Page 61 - Telebrasil - Março/Abril 1995
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mentação pronta — como a do serviço
público restrito e limitado — que per
Quanto ao subsídio cruzado, ele não dá
mitiria fazer muita coisa rumo à flexi
paia ser eliminado e o Ministério advo
bilização do sistema Telebrás mas que ga apenas sua diminuição.
esta regulamentação se encontra com
p e d id o de vistas no Supremo, há mais Fazendo uma colocação pessoal,
Jose Eugênio Guizard Ferraz, da Sid
de três anos. elecom, disse que, como em qualquer
Respondendo a uma questão, levan
outro empreendimento, a fixação de
tada por Gilberto Garbi, sobre a in
tarifas exige estudo da demanda, verifi
fluência da flexibilização sobre o nível cação do potencial de preços e do
de emprego dos fornecedores locais e retorno do investimento. Ele defendeu
das operadoras, Jean-François Sou- o subsídio direto, pelo Governo, para
pizet. qualificou o problema como determinados serviços e faixas carentes
politicamente difícil, havendo os que da população, ao invés do mecanismo
acham que a abertura pode baixar o generalizado do subsídio cruzado.
nível de emprego. Ele lembrou, porém, Quanto à flexibilizçâo do serviço, a
que Europa e Brasil que apresentam empresa privada será provavelmente
densidade telefônica muti diferentes mais ágil do que o Estado para con
podem ter enfoques e ritm os de tratar e controlar recursos, mas será
mudança de seu modelo também distin preciso estabelecer regras que garantam
tas. Stephen Betta, da Pyramid, disse sua lucratividade ou então deixar que
que a abertura ocorrida no México, preços e tarifas sejam fixadas pelo mer
e xe cu tivo do M inicom , “o m odelo atual
Argentina. Chile e Argentina permitiu a de nossas telecom unicações está cado. De qualquer maneira, as “ teleco
vinda de novos fornecedores de fóra. esgotado, assim com o a política municações constituem um bom negó
— “ Tive uma longa vivência como in d u s tria l do s e to r que se encontra cio no mundo inteiro”, constatou o
num estado de relativo vácuo. ” economista Guizard Ferraz.
dirigente no sistema estatal e para que
Godolfredo Moreira, que já foi do
ela seja competitiva são necessárias
duas coisas que dificilm ente creio pequeno e nem do grande usuário. “A jurídico da Embratel, observou que o
poderão ocorrer. A primeira é que seus assinatura do serviço local de TCs goza subsídio cruzado é proibido pela legis
lação brasileira e que o Código das TCs
dirigentes não sejam indicados pelos de uma tarifa ridícula (R$0,60) e não vê na tarifa três componentes: ressarci
políticos. A segunda, que seus gerentes resolve o problema de levar o telefone mento dos custos, remuneração justa do
possam investir dentro das prioridades a 60 milhões de brasileiros. De que adi investimento e uma parcela para expan
da empresa, sem influencia externa”, anta uma tarifa baixa, demagógica, que são. Os países desenvolvidos não ado
declarou Geraldo Garbi atendendo a não dá telefone para ninguém ?”, tam mais o subsídio cruzado e sim out
uma pergunta do auditório se estalai indagou o executivo. Muita gente que ros mecanismos postos em açãom pelo
podia ser eficiente. Jorge Bittar, engen gostaria de 1er telefone estaria pronta a Governo. E até a própria UIT recomen
heiro da Embratel e membro do PT, pagar R$5 ou R$6 mensais, para gozar da que a fixação das tarifas para TCs
defendeu a utilização dos contratos de do serviço. C om a estrura tarifária internacionais sejam orientads pelos
gestão nas estalais e disse que a visão vigente, porém, as operadoras do sis custos.
de seu partido não é necesariamentc tema Telebrás não podem investir, per Ainda durante o debate, o
estatizante e sim do modelo que trouxer cutiu o executivo. empresário Delson Siffert, além de
melhoria no bem estar social da popu Quanto ao serviço interurbano, que criticar o modelo que mantém 50% dos
lação. também é utilizado por pessoas de engenheiros formados em TCs sem
baixa renda, além de ser três vezes emprego na própia especialidade se
Tarifas iais caro do que nos EUA , tem seu confessou contra o subsídio cruzado,
Na mesa-redonda sobre tarifas, foi -graus tarifários, que deveriam ser lembrando que ele nasceu para que o
ponto focal da discussão a manutenção, •oporcionais à distância, praticamente preço da assinatura básica não
ou não, do “subsídio cruzado” , um jualizados. “Nossa telefonia local é impactasse os indicadores da
Mecanismo pelo qual tarifas mais altas, íssima. No Rio, a telefonia celular é Economia. Já Luiz Antonio Souza, do
no serviço interurbano subsidiam tari- '\ssima. A Xerox tem dificuldades em Sintel, defendeu que o modelo tarifário
as mais baixas cobradas no serviço zer uma rede cliente-servidor, a nível deve se adequar “a realidade do País”,
ocal. Por outro lado, ficou patente, icional, a não ser usando satélite que com tarifas urbanas baixas para a popu
Hl*e a privatização ou flexibilização dos um meio muito caro”, testemunhou o lação sem renda e interurbanas, mais
erviços, por si só, não poderá efetuar mário, Carlos Henrique Moreira. altas, para ser usadas nos negócios. Foi
| agres c que uma reformulação tar- Manoel Leonel Neto, do MC, do apoiado por Godofredo Moreira, pos
tor de tarifas, concordou que os per- tulando que um País com concentração
t Ia ev( c Qualquer modo necessária. A
> tarifários terão que ser mais ader- de renda elevada, sem subsídio cruza
tn 1 ^ncia’ a curto prazo, será o aumen- do, dificilmente poderia manter um
tes aos custeios do serviço e que —
ati s Pre<?9s no uluguel de linhas priv- serviço telefônico urbano.
esmo havendo flexibilização ou pn-
int«-S Pca,s e sua queda nos canais Godofredo Moreira ainda observou
tizaçâo dos serviços — as tarifas de
Ê g j “ ' i ‘ « tu d o „0 que nossa densidade telefônica, se
:s terão que subir. Afirmando ocorrer
comparada com nossa renda per capita,
i paradoxo na sociedade que “quer o
p rc S í? ju n q u e Moreira, atual vice- “ é condizente com a riqueza nacional”.
rviço telefônico e de um sistema que
Embnt C C a * erox e um ex-diretor da o consegue atende-la”, Leonel Neto Complementando a mesma linha de
que n ao a^rir o debate observou pensamento, Amâncio Pulchério, da
listrou que cerca de um milhão de
Pnvileor0CCSS0 Privatização deve fefones geram muito pouca renda Embratel, aduziu que o sistema é criti
sendo ^lai ° .usuar’° que, aqui, está cado por não investir mas que são as
ra o Sistema Telebrás porque sao uti-
Declarandn UIt0 pouco ouvido, ados como poupança por pessoas autoridades econômicoas do próprio
do condi • SC conlra 0 subsídio cruza- e querem um ativo de baixo risco e Governo que limitam os investimentos
atende a*!11 cp,c 0 atl|al modelo não q pouco ou nenhum trafego. do Sistema Telebrás. Tf
cS necessidades, nem do
Telebrasil. Mar./Abr./95 61