Page 60 - Telebrasil - Março/Abril 1995
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nológico — a tecnologia como fator
J o ã o C arlo s P in h eiro da W holers de A lm eida, professor da
Fonseca. Unicamp, que mostrou modelos e alter singelo de mudanças não é o único
nativas possíveis, enlocando o caso argumento da mudança e que cada caso
é um caso. A seguir, ele identificou
brasileiro. como pressões a favor da liberalização,
— “A liberalização das TCs. na
prática, é um processo a ser conduzido os grandes usuários de TCs, a interna
a longo prazo e o serviço universal é cionalização das redes e o atraso tec
5a Telcxpo é uma vitrine das nológico do operador e como fatores
telecomunicações, qualificou um fator-chave a ser considerado nessa para a privatização do operador publi
seu promotor, Hélio de discussão mas é bom lembrar que co, os orgàos supranacionais, a crise
Azevedo. Durante quatro dias. empresas públicas encontram mais difi fiscal e de dí\ ida externa. A liberaliza
o Congresso de Telecomunicações e culdades em fazer parcerias e operar ção abertura do monopólio para out
Teleinformática um evento paralelo em escala global do que a inieitaiva ros atores pode se exercer para as
à Feira também localizado no Expo privada", ponderou Soupizet lembran redes de longa distância, redes corpora
Center Norte, em Sào Paulo não só do que “ a falta de competitividade em tivas. oferta de terminais, redes de
divulgou a tecnologia de comuni TCs irá se refletir em baixa competi \ alor acrescido e no duopólio celular.
cações de dados, sistemas celulares, tividade para toda a economia . Ressaltando falar em termos pes
satélites e redes de faixa larga bem 1 xplicando que, em toda a Comunida soais, o professor da Unicamp afirmou
como debateu os aspectos políticos das de I uropéia, somente a área de termi que “a \ erdadeira polêmica não é a da
tarifas, regime de parceria e de explo nais telefones, faxes, micros e os privatização versus estatização e sim
ração dos serviços de telecomuni serviços corporativos e para grupos
fechados estão liberados ao mercado, quem na arena internacional pode man
cações. . ter uma posição defensiva ou ativa para
O secretário executivo do Ministério ele mencionou a emissão do livro
das Comunicações, Fernando Xaviei verde, cm 1987, como o inicio do competir. O Brasil deveria manter o
Ferreira, observou que, no atual processo de consultas para deflagrar regime de monopólio, no transporte
momento, debates sobre telecomuni todo o processo de liberalização das básico da informação, a fim de ter
cações são de especial importância para TCs na Europa. Foi decidido que a par economia de escala para concorrer bem
subsidiar o Ministério, um orgào regu tir de 1998, os serviços de telefonie e a lá fora".
lador que precisa agir rápido para fazer infraestmtura a eles associada seriam Na fase de livre debate, Oscar Dias
frente ás mudanças que ocorrem no liberalizados nos países da comu Correia, do Instituto Brasileiro para o
cenário mundial. No enfoque de Xavier nidade, à exeção de Grécia, Portugal, Desenvolvimento das TCs - 1BDT,
Ferreira, o modelo atual de nossas tele Irlanda, Portugal e Espanha, países bateu na tecla de que o País não tem
comunicações que bons serviços já mais pobres que têm até o ano 2.000 recursos para atender à demanda de
prestou no passado está esgotado, para implantar o novo regime. TCs e que flexibilização e competição
assim como a política industrial do Juntamente com Paraguai, Uruguai e feitas pelo Congresso, em sua sabedo
setor que se “encontra num estado de Colômbia, o Brasil foi classificado pelo ria, representam a melhor solução para
relativo vácuo". Apesar da planta do analista da Pyramid como de privatiza trazer mais serviços de qualidade para a
Sistema Telebrás ter superado o cresci ção a longo prazo. E apesar da liberal comunidade. O deputado José Jorge
mento do PIB nos últimos dez anos, tal ização do serviço celular privado só (PFL-Pe) esclareceu que cada emenda
performance tem se revelado insufi estar prevista para depois de 1995 na enviada ao C ongresso, tramita na
ciente. ‘Ternos que encontrar soluções, área celular digital em tecnlogia Câmara, primeiro na Comissà Especia
independentemente da tecnologia ado ( DMA o Brasil deverá dar um de Ciência, T ecnologia e K s c na
tada. para superar nossas carências", grande salto para alcançar quase 900 Comissão de Justiça e tem ate
afirmou o secretário. mil terminais, antes do ano 2.000. Em seções no Plenário da Câmara c outras
serviços com tecnologia de vanguarda, tantas no Senado, antes de sau apro\ ti
Liberalização o Brasil se situa bastante bem com ção final. ,.
A mesa-redonda sobre regime de SDH, SMSDS e enlaces locais sem fio Manoel Leonel Neto, do MC, djss
exploração das telecomunicações, coor já existentes e com ATM, CDMA e ser consenso a necessidade de repensa ,
denada pelo executivo Gilberto CATV planejados. Em compensação, a com clareza, o papel do Ministério qt v
Geraldo Garbi, presidente da NEC do taxa de digitalização de 30% da comu é, ao mesmo tempo, dono de empres ••
Brasil, contou com os pontos de vista tação é uma das menores do continente orgào regulador e fiscalizados _
de Jean-François Soupizet, da ('omis e os investimentos médio em TCs, da Ministério carece até de recursos P<
são da ( omunidade Européia, que ordem de US$3 bilhões, são inferiores desempenhar, a contento, seu P P
trouxe a visão do velho continente, de aos encontrados na Argentina, Vene regulador um papel essencial- ^ .
Stephen Dal la Bctta, da Pyramid zuela e Chile. ocorra a liberalização do atual mo ,
Research que fez uma análise das TCs Já o professor Márcio Wholers de das TCs. Para LeoneJ Neto, °_ ia_
na América Latina c dc Márcio fendeu a tese que o determinismo tec modelo está em mutação e tem