Page 11 - Telebrasil - Maio/Junho 1994

do Instituto de ciência e tecnologia e organização Intelsat, na qual o Brasil jeto Radarsat que vai permitir bisbilho­

política espacial e um “scholar" da mantém interesses, precisa responder tai* o que acontece no solo, mesmo se

Universidade George Washington, que melhor aos desafios do mercado, tal recoberto de nuvens. No uso militar do

pela 5° ve/ vem ao Brasil, agora como como já fez o satélite privado Pa- espaço, os EUA lideram disparados os

convidado da Sociedade Brasileira namsat para a região dos Andes ou a investimentos com US$ 21,3 bilhões

para o Progresso da Ciência - SBPC. organização mundial do Inmarsat para anuais, acompanhados da Rússia (US$

Ele é autor do livro “Decisão de ir à comunicações móveis. 1,3 bi). França (US$ 0,6 bi) e China

Lua-projeto Apollo e o interesse Na­ A manutenção de um homem no (US$ 0,8 bi). Com base em satélites es­

cional \ John Logsdon visitou o Ins­ espaço, com estações orbitais, requer piões avançados, a União Européia

tituto Nacional de Pesquisa Espacial - orçamentos pesados da ordem de US$ quer montar um sistema de defesa es­

INPE, em São José dos Campos (SP), 80 bilhões que não são - na óptica pacial. A França vai lançar este ano um

que achou sub-utili/ado e proferiu pa­ atual - rentáveis. Apesar disto, os outro satélite de observação para ser

lestra na sede da tevê executiva da russos deverão deixar um seu cosmo­ companheiro do Spot, já em órbita. A

Embratel, no Rio de Janeiro, retrans­ nauta 460 dias em órbita. Os anos de China já tem o seu e o Japão quer

mitida para 56 auditórios em todo o 1995 a 1997 poderão ver 10 astronau­ manter um “olho" próprio, no céu. A

País. tas na estação espacial Mir, num pro­ cooperação internacional será, de acor­

O observador norte-americano la­ grama conjunto envolvendo soviéticos do com o conferencista norte-ameri­

mentou a ausência de uma política es­ e norte-americanos e até o ano 2000 os cano, a tônica dos programas espaciais

pacial brasileira mais vigorosa e reco­ japoneses querem montar um labo­ de observação da Terra, havendo um

mendou a criação de uma agência civil ratório espacial. Um esforço para man­ comité internacional que vai redistri­

destinada a coordenar programas volta­ ter um homem na Lua. porém, terá que buir para o mundo inteiro as imagens

dos para o uso pacífico do espaço. No ser de financiamento mundial. obtidas da Terra, via satélite.

passado, o governo norte-americano Os seres do planeta Terra, do Sé­ Até agora, os russos já lançaram

proibiu a exportação para o Brasil de culo XX, investem, anualmente, da or­ cerca de 4 mil artefatos ao espaço, qua­

componentes sofisticados como giros- dem de US$ 50 a 70 bilhões de dólares tro vezes mais do que já fizeram os

cópios para navegação inercial. Como na conquista do espaço próximo, in­ norte-am ericanos. Estes, segundo

base desta proibição alojou-se o temor cluindo aplicações de uso militar, com Logsdon, possuem artefatos com ele­

da concretização do programa do veí­ os Estados U n id os detendo cerca de trônica mais sofisticada, ao passo que

culo lançador de satélites (VES) vale 60U do total. Se computado apenas o os russos levam vantagem na área

di/er foguetes de longo alcance con uso civil, os números caem para cerca mecânica e de lançadores. Dos 1049

du/ido pelo Ministério da Aeronáutica de metade {dados de 1992) distribuí­ lançamentos previstos para os próxi­

que, conjugado com um programa de dos pela Nasa (US$ 13,5 bi), agência mos de/ anos, 80 % já escolheram seus

energia atômica, podería ser visto russa (US$ 5,64 bi), Europa (US$ 4,9 veículos para coloca-los em órbita.

como uma possível ameaça bélica, bi) e Japão {US$ 1,4 bi), No time espa Sessenta por cento dos lançamentos

ainda que remota, a outros regiões. ciai do terceiro mundo situam*se na civis estão com o Ariane francês. Os

E política dos EUA diminuir a vanguarda a China, a índia e o Brasil, EUA competem com os lançadores

possibilidade de agressões a seu tei com Paquistão, Coréia do Sul (satélite Delta, Pegasus e Atlas; a Rússia com a

ritório vindas do espaço e de outros de /( O, l aiwan, África do Sul {satéli serie Proton; e a China com o foguete

países observou factualmente o con te ili observando), Israel e Argentina Longa Marcha, de uso barato por que

iercncista, acrescentando que o gover com reais possibilidades. fora das economias de mercado. O

no brasileiro já concordou com a rc O Canadá investe no espaço 1/3 do mais novo candidato a lançamentos

gulamentação para uso pacífico do que faz o Japão c se concentra no pro­ comerciais é o Japão. (J.C.F.)

esp aço e que com esta nova atitude, os

EUA irão contribuir para o lançamen

to, tia base de Alcântara no Maranhão,

de 30 satélites científicos. SATÉLITES DE BAIXA ÓRBITA

Para John Logsdon, os satélites de

observação não devem ser considera­

SISTEMA EMPRESA SATS
dos como artefatos bélicos e podem DATA

* «%'- • *f jrL"“ * * • * "
transitar livremente pelo ar o espaço

não tem dono ainda que eles possam Aries Constellation - EUA 48 1995

ser utili/ados para dar informações Ellipso Ellipsat - EUA 14/18 1996

essenciais a mísseis e aeronaves, como

Globalstar Loral Qualcomm - EUA 48 1997
sucedeu na Guerra do Golfo. O confe­

rencista previu que, até o ano 2000, um Indium Iridium/Motorola - EUA 66 1997

total de 1049 novos artefatos espaciais
Leo One Panamericana, México 12/36 1995
serão lançados, dos quais 2/3 (648)

serão utilizados para telecomunica­ Odyssey TRW Space - EUA 12 1997

çõ e s Os demais serão para fins mili­ Orbcomm Orbital Comm. - EUA 36 1994

tares (134), observação da terra (77),

Globalstar Loral Qualcomm - EUA 48 1997
operações espaciais (38) e aplicações

científicas e experimentais. Signal Governo Russo 48 —

Devem ainda ser acrescentados a
Starnet Starsys - EUA 24 1996
esta lista, os artefatos de média e baixa

altitude (vide Tabela) ou Leos (low Taos Agência Espacial - França 12 1995

earth orbiting satelliies), incluindo o Teledesic Microsoft e outros - EUA 840 1999

projeto brasileiro ECO 8, com 12 saté­

Vitasat Vita Tech. - Inglaterra 2 1995
lites repetidores em órbita de 12 mil

quilômetros em cobertura tropical.
Artefatos pesando 700 ou mais quilos Indlum, Odissey, Teledesic, pesando abaixo de 180 quilos
Observou ainda o conferencista que a Anes, Ellippso, Leo, Orbcomm, Taos, Vitasat