Page 10 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1997
P. 10
ESPECIAL
For João Carlos Pfcihâuda Fonseca
Frente ao impacto de novas tecnologias, o desemprego a grande
preocupação nacional. No setor das telecomunicações brasileiras, a
sinalização é contraditória. Por um lado, o mercado adverte que faltará
pessoal habilitado para empreender a expansão prevista para o setor:
por outro, julga-se que a privatização, ao "enxugar" os quadros,
aumentará a lista dos desempregados, aposentados e das pequenas
empresas sem potencial de crescimento.
Sensível ao tema, a TELEBRAS1L promoveu recentemente um
teledebate sobre Recursos Humanos. O assunto agora é enriquecido
com as idéias do ministro do Trabalho, Paulo Paiva; do presidente da
Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Arthur Sendas, de
Laudelino da Costa Mendes Neto, do Conselho das Relações no
Trabalho da ACRJ; e de delegados da Organização Internacional do
Trabalho - OIT.
o participar no Rio cia sole- produtores eram protegidos pelo l ista boa notícia para os brasileiros: o de
nidade dc posse do Conselho do; ajustes salariais eram repassados semprego não deve crescer.
das Relações do Trabalho da aos preços e quem terminava pagan O ministro acrescenta que, do la
Associação Comercial, o ministro do a conta era o cliente. Mais recente- do da demografia, o crescimento anu
Paulo Paiva fez um pronunciamento mente, as empresas passaram a favo al da população economicamente ati
no qual abordou a mudança de modelo recer o uso da terceirização e introdu va se dá a um ritmo dc 2,7% e a quan
registrada nas últimas décadas em ziram profundas alterações tecnológi t idade da prole por mulher decresceu
nosso país. Disse ele: cas no processo produtivo”. A população jovem do Brasil atinge
A questão do trabalho é da mai Na região metropolitana de porém, um pico e pressiona o em
or profundidade para a atual socieda São Paulo — prossegue o ministro — prego.
de brasileira. A economia do país cres diminuíram as oportunidades de traba O palestrante ainda mostrou que
ceu a valores médios de 7% anuais, lho; mas, em compensação, a oferta a introdução de novas m u d a n ç a s tec
entre as décadas de 50 e 80, contra de emprego passou a crescer no Nor nológicas geram demanda, sim. mas
2,8% na taxa de emprego. Na década deste e em Minas Gerais. A taxa mé para empregos qualificados. A reali
de 80, o país viveu grandes mudanças dia de desemprego, nos anos 90, man dade brasileira revela, no entanto, que
na estrutura do mercado de trabalho. teve-se em torno de 5 a 6% e há uma 66,6% da grande massa de trabalha
Houve redução da participa dores têm menos do que oito
ção do emprego industrial e anos escolares e não se qual
um aumento na área de servi ficam para empregos nu1'
ços e do comércio. Surgiu um sofisticados.
maior número de pequenas e
médias empresas. A partici O que fazer Segundo o mi
pação do emprego formal nistro do Trabalho. Paul11
aquele de “carteira assinada” Paiva, a geração de emprega
— diminuiu e aumentou a no Brasil é assuntocompte*0
quantidade de trabalhadores e abrange as políticasecomv
que passaram a operar por mica. educacional e de r e i -
conta própria. ções do trabalho. Para cor
Paulo Paiva disse ainda bater o desemprego, é tund
que “na economia, mudou o m e n t a l m anter a econom1-'
'í
antigo modelo para substituir em marcha, com os olhos'1'
exportações. Nesse modelo, Min. Paulo Paiva, Arthur Sendas e Laudelino Mendes Neto tados para uma taxa dcetf-