Page 41 - Telebrasil - Julho/Agosto 1997

RECURSOS HUMANOS
C o la b o r a ç ã o : W a in e r d a S ilv e ir a
história da humanidade é a his­
tória do desenvolvimento gradual
da tecnologia. Entre os primatas,
« aqueles que primeiramente conquista­
sobreviveram e se desenvolveram
ram a tecnologia de criar o fogo.
Tecnologia que foi tão importante e deci­
siva para a subsistência, mas que o ho­
mem moderno abandonou. Poucos dc nós
teríamos hoje, condições de acender um
fogo para nosso próprio aquecimento, se
desprovidos dos instrumentos criados pela
tecnologia moderna. Não fomos educa­
dos para esta atividade.
Entretanto, temos certeza de que cm
tempos que já vão longe, nossos ances­
trais eram em sua maioria, devidamen­
te educados nesta tecnologia para que
pudessem processar seus alimentos e
ainda tivessem melhores condições de
vida. podendo reunirem-se à noite, ao
calor de suas fogueiras para a troca de
idéias. Idéias, provavelmente primitivas
para nossos padrões atuais, sobre têcni
cas de caça e agricultura, que toi navam
se cada dia mais eficientes, viabilizando
assim, sua própria sobrevivência.
Técnicas que, certamente, relaciona
vam estrelas e constelações que volta
vam periodicamente a desfilar pelo céu
noturno, indicando as melhores épocas
para o plantio e a colheita. Naturalmen
te, cm uma primitiva relação mestre-dis­
cípulo, os mais velhos, com maior ex
periência acumulada, iam passando para
A MELHOR SOLUÇÃO
EM CONEXÕES POR
ENGATE RÁPIDO.
EXIJA A TECNOLOGIA
ORIGINAL!!!
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E d u c a ç ã o
os mais jovens o conhecimento sobre a
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melhor técnica e o melhor procedimen­
to para irrigar a terra e produzir alimen­
tos. E impossível definirmos onde esta­
va o valor maior, se nas novas técnicas
aprendidas ou na evolução do processo
de aprendizado.
Gradual mente, o homem foi desco­
brindo que quanto mais cedo e rápido
os jovens pudessem aprender, mais efi­
cientes e produtivos eles seriam.
Neste final de milênio, predomina a
tecnologia, divisor de aguas entre as
nações desenvolvidas e as subdesenvol­
vidas, entre os ricos e os pobres. Os pri­
meiros, providos de tecnologia, cerca­
dos dos bens e confortos que ela traz.
estabelecem com ela uma relação de
aprendizado e necessidade permanente,
tornando-se totalmente dependentes de
seu uso. Os últimos, os subdesenvolvi­
dos, os mais pobres, desprovidos de
tecnologia, até mesmo desconhecendo
muitas de suas aplicações. Não foram
educados pura seu uso. Para os primei­
ros, detentores da tecnologia, demanda
de empregos e altos salários. Para os
últimos, considerados mão de obra nao
qualificada paia atividades do mundo de
economia globalizada, desemprego e
marginalização.
Não nos admira então, encontrarmos
entre os setores tecnológicos de maior
crescim ento, aquele que aplica as
tecnologias modernas ao processo de
ensino-aprendizagem, isto é, à educa­
ção. A evolução tecnológica aplicada á
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educação tem sido primordialmente
estruturada com o suporte das tec­
nologias de comunicação. Referimo-nos
aqui, não mais a simples comunicação
oral para a troca de idéias em torno de
uma fogueira, mas à comunicação com
base tecnológica, estruturada na enge­
nharia de telecomunicações, onde a in­
formação — texto, som e imagem —
chega através de satélites artificiais,
podendo ser armazenada em fitas mag­
néticas e reproduzida por aparelhos de
video em telas coloridas de TV, quantas
vezes fôr necessário. Idéias podem ser
trocadas, sem limite de distância, atra­
vés de redes como a internet que apro­
xima os povos e as culturas, disseminan­
do informação e conhecimento.
Estas tecnologias de telecomunicações
são geralmente, desenvolvidas nos paí­
ses do primeiro mundo, ávidos por au­
mentar ao máximo, a eficiência do pro­
cesso de educação de sua juventude e de
seus cidadãos. O Brasil, país de contras­
tes extremos, tem hoje a oportunidade
de usar a tecnologia da comunicação
para desenvolver a educação. O binômio
tecnologia-educação é de suma impor­
tância para o país. Para que haja desen­
volvimento, é fundamental que os pro­
fissionais das telecomunicações e da
educação caminhem unidos nesta cru­
zada decisiva para o futuro do Brasil em
sua busca por maior abrangência e efi­
ciência na educação. (*) Professor ti­
tular da UFF e da Ohio University,
nos EUA.
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