Page 20 - Telebrasil - Março/Abril 1997
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POLÍTICA & NEGÓCIOS
Telesp. em novembro de do ano passa Telesp para transformação de 15 mil Ihante à situação dos fabricantes de te
do, aponta que 60% a 70% dos defei moedeiros. A empresa apresentou o lefones públicos, o mercado de cartões
tos apresentados pelos telefones pú melhor preço - 20% mais barato que um indutivos trabalha com uma ociosida
blicos estão nas leitoras, em segundo novo terminal - o que rendeu à operado de média de 50%, informa Alkessuani.
lugar problemas nos circuitos internos ra uma economia equivalente à com Ele garante que a tecnologia e a
e em terceiro, nos monofones. pra de três mil novos terminais. matéria-prima utilizadas nos atuais
Mas o antídoto contra o vandalis Vencedora de uma licitação da cartões indutivos são as mesmas utili
mo não existe — a não ser que haja Telebahia para instalação de 17 mil zadas no seu desenvolvimento e justi
uma mudança radical no comporta TPCfs, a Splice também é favorável fica a não utilização de outro material
mento da maioria dos cidadão em re à transformação de antigos telefones - porque encarece os produtos. “E mais
lação ao patrimônio público —, e por até por uma questão de comodidade que lógico mudar o sistema da leitora para
tanto, analisa Vianna, “não adianta ide seus terminais oferecem. “Por serem autolimpante e manter a finalidade
alizar o perfeito e se esquecer do que é bastante modularizados, toma-se sim precípua do cartão que é o seu valor
possível”. Para ele, a Emissão 5 é ples e barato fazer a transformação des baixo, voltado para atender às classes
apenas uma questão semântica. “Não ses moedeiros. Basta implementarmos al que não têm acesso ao telefone”, diz
acredito e não aceito que decisões bu guns módulos básicos, como a parte Alkessuani rebatendo as críticas de que
rocráticas venham impedir o progra eletrônica da leitora”, revela Sousa. os cartões deveriam ser menos vulne
ma do governo”, alfineta. Desenvolvido pela Telebrás, no início ráveis à quebra ou dobraduras.
Essa discussão, no entanto, não tem desta década, o cartão indutivo tornou o A CSM - Fábrica de Cartões de Se
impedido que o setor avance na moder Brail pioneiro no mundo a utilizar-s da gurança. a “caçula”, do Grupo Splice
nização dos TPCfs. A mais recente tecnologia indutiva. Os cartões são ha começou a operar em junho de 1996.
novidade é a implantação de telefo bilitados para até cem créditos, mas saem Com uma produção média de setecen
nes híbridos, que possuem duas ou mais das fábricas com vinte, 35, cinquenta tos mi! cartõe.s/dia, ou 14 milhões /mês
leitoras, a exemplo do que já existe nos créditos, com valores diferentes cada um. já é responsável por 30% da quanti
países mais avançados. Os telefones dade de cartões utilizados pela
híbridos possibilitam o uso de cartões Telebrás para atender a necessidade do
indutivos, magnéticos, de crédito, de A p la n t a b r a s ile ir a mercado.
memória eletrônica (chip canis) e de Outra empresa do setor, a Daruma,
cartões inteligentes (smari canis). s e m o d e r n iz a , já vem fabricando em larga escala os
Eles começarão a ser implantados o f e r e c e n d o n o v o s cartões indutivos com tecnologia pró
ainda neste ano. A primeira licitação pria, Com uma produção inicial de
para implantação dos terminais híbri t e r m in a is e o u s o d e seicentos mil unidades/mês a empresa
dos está prevista para abril pelaTelcrj. fornece seu produto para a Bolívia,
m ú lt ip lo s c a r t õ e s
onde . junto com a lcatel, responde pela
Transformação, grande negócio? planta de três mil TPCfs.
Há controvérsias quando o assunto é
a transformação dos antigos moedeiros Atua no mercado hoje, um seleto gru Mercado promissor
em modernos telefones a cartão. Para po quatro empresas. Interprint, a Splice, As empresas já se programam para
alguns, não é a melhor forma de mo a (’asa da Moeda e o American Bank expandir a produção para novos
dernização da planta de telefones pú Notes (estas duas últimas no Rio de produtos como os cartões magnéticos,
blicos pois tornam-se mais caros, Janeiro). O Grupo Daruma acaba de cartões a chi ps e os smart ca rd ( car
quando é analisado todo o ciclo de mon entrar no mercado com cartões desen tões inteligentes). “O mercado bra
tagem. “A dimensão e o peso dos anti volvidos com tecnologia própria. sileiro é bastante promissor e já garante
gos moedeiros são fatores complicantes Maior fornecedora para o Sistema a franca expansão dos chips cards”, ava
no processo de transformação”, analisa Telebrás, a Interpint responde por37% lia Alkessuani. Ele diz que a Interprint
Amabile. O pocionamento da Equitel é do mercado. Sua fábrica, localizada em já detém a tecnologia do cartão magné
semelhante. Segundo Gianoto não há São Bernardo do Campo, na Grande tico e smart card e pode começai' a pro
vantagem comercial, a participação São Paulo, emprega 550 funcionários, dução em massa. A empresa tem um
ocorre unicamente para atender o clien com capacidade instalada de 25 mil faturamento médio de US$ 45 milhões.
te. Amábileé enfático: “o aproveita unidades/mês, embora o maior pico - Com investimento da ordem de seis
mento das carcaças dos antigos moe 23 mil cartões - tenha sido atingido milhões de dólares, a Daruma tem um
deiros é voltar no tempo”. somente em junho de 1995. Hoje, a projeto ambicioso: fomentar a fábrica
Para Vianna, no entanto, é uma de produção não ultrapassa a casa dos 12 de cartões indutivos e iniciar a produ
cisão coerente com a realidade brasi milhões de unidades/mês. ção de cartões a chips. A empresa está
leira. “Não somos um país rico e é “É um reflexo do descompasso de selando parceria com uma empresa
natural que se faça a transformação planejamento entre a produção de car francesa. “Quando a escala de produ
desses terminais. E verdade que não tões e a instalação de TP’s”, argu ção permitir, vamos montar uma fábri
ficarão tão bonitos quanto os novos menta Fauzi Alkessuani, vice-presi ca no Brasil”, anuncia Vianna.
mas atenderão â última emissão da dente de Operações da empresa. Mas Por sua vez, a Splice já acena partici
Telebrás trazendo as mesma facilida a produção não sairá desses números par no segmento smart card. Primeiro
des que os atuais TPCfs ”, ressalta. antes de 18 meses. Só a partir de 1999. desenvolvendo aplicações para o produ
Graças a esse raciocínio a Daruma acredita ele, a Interprint poderá atin to e. futuramente fabricar tanto o cartão
foi a vencedora da última licitação da gir a sua capacidade instalada. Seme- como das leitoras com a marca CSM.
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