a desindexação rado de boa parte de seus atuais en que resolverá nossos problemas: k*Já
dos salários e se manifestou favorável cargos sociais e o arcabouço jurídico tivemos o nosso milagre' e ainda en
à inclusão, na remuneração do tra das leis trabalhistas deve ser simplifica frentamos grandes dificuldades. Há o
balhador, de uma parte ligada à sua do para estender a proteção da lei a papel básico da educação — mais
produtividade. um universo maior de trabalhadores. amplo que a escolarização — para