Page 24 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1994

EVENTOS
— “A liberação das importações
tornou o consumidor mais exigente. Ele
tornou-se um fiscal cada vez mais atento
em relação ao grau de qualidade e de
atualização dos bens que adquire. E, se
por um lado, a mova abertura dos portos
estimulou o consumo, por outro, eviden­
ciou as mazelas do lado fornecedor que
padece de lento tempo de resposta,
ausência de estrutura e falta de recursos
para fazer frente às necessidades
requeridas pelo cliente”.
— “Este é um momento para apri­
morar o atendim ento ao usuário e
delineia um novo perfil para as revendas
de equipamentos de telecomunicações e,
num âmbito maior, reflete a atual con­
juntura das nossas TCs que se ressentem
da ausência de uma estratégia adequada
à realidade nacional.”
Tais temas e outros semelhantes
foram debatidos durante a realização do
2o ENET - Encontro Nacional das
Empresas Revendedoras, Instaladoras e
M antenedoras de Equipamentos e
Sistemas de Telecomunicações e inte­
graram um documento
um grupo de trabalho — que será
encam inhado pelos promotores do
Encontro aos novos dirigentes eleitos.
O evento, promovido pela Aberimest
- Associação Brasileira tias Empresas
Revendedoras, Instaladoras e Mantene­
doras de Equipamentos e Sistemas de
TCs, reuniu, em outubro, mais de 250
participantes no Instituto de Engenharia
(IE), em São Paulo, interessados cm reci­
clar seus conhecimentos mercadológicos,
atualizar sua bagagem tecnológica e
descobrir os segredos da qualidade total.
D e f i n i ç õ e s
Durante a cerimônia de abertura do
Enet, a necessidade de definição para o
setor das TCs foi enfatizada pelo presi­
dente da Abcprest - Associação Brasilei­
ra das Empresa Prestadoras de Serviços
em TCs) c 4o vice-presidente do 1E, Rui
Leme Alvarenga. Para cie, “as ativi­
dades envolvendo CPCTs - centros par­
ticulares de comutação telefônica em
condomínios e quarteirões, a comerciali­
zação e a manutenção de terminais
PCTs, a telefonia celular c a parceria das
operadoras públicas com a empresa pri­
E N E T q u e r m a i o r
d e f i n i ç ã o n a s T C s
Colaboração: Jornalista Neide Lamana
vada estão desafogando o atendimento à Também presente ao Enet. o de­
demanda por mais serviços de telecomu­ putado federal Beto Mansur. re-eleilo
nicações. Tais atividades carecem, no segundo ele, com o compromisso de
entanto, de maior orientação por parte promover a quebra do monopólio das
do setor público, a fim de assegurar TCs, expôs que o fato não significaa
maiores índices de qualidade e de produ­ privatização da Telebrás e sim “a desre-
tividade”. gulamentação do setor, permitindo a
Por sua vez. Vander Luiz Stephanin, operação de empresas privadas junta­
presidente da Aberimest Nacional, disse mente com as teles e a entrada do capi­
haver grande possibilidade de mudanças tal necessário ao desenvolvimento do
no cenário do País e destacou a ais .
importância de atuação conjunta de pes­ Além das discussões de caráter políti­
soas e entidades para discutirem a futura co, os participantes do 2o Enet, puderam
flexibilização do monopólio das TCs. ouvir palestras, sobre o tema de progra­
Mcsd de abertura
do2°l \i / ,
promovido pela
Aberimest
elaborado por
como proposta pelo presidente eleito, mas de qualidade total, proferida pelo
Fernando Henrique Cardoso. especialista do Sebrae, José Humberto
— “O sistema Telebrás teve seu méri­ da Rocha. Ao final do evento, os partici­
to. no passado, mas os atuais números pantes puderam se deleitar com a peça
indicam que estamos muito aquém das teatral, musicada, “Acertar é Humano —
nossas necessidades em TCs”, afirmou a Aventura dos Caçadores de Defeitos”,
Stephanin, citando a “demanda reprimida produzida pela Toque de Areia e dirigida
de 10 milhões de terminais que está a por Alberto Centurião, que dramatizou a
exigir investimentos da ordem de US$25 falência de uma organização gerada pela
milhões, além da fila do celular, hoje em incompetência e é parte integrante de um
torno de 500 mil pretendentes, e que progrma de treinamento empresarial.
equivale a um montante significativo de Ponto alto do 2o Enet e despenandoo
recursos que deixam de ser arrecadados maior interesse da platéia, foi a palestra
para o setor público, se for considerado do engenheiro Gilson Rondinelli. ge­
como como parâmetro, a conta média de rente da Telesp Celular, que deu uni
US$84 por usuário.” O presidente da panorama completo do serviço de telefo­
Aberimest defendeu a entrada da empre­ nia celular, em São Paulo, cujo serviço
sa privada nessas áreas, mencionou a já representa 1%. do faturamento total
responsabilidade que o empresariado tem da empresa. Uma minifeira. em paralelo
perante o País e recomendou que os com o ENET, apresentou estandes da
parlamentares devem ser pressionados CellStar, Cirt. Brixton. Abentel. Norca-
“em nome dos anseios da comunidade” bos e Avitcl, muitos com novidades na
para melhores TCs. área da telefonia celular.