Page 10 - Telebrasil - Março/Abril 1994
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CONJUNTURA H H B
M o n o p ó l i o , m o n o p ó l i o o n d e e s t á s ?
Reportagem: João Carlos Pinheiro da Fonseca
Um toque de Closs é o esperado novo satélite doméstico brasileiro, do consórcio Bradem» „
Oderbrecht, Victori c Matra. O artefato conta com o aquiescência do Minicom, ' <mteiro Aranha,
As telecomunicações disputam lecomunicações - Estatização versus
com o petróleo e a biogenética - privatização"; e analisou o disposto sobre com muito cuidado; e que no Japão, a
solução objetivou tomar a NTT mais ágil
bem e até mal explorados - o telecomunicações, nas Constituições de para atuar no exterior.
lugar de melhor negócio do 1967 (emenda de 1969) e de 1988.
planeta (vide box) despertando Alencastro favorece o texto constitucio Mísseis
nal de 1946 que "não coloca uma camisa
a cobiça de gregos e troianos.
de força no Estado" permitindo que este
opte pela exploração direta do serviço ou O antigo comandante da Telebrás de-
através de concessão a terceiros. Ponto de lendeu a existência de serviços de boa
vista similar é o dos advogados Oswaldo qualidade — seja no modelo estatal ou
privado — e descarregou uma bateria de
O rnais forte rugir a ecoar no prédio da Murgel, ex-consultor jurídico daEmbratel mísseis multi-endereçados ao classifi*
Bienal, em São Paulo, durante a
e Georges Fischer, um especialista em
realização da Telexpo'94, da H&T, tratou direito de software. car os defensores da estatização em cor
da existência do monopólio estatal das rentes de esquerda, ultrapassadas histo
TCs. O assunto foi dissecado com argu Alencastro recomendou a criação de ricamente; corporativistas; e saudosis
mentos políticos, econômicos e jurídi um conselho nacional de telecomunica tas de um sistema para o qual
cos, num momento em que a revisão ções - Contei como poder regulador, mon contribuiram. Por sua vez, os detratores
constitucional pendia suspensa, como a tado com participação representativa da do monopólio, são os agentes econômi
espada de Damócles, sobre o sistema sociedade; a feitura de contratos de obri cos que querem baixas tarifas para suas
Telebrás. Este, se prepara para o pior e gações, no caso de concessões; a manu TCs de longa distância; os interessados
monta estruturas comerciais e de tenção de tarifas que garantam a expan na exploração de todos ou apenas alguns
serviços, em competição, ou não, com o
marketing, imitando a iniciativa privada. são; e o uso de debêntures substituindo o Estado; e os desiludidos com a má ge-
autofinanciamento. Numa circunavega- rência, corrupção, altos custos e inefici
O gen. José de Alencastro e Silva, pre ção das terras do monopólio, o ex-diri
sidente da Telebrás por longos anos, re gente da Telebrás mostrou que nos EUA, ências do sistema Telebrás.
comendou, na Telexpo, a revisão do Có ocorreu o desmembramento da AT&t !
Alencastro se declarou a favor da mu
digo Brasileiro de Telecomunicações, ex um monopólio virtual que até 1982 domi dança do atual modelo das TCs, com
cluída a radiodifusão; distribuiu docu nava 80% do mercado; que na Europa, a gerentes privados conduzindo o sistema
mento sobre "Institucionalização das Te- quebra do monopólio vem sendo feita Telebrás e sugeriu que o capital poderia
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