Page 57 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1995

emprego como técnica de acesso na versão

CDMA tem base na alta rejeição a sinais inter­

ferentes. tanto no que diz respeito às interfe­

rências inerentes ao próprio sistema (co-canal

e canal adjacente), como para interferências

externas. Neste contexto, o uso de códigos

ortogonais e um cuidadoso controle do nível

RPTC da potência transmitida das ERBs são procedi­

mentos fundamentais. Como decorrência desta

propriedade, as seguintes características

podem ser destacadas (II):

• Reuso de todas as freqüências disponíveis -

uma vez que todas as células compartilham o

mesmo canal de RF, a coordenação de fre-

qüência é desnecessária. Ainda de acordo com

esta característica, vale ressaltar que apenas

um único equipamento rádio é utilizado em

cada ERB;

• Aproveitamento de forma construtiva da

interferência multipercurso, não sendo neces­

sário o emprego de equalizadores de canal - no

receptor multicanal (denominado Rake) usado

no sistema CDMA. a demodulação dos sinais

que chegam por trajetos diferentes (multiper-

cursos) é feita separadamente, obtendo-se um

eficiente efeito de diversidade;

RPTC • Procedimento de handoff suave (soft hand­

off) - os diversos canais do receptor Rake

substituem gradativamente o código da ERB

em operação para o correspondente código da

nova ERB. Assim, o handoff não se processa

de forma brusca como nos sistemas que uti­

lizam as técnicas FDMA e TDMA;

• Permite utilizar naturalmente o fator de ativi­

dade vocal para aumentar a capacidade do sis­

tema - considerando que, em média, em uma

conversação o canal é ativado em apenas 35%

FIG. 6 - EXEMPLO DE “ROAMING" do tempo e tendo em vista que a ausência de

atividade vocal implica na inexistência do

sinal de RE, em primeira aproximação, há uma

+ n como no modulador QPSK convencional, voz de 4KHz (metade da taxa mostrada na redução de 65% do nível de interferência do

a flutuação da envoltória é substancialmente tabela III) e que incorpora um mulliplcx sistema. Esta característica é aproveitada na

reduzida, permitindo o uso de amplificadores estatístico para aproveitar as pausas na conver­ ampliação da capacidade do sistema;

dc potência nào-lincares. E utilizada codifi­ sação. Teoricamente pode-se chegar a um

cação diferencial c um filtro dc roll-off 0,35. ganho da ordem de 15 vezes. Entretanto, de­ • Facilidade de compartilhamento de freqüên-

() processo dc handoff ê similar ao descrito no vido à degradação introduzida por esta solução cia com outros sistemas - quando interferido,

caso do GSM. A diferença é que no D-AMPS no canal de voz, na tecnologia atual, este conforme comentado anteriormente, o sistema

faz-se as medidas em um máximo de 12 ganho não deve ultrapassar um fator de 8. A CDMA oferece alta rejeição a sinais interfe­

ER Bs. sendo a média das medidas feita em um título de informação, mais uma vez citando rentes. Como fonte de interferência, dentro de

período dc Is. O resultado dc todas as medidas Raith e Uddenfeldt. os sistemas GSM apresen­ certos limites, a perturbação introduzida pelo

é encaminhado para a ERB em uso. tam um ganho de capacidade em relação ao CDMA pode ser controlada, uma vez que o

Relativamente à capacidade dos sistemas AMPS analógico na faixa dc 2,5 a 3,5 (con­ espalhamento do espectro produz uma densi­

TDMA, segundo Railh e Uddenfeldt (10), é juntos de 3 a 4 células). dade de potência relativamente baixa na faixa

possível obter um ganho de 3,5 a 6 vezes a ocupada.

capacidade do AMPS analógico, dependendo 4.2.2 Padrão CDMA (IS-95)

da utilização de um plano otimista (conjunto Embora conhecida desde a década de 40. a Entretanto, além da tecnologia mais complexa,

de 4 células) ou pessimista (7 células). Em tecnologia de espalhamento do espectro man­ existem dois pontos usualmente criticados

termos práticos, no entanto, admite-se para o teve-se durante muito tempo restrita a apli­ pelos opositores do sistema CDMA:

TDMA um fator de ganho entre 3 e 4. Ainda cações militares, aproveitando suas caracterís­

de acordo com estes autores, o emprego da ticas de privacidade (dificuldade da inter- • Interferência perto-distante (near-far interfe­

técnica dc alocação dinâmica dos canais ceptação) e resistência a sinais interferentes rence) - como todos os terminais móveis com­

poderá elevar esta capacidade por um fator (intencionais ou não). Apenas nos anos 80 o partilham o mesmo canal, o sinal forte de um

entre 2 e 3. Para aumentar a capacidade, há potencial desta tecnologia passou a ser explo­ usuário próximo da ERB pode mascarar o

também uma proposta denominada E-TDMA rado também em aplicações comerciais. sinal fraco de um usuário distante. Há necessi­

(Extended TDMA) que utiliza um canal de No caso dos sistemas móveis celulares, o dade de um efetivo controle do nível de potên-